Metade
dos ativistas ambientais assassinados na última década
são brasileiros, diz estudo
Global Witness concluiu que 711 ativistas ambientais foram
assassinados no mundo todo ao longo da última década
21/08/2013
– Segundo a organização não governamental
Global Witness, 711 ativistas foram assassinados no mundo
no decorrer da última década, e mais da metade
são brasileiros.
No
estudo divulgado, 365 ativistas brasileiros foram mortos
entre 2002 e 2011 por defenderem o meio ambiente e os direitos
humanos. Em segundo lugar na lista vem o Peru, com 123 mortos,
seguido da Colômbia, com 70 ambientalistas assassinados.
O
pesquisador britânico Billy Kyte, afirma que o Brasil
está no topo da lista por conta de uma conjunção
de fatores, desde a disputa pela terra aos recursos naturais.
Mineração, agropecuária e setor madeireiro
também colaboram com o índice de mortos no
país.
Kyte
afirma ainda que o elevado número deve-se ao bom
monitoramento dos casos, a partir do relatório anual
produzido pela Comissão Pastoral da Terra sobre os
conflitos no Brasil. "Provavelmente há muitos
outros casos que permaneceram ocultos. E o estudo nem leva
em consideração as milhares de pessoas sendo
intimidadas ou ameaçadas", diz. "Há
uma grave falta de informações sobre essas
mortes a um nível global, e ninguém está
monitorando", disse Kyte em entrevista à BBC
Brasil.
O
estudo diz que o número de mortes vem crescendo nos
últimos três anos. "Pedimos que os governos
investiguem esses assassinatos, façam a justiça
e tragam compensações às famílias
que estão defendendo seus direitos à terra
e à floresta", diz Kyte.
No
estudo, as pessoas mortas estão relacionadas a confrontos
decorrentes de denúncias, investigações
e protestos por atividades de mineração, barragens
hidrelétricas, caça ilegal, desenvolvimento
urbano, além da exploração madeireira
e agropecuária.
Com informações da BBC Brasil
Imagem: Reprodução