Dos
restaurantes ao mar: o perigo do canudo plástico
O Cerca
de 8 milhões de toneladas de plástico são
descartadas nas águas por ano
03/12/2018 – Não
é novidade que o plástico e sua difícil
decomposição não colaboram com a preservação
da natureza, mas desde que um vídeo viralizou nas
redes sociais em 2015 (hoje com mais de 30 milhões
de visualizações), o assunto tem se tornado
cada vez mais notório. O material traz imagens fortes:
um grupo de biólogos marinhos leva oito minutos para
retirar um pedaço de canudo plástico da narina
de uma tartaruga. Desde então, a conscientização
contra a utilização desse pequeno - porém
fatal - utensílio tem invadido mundo e gerado polêmica.
Reprodução/Colégio
Notarial do Brasil
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Algumas empresas como Disney,
Starbucks, Mc Donald’s e Burger King não oferecerão
mais os canudos plásticos em alguns de seus estabelecimentos,
como no Reino Unido, Irlanda e Escócia (apenas se
o cliente solicitar). “Levará algum tempo para
podermos consolidar números, mas com a participação
das grandes corporações, como redes de fast-food,
restaurantes e produtores de bebidas lácteas, por
exemplo, os resultados virão com certeza”,
disse o CEO da agência ambiental Pick-upau, Julio
Andrade.
O Rio de Janeiro é
a primeira cidade brasileira que decidiu banir por completo
o uso de canudos plásticos em bares, quiosques e
restaurantes. No dia 5 de julho, o prefeito Marcelo Crivella
sancionou o projeto de lei que multa estabelecimentos que
descumprirem a norma e, desde o dia 19 de setembro, a lei
já é válida. O valor da multa é
de R$ 1.600,00 mas pode chegar a R$ 6.000,00. Canudos recicláveis
devem ser oferecidos como alternativa.
O Tabelião de Notas
e Protesto de Caraguatatuba, Rodrigo Álvares, opinou
sobre a proibição do produto em estabelecimentos
comerciais. “Sou favorável ao banimento. Não
mais se justifica a utilização de canudos
de plástico. No entanto, o maior problema é
a péssima qualidade de educação a que
a maior parte dos brasileiros está submetida. Nenhuma
medida terá êxito se não for acompanhada
pela melhora educacional”.
Reprodução/Colégio
Notarial do Brasil
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Considerando o exemplo do
Burger King, a rede de fast-food providenciará canudos
biodegradáveis feitos de papel para aqueles que exigirem
o apetrecho. Com essa ideia, Julio elencou alternativas
ao canudo plástico. “Na maioria das situações
ele deverá ser substituído por copos, no caso
de uma água de coco, por exemplo, e por canudos de
materiais alternativos, que causam menos impacto no meio
ambiente. Temos opções que vão desde
o
canudo de papel, de vidro, de aço inoxidável,
até feitos de bambu e macarrão”, esclareceu.
Na constante busca pela
conscientização, a Tabeliã de Notas
e de Registro Civil das Pessoas Naturais de Iperó,
Luciane Siveiro, declarou que cuida pessoalmente do jardim
do cartório, para que o ato seja um exemplo para
seus funcionários, e comentou sobre projeto lançado
recentemente. “Árvore da Vida é um projeto
que criamos nesse ano e consiste em dar uma muda de árvore
para cada nascimento registrado no cartório. Aquela
árvore representa
a vida e o crescimento do filho; por isso eles têm
um motivo para zelar por elas”, afirmou.
“Não podemos
nos esquecer que o canudo é algo que utilizamos em
alguns minutos e depois já descartamos, mas seu tempo
de decomposição pode variar de 40 a 500 anos”
*Matéria publicada no Jornal do Notário.
Do Colégio
Notarial do Brasil
Fotos: Reprodução