Governo
do Tocantins pretendia apoiar safári com animais
africanos
Diante da rejeição da sociedade, Estado retira
apoio ao projeto
10/10/2012
– O governo do Tocantins informou, através
e nota, que irá retirar o apoio que daria ao projeto
de criação de um safári com características
africanas na região central do Estado. A proposta
de criação desse projeto foi publicada pelo
jornal o Estado de São Paulo, e previa a criação
de uma reserva de 100 mil hectares para abrigar cerca de
400 animais de 17 espécies, com um investimento de
R$ 350 milhões.
Segundo
o projeto, os animais seriam escolhidos conforme a classificação
de presas e predadores. Entre as espécies estariam
leões, leopardos, rinocerontes, hienas, girafas e
elefantes que seriam confinados em uma área totalmente
cercada, próxima ao Jalapão.
Ainda
de acordo com o projeto, a área não teria
influência humana, nem alimentação aos
animais.
Um
vídeo intitulado Out of Africa Brasil (Ooab) vinha
sendo divulgado na internet, mas muitos acreditaram ser
uma pilhéria. Entretanto, foi apurado que a Naturantins,
órgão ambiental do Estado de Tocantins, estava
preparando um termo de referência que deveria instruir
os estudos ambientais para a implantação do
projeto. Segundo a reportagem do Estado, o Ibama de Tocantins
e de Brasília estavam sendo consultados.
Associação
Tocantinense de Biólogos (Atobio) criou um abaixo-assinado
com cerca de 1,8 mil assinaturas contra o Safári
e outras matérias veiculadas, fizeram com que o governo
do Estado recuasse.
"Todo
e qualquer empreendimento privado tem regras e regulamentação
até mesmo prévias à discussão
da sua implementação. Apenas pela rejeição
provocada nos meios ambientas federais e pela própria
sociedade, o governo não vê viabilidade na
implementação do referido projeto como ele
foi aventado. Tendo em vista a participação
de empreendedores internacionais, o governo espera que os
mesmos mantenham sua disposição de investir
no Tocantins, desde que em projetos viáveis e em
consonância com a sustentabilidade e respeito ao meio
ambiente", disse o governo, em nota divulgada a imprensa.
A
Atobio também encaminhou denúncia ao Ministério
Público Federal solicitando o acompanhamento do caso.
O procurador Álvaro Manzano é responsável
pela ação.
"Entramos com a ação por acharmos que
a proposta, da forma como foi apresentada, é 100%
inviável. Tanto por ir contra a legislação
- não se pode importar macrofauna desse modo, a não
ser para pôr em zoológico -, quanto pelo prejuízo
que pode causar à fauna nativa", afirma Meriele
Cristina Costa Rodrigues, diretora executiva da Atobio.
"Uma
girafa, por exemplo, não teria como viver aqui. As
árvores que temos são de médio e pequeno
porte e lá elas se alimentam das folhas de árvores
que estão na sua altura.", diz a bióloga,
explicando que apesar de parecidos, o Cerrado e a Savana
são bem diferentes.
Procurado,
pela reportagem do jornal o Estado de São Paulo,
o médico Nicolau Esteves, ex-secretário de
Saúde do Tocantins e idealizador do projeto, disse
que não se manifestaria sobre a nota do governo.
Da
Redação
Com informações das agências de notícia