Tucanos
vendem Parque
Parque Fontes do Ipiranga poderá sediar mega empreendimento
17/12/2012
- Imprensa PT ALESP - Parque Fontes do Ipiranga poderá
sediar mega empreendimento - Ambientalistas, profissionais,
parlamentares, moradores participaram da reunião
conjunta com os secretários de planejamento Julio
Semeghini e de Meio Ambiente Bruno Covas, nesta segunda-feira
(17/12), na Assembleia Legislativa, com a maciça
presença dos parlamentares petistas, no debate da
proposta do governador Geraldo Alckmin que pretende conceder
para a iniciativa privada a área pertencente ao Parque
Estadual Fontes do Ipiranga, na Capital.
Instituído
no ano de 1969, o Parque foi concedido ao setor privado
em 1992 e encerrará em março de 2013. O governo
quer ampliar a área explorada pela iniciativa privada
que planeja para o local a implantação de
mega centro de exposições, como hotel, recinto
de exposições, arena para shows, entre outros
equipamentos.
A
iniciativa tem encontrado resistência na Bancada do
PT e na sociedade civil, representantes de comunidades como
Gerson Flores da Associação de Amigos da Água
Funda, questiona o governo sobre os reais impactos ambientais
e sociais do projeto na região e aponta a falta de
diálogo e transparência por parte do governo.
Segundo Flores o córrego do Ipiranga, hoje é
um esgoto a céu aberto ”quando temos uma chuva
mais forte o córrego transborda. Não pensaram
no transito ao fazer no local arena de show, hotel e estacionamento”.
A
falta de diálogo também foi mencionada por
Valdemar Pires de Carvalho Filho- Pesquisador atua no Instituto
de Economia Agrícola, “não houve audiência
com o IEA, para definir o destino do Parque,” disse
num tom categórico.
O
ex-secretário de meio ambiente, da administração
da ex- prefeita Marta Suplicy e geólogo, deputado
Adriano Diogo classificou a proposta do governador como
uma aberração do capital e leu documento do
presidente do Conselho do Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga, José Pedro de Oliveira Costa, expedido
em 03 de agosto desde ano, que aponta a existência
de proposta para a instalação do Museu de
História Natural do Estado de São Paulo. No
documento José Pedro ressaltou a disponibilidade
de recursos para a construção de uma Litoteca
(biblioteca de rochas do Estado de São Paulo), inclusive
com área determinada no Parque.
Telma
de Souza, outra petista ressaltou o visível desconforto
dos secretários e assessores da secretaria que tinham
dificuldades de apresentar aos deputados a proposta do governo.
A parlamentar indagou a respeito do destino que será
dado aos moradores da Favela de Americanópolis que
se avizinham a área do Parque, sobre o remanejamento
dos funcionários. ”Nós não temos
informações claras do que está sendo
colocado para a Assembleia, o que vai afetar a biodiversidade
ambiental, num dos últimos resquícios de Mata
Atlântica que temos dentro da cidade de São
Paulo,” apontou a deputada que ainda salientou a importância
histórica e cultural do Parque e seu papel no 2º
Centenário da Independência do Brasil.
A
seguir José Zico Prado questionou a forma açodada
como o governo e sua base de sustentação tensionam
pela aprovação do projeto. “É
necessário discutir com todas as comunidades envolvidas,;
pesquisadores, moradores, funcionários. Se a atual
concessão termina em 30 de março de 2013,
o governo pode aguardar pelo ajuste da propositura e aí
voltaremos às discussões e depois faremos
a deliberação. Mas o governo está atropelando
o processo, estamos analisando o projeto aqui, mas em plenário
o governo já concluiu três horas da discussão
regimental da propositura”, manifestou indignado.
O
mesmo tom usou Enio Tatto, que cobrou da base governista
a realização do rito regimental, antes de
colocar em votação o projeto.
Emenda
Aglutinativa- alvo da discórdia
Quando
as discussões já estavam bem acaloradas foi
mencionada a existência de uma emenda aglutinativa
–(emenda coletiva das Bancadas partidárias),
que estaria sendo elaborada pelo PV, o debate chegou a temperatura
máxima.
Houve
uma sequencia de protestos, pela surpresa e desconhecimento
da proposta. O PV se justificou alegando que não
havia emenda aglutinativa e sim um arrazoado de propostas
que compunha uma minuta. O que foi contestado por Júlio
Andrade, diretor executivo da Agencia Ambiental Pick-upau.
“ Eu fui consultado sobre a emenda aglutinativa e
enquanto sociedade civil , me coloco contra esta medida
do governo.”
A
presidente da instituição Andrea Nascimento
reforçou os impactos ambientais com na área
com a densidade humana na área com a construção
de hotéis e espaços de eventos que o governo
quer consentir.
Adriano
Diogo retomou a palavra e destacou a pressa do governo em
deliberar o projeto “o governo não quer aguardar
a posse dos prefeitos das cidades que circunvizinham o Parque.
Santo André, São Bernardo, São Caetano
e Diadema, poderiam juntas com o município de São
Paulo discutirem os impactos da iniciativa do governador.
Já
Ana do Carmo, lembrou da escassez de áreas verdes
em São Paulo e apelou pelo adiamento das discussões
da propositura,o que foi referendado pelo líder da
Bancada Alencar Santana Braga ao defender que a medida fosse
discutida no próximo ano com os prefeitos envolvidos
no tema.
O
líder do governo insistiu que o governo vai apenas
renovar uma concessão já existente há
20 anos, que não há área verde a ser
impactada e certificou que todo o processo será feito
com base no diálogo. “O governo a partir de
março não pode ficar com um elefante branco
na mão. A partir de março a área vai
ficar ociosa,” alegou o tucano.
Os
secretários Bruno Covas, do Meio Ambiente e Júlio
Semeghini, do Planejamento, entoaram o mantra de que haverá
respeito e diálogo com os afetados pelo projeto do
governador Alckmin e afirmaram que a iniciativa do governo
vai manter os cuidados com a conservação da
área do Parque.
Quanto
ao documento do presidente do Conselho do Parque, José
Pedro de Oliveira, Covas disse que o Conselho é apenas
consultivo e que não há conflito com as posições
da Secretaria de Meio Ambiente que está em consonância
com o governador do Estado, concluiu.
Isac
Reis e Antonio Mentor, também estiveram presentes
nas discussões.
Do PTALESP