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Vetou metadim!: Dilma faz 12 vetos e 32 modificações ao novo Código Florestal
Cortes visam beneficiar pequenos e favorecer preservação, dizem ministros

27/05/2012 – Doze vetos e 32 modificações, essa foi a contribuição da presidente Dilma Rousseff ao novo Código Florestal. Na última sexta-feira (25), os ministros da Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Meio Ambiente e da Advocacia Geral da União (AGU) anunciaram os ingredientes, mas ainda não deram a receita do bolo. Foram divulgadas apenas quantas modificações foram feitas, mas não seu conteúdo, que deve ser publicado no Diário Oficial nesta semana.

Para compensar as alterações do texto aprovado na Câmara dos Deputados, o Planalto editará uma medida provisória com os ajustes e aditamentos. Segundo o governo, as mudanças foram necessárias para inviabilizar anistia aos desmatadores, favorecer a preservação ambiental e beneficiar o pequeno produtor. Os vetos serão analisados pelo Congresso que tem o poder de derrubá-los, ou seja, o jogo ainda não acabou e na verdade está longe de seu fim. Mesmo que o Congresso aprove as alterações feitas pelo governo, muitas contestações podem ser feitas à Justiça.

O Planalto afirmou que o veto parcial foi “em respeito ao Congresso Nacional”, entendam questões políticas, como apoio da bancada governista, o governo ainda argumentou que o veto parcial prestigia a democracia e o diálogo com a sociedade (a sociedade organizada, na sua maioria pedia o veto total do novo Código Florestal), os ministros disseram ainda que a opção foi motivada pela segurança jurídica e pela inconstitucionalidade de alguns pontos.

"São 12 vetos, são 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado Federal, cinco respondem a dispositivos novos incluídos e 13 são adequações ao conteúdo do projeto de lei", explicou Adams. O prazo para sanção do texto, que trata sobre a preservação ambiental em propriedades rurais, venceu na última sexta.

Margens de rios
Entre os artigos vetados está o que descreve a recuperação de matas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), ambientes vulneráveis, como margens de rios, topos de morros e encostas. No projeto aprovado na Câmara, a recomposição ficaria a cargo definida pelos estados, o que poderia significar uma anistia aos desmatadores. Pela nova proposta do Planalto, as regras já são definidas agora e serão estabelecidas conforme o tamanho das propriedades. Áreas com até 1 módulo, terão 5 metros de recomposição, sendo que não devem ultrapassar 10% da propriedade. No caso de 2 módulos, a recuperação será de 8 metros, respeitando o limite de 10% do terreno. De dois a quatro módulos, o reflorestamento será de 15 metros, não podendo ultrapassar 20% da área. Para propriedades acima de quatro módulos, a recomposição será de 30 a 100 metros.

"Os grandes têm grande extensão de propriedade e têm condição de recuperar todas as áreas de preservação permanente", destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Segundo Izabella Teixeira, a ministra do Meio Ambiente, cerca de 65% do total de imóveis rurais no país têm até 1 módulo fiscal e ocupam apenas 9% da área agrícola no Brasil. As propriedades com mais de 10 módulos rurais representam 4% do total de imóveis do país, e ocupam 63% da área produtiva agrícola.

Mangues e topos de morros
Pelo novo texto do governo, os desmatadores deverão recuperar áreas desmatadas em topos de morros e mangues, que tenham sido destruídos nas últimas décadas. A Câmara não previa essa recuperação no texto aprovado, alegando que se tratava de culturas consolidadas. Segundo a ministra do Meio Ambiente, áreas de dunas e manguezais em regiões urbanas também estarão protegidas.

Os motivos
Izabella Teixeira afirmou que a insegurança jurídica e a inconstitucionalidade foram fatores determinantes nos vetos e nas alterações. "Não anistiar o desmatador, preservar os pequenos e responsabilizar todos pela recuperação ambiental". "O veto é parcial em respeito ao Congresso Nacional, à democracia e ao diálogo com a sociedade", completou. "O Código não é dos ruralistas nem dos ambientalistas, é o código dos que têm bom senso", acrescentou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, afirmando, nas entrelinhas, que essa é uma prerrogativa exclusiva do Planalto. "Estamos dizendo que não vai haver anistia para ninguém, todos terão que contribuir para a recomposição de áreas de preservação permanente que foram utilizadas ao longo dos anos, mas estamos dizendo que essa recomposição vai levar em consideração proporcionalmente o tamanho da propriedade. Estamos estabelecendo um princípio de justiça."

Na próxima segunda conheceremos o texto das novas alterações e aguardaremos mais uma batalha no Congresso. Por enquanto, o cartunista Maurício de Souza que divulgou na última semana em seu Twitter um quadrinho em que aparece o personagem Chico Bento dizendo: “Veta tudim, dona Dirma”, deve ter mais um capítulo “Dona Dirma, vetou metadim”.

Da Redação
Com informações das agências de notícia

 
 
 
 

 

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