Secretários
debatem PL sobre Parque Fontes do Ipiranga
Proposta enfrenta resistências por parte dos deputados
17/12/2012
- Monica Ferrero / Foto: Roberto Navarro - Neste segunda-feira,
17/12, as comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, presidida por Beto Trícoli (PV),
e de Infraestrutura, presidida por José Zico Prado
(PT), realizaram audiência pública para discutir
o Projeto de Lei 604/2012, que autoriza a Fazenda a desafetar
as áreas integrantes do Parque Estadual das Fontes
do Ipiranga (Pefi), na capital. Estavam presentes os secretários
de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Julio Semeghini,
de Meio Ambiente, Bruno Covas, e de Agricultura e Abastecimento,
Mônika Bergamaschi.
Diversos
deputados presentes na audiência expressaram sua discordância
com os termos do PL 604/2012. A proposta foi considerada
vaga e houve reclamações sobre a falta de
transparência e discussão, além de ser
questionado o açodamento com que o governo quer sua
aprovação. A maioria dos deputados se manifestou
pela retirada da matéria para permitir maior discussão,
e que a votação fosse feita no próximo
ano.
Reprodução/Roberto
Navarro
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Julio
Semeghini, Bruno Covas, Beto Tricoli e Monika Bergamaschi. |
"Como
vamos votar, de afogadilho, um PL que não é
consenso nem na base governista?", questionou José
Zico Prado. Enio Tatto (PT) reclamou da "fúria
enorme em privatizar e vender" do governo estadual.
Ana do Carmo (PT) citou a falta de áreas verdes e
de equipamentos culturais na cidade como motivos para a
preservação do parque.
Outros planos para a área
Adriano Diogo (PT), além de criticar a mistura de
empreendedorismo com preservação ambiental,
afirmou que o PL ignora outras questões, como a necessidade
de remoção da favela de Americanópolis,
e a existência de planos para a implantação,
na área, do Museu de História Natural do Estado.
O deputado também considerou necessário ouvir,
além da prefeitura de São Paulo, as de Diadema,
Santo André, São Bernardo e São Caetano,
que são limítrofes à área, sobre
a proposta.
Tanto
o Ministério Público quanto o Condephaat,
além de moradores e ambientalistas, estão
preocupados com esse PL, afirmou Carlos Giannazi (PSOL),
já que a área é de preservação
ambiental. Telma de Souza (PT) somou-se às preocupações,
e lembrou o aspecto histórico da região, com
a proximidade do segundo centenário da Independência
e os 250 anos de José Bonifácio.
"Um
projeto desta magnitude não pode ter dois artigos
sumários", afirmou José Bittencourt (PSD).
Reprodução/Roberto
Navarro
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Rubens
Rizek, Bruno Covas, Julio Semeghini, Beto Tricoli
e Joaldir Reinaldo Machado. |
Uma
melhor especificação sobre as áreas
a serem desafetadas, a mobilidade urbana dos moradores da
região, que já é problemática
e a obrigação de licenciamento ambiental foram
alguns dos pontos questionados pela deputada Regina Gonçalves
(PV).
"Sinto-me
na missa de corpo presente do parque", lamentou Olimpio
Gomes (PDT), que se preocupou com o destino do 3º Batalhão
da Polícia Militar, localizado na área. Julio
Semeghini disse que uma área próxima ao metrô
Jabaquara está em estudo para abrigar o batalhão.
Líder
do governo na Assembleia Legislativa, Samuel Moreira (PSDB)
justificou a necessidade da aprovação do PL
604/2012, dizendo que, como a atual concessão expira
em março, "o governo não pode ficar com
um elefante branco nas mãos". Moreira ainda
minimizou o impacto ambiental e garantiu que estão
abertas as possibilidades de diálogo para aperfeiçoamentos
à propositura.
Respostas
Antes dos questionamentos dos parlamentares, o PL 604/2012
foi apresentado por Cibele Franzese, secretária-adjunta
do Planejamento e pelo secretário-adjunto de Meio
Ambiente, Rubens Rizek Júnior. A concessão
atual, que vence em março próximo, é
de 213 mil m², e a proposta é ampliar para 380
mil m², com a construção de áreas
para shows e eventos, das quais a cidade é carente.
O PL 604/2012 respeita as características da área,
mas mantendo a vocação para negócios
e eventos, afirmaram.
O
secretário Bruno Covas reforçou a necessidade
de desafetar a área, que recentemente teve adicionado
ao seu território área de 6,5 ha, desapropriada
do espólio de João Bumaruf, e que tem mata
preservada. Semeghini disse que a proposta está em
debate há mais de um ano, e que há preocupação
com a comunidade local, que inclui problemas de mobilidade
urbana.
Houve
debate sobre a emenda aglutinativa que Regina Gonçalves
afirmou estar sendo preparada pela bancada do PV para adequar
o PL. "Esta emenda ainda não está pronta
para ser apresentada e debatida com os líderes partidários,
pois há divergência sobre o perímetro
da área", afirmou Alencar Santana Braga, líder
do PT.
Da
Alesp