Projeto
Aves: João-de-barro
O construtor:
Seu ninho em formato de forno originou o gênero Furnarius
e a família Furnariidae
01/06/2018 – (Furnariidae)
O João-de-barro é uma das aves mais populares
do Brasil e é conhecido por muitos por causa de seu
ninho em formato de forno. A espécie possui 19 centímetros.
Seu colorido é uniforme, marrom-ferrugíneo
por cima e coroa mais cinzenta. Por baixo é mais
claro, garganta e barriga são brancas. Não
possui linha superciliar branca como outras espécies
do gênero.
Possui ocorrência
ampla, inclusive em ambientes abertos. Habita áreas
rurais, restingas e até mesmo cidades. Ocorre em
geral até 1.300 metros de altitude, mas localmente
pode chegar a 1.900 metros. Não ocorria em muitas
regiões como na cidade de São Paulo até
o início do século XIX, mas expandiu sua área
de distribuição devido ao desmatamento.
Alimenta-se de cupins, formigas,
minhocas e pequenos répteis. Com frequência
desce ao solo para procurar alimento.
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João-de-barro (Furnarius
rufus).
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Sua vocalização
é forte e estridente. O canto um “ki-kí-kí...”
e o chamado um “krip”. O casal canta encima
ou ao lado do ninho com a cabeça levantada e bico
largamente aberto, sacodem as asas meio inclinadas e tremem
todo o corpo.
O nome Furnarius que deu nome à família Furnariidae,
originou-se por causa do ninho em formato de forno. Todo
ano, o joão-de-barro constrói um novo ninho,
mas às vezes pode reformar um antigo. Instala em
lugares altos como árvores isoladas e postes, mas
pode construir no solo quando não há substrato
alto. Para a construção, o casal usa barro
úmido e um pouco de esterco misturado com palha,
em regiões arenosas, utiliza mais esterco do que
terra. Macho e fêmea assenta o próprio material
e rebocam as irregularidades do suporte como fendas.
A espessura da parede é
de três a quatro centímetros, mas é
maior em ninhos do sul do país, provavelmente por
conta das baixas temperaturas. Durante a última etapa,
constrói a parede que delimita a espaçosa
câmara incubadora, separando-a de um vestíbulo
estreito, evitando a entrada de correntes de ar e de predadores.
Finaliza a construção do ninho em torno de
18 dias. Em períodos mais secos, pode demorar um
mês.
O casal pode trabalhar em
diversos ninhos ao mesmo tempo. Faz a antecâmara voltada
para a direita ou esquerda, dependendo das condições
do clima. A abertura costuma ser em direção
contrária à dos ventos e chuvas. O ninho pesa
em média 4 quilos.
A reprodução
tem início no mês de setembro, põe de
3 a 4 ovos e a incubação dura de 16 a 17 dias.
Ocorre um revezamento entre o casal para cuidar dos filhotes,
que abandonam o ninho em torno de 23 dias.
Os ninhos abandonados são
utilizados por outras aves como canários-da-terra,
andorinhas, tuins, pardais e até mesmo por abelhas.
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João-de-barro (Furnarius
rufus).
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Em comemoração
ao centenário da aprovação da Lei do
Tratado das Aves Migratórias (MBTA, na sigla em inglês),
importantes instituições estrangeiras como
National Audubon Society, National Geographic, BirdLife
International e The Cornell Lab of Ornithology, oficializaram
2018 como o Ano da Ave. Aqui no Brasil, a Agência
Ambiental Pick-upau também realizará uma série
de ações para a promoção do
Projeto Aves, patrocinado pela Petrobras, incluindo matérias
especiais sobre as aves nas mais diversas áreas.
O Projeto Aves realiza diversas
atividades voltadas ao estudo e conservação
desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos
quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria
e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine;
produção e plantio de espécies vegetais,
além de atividades socioambientais com crianças,
jovens e adultos, sobre a importância da conservação
das comunidades de avifauna.
O Projeto Aves é
patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras
Socioambiental, desde 2015.
Da Redação
Fotos: Pick-upau/Reprodução