Arara-azul-de-lear
tem filhotes no CECFAU, em São Paulo
Centro
de Conservação da Fauna comemora nascimento
de espécie ameaçada
27/02/2019 – Inaugurado
em 2015, na cidade de Araçoiaba da Serra, interior
de São Paulo, o CECFAU – Centro de Estudos
e Conservação da Fauna Silvestre do Estado
de São Paulo, comemora em 2019, o nascimento de novos
filhotes de arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari),
uma espécie com alto risco de ameaça.
O CECFAU foi idealizado
com objetivo de promover a pesquisa e a conservação
de espécies ameaçadas de extinção.
Atualmente, a arara-azul-de-lear é a única
espécie da avifauna presente no local. A espécie
está classificada como “Em Perigo” (EN)
de extinção, e segundo o Zoo de São
Paulo, sua reprodução em cativeiro é
difícil e somente em 2015, a Fundação
teve êxito. Endêmica do Estado da Bahia, ocorrendo
em áreas restritas do Bioma Caatinga, a arara-azul-de-lear
sofre grande pressão por redução de
habitat e pelo tráfico de animais silvestres.
CECFAU/Paulo
Gil/Divulgação
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Filhotes de arara-azul-de-lear
(Anodorhynchus leari).
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Nos últimos anos
os pesquisadores do CECFAU realizaram remanejamentos de
animais e tentativas de novos pareamentos, em janeiro de
2019, a Fundação anunciou o nascimento dos
novos filhotes. Desde o inicio do projeto de conservação
o casal de araras já deu a luz a nove filhotes vivos.
O novo casal já postou
quatro ovos, originando o nascimento de três filhotes,
sendo dois criados inicialmente pelos pais. Com a morte
de um dos filhotes, o remanescente passou a ser criado artificialmente
pela equipe do centro. O terceiro filhote nasceu na chocadeira
do CECFAU, após sua retirada no estágio final
de desenvolvimento.
Segundo a Fundação,
uma nova postura de ovos pode ocorrer ainda no inicio deste
ano. Enquanto os pesquisadores esperam, os filhotes recebem
cuidados diários com alimentação, pesagem
e limpeza, com objetivo de garantir seu total desenvolvimento.
A reduzida população da espécie mantida
em cativeiros, criadouros e zoológicos é um
desafio para a variabilidade genética da população
cativa, tornando a reprodução ainda mais difícil.
Por isso o nascimento é tão comemorado. "Diante
disso, é uma grande conquista para esta Fundação
manter um segundo casal reproduzindo com êxito, pois
irá fortalecer as ações de recuperação
da espécie, visando a manutenção de
uma população geneticamente viável
nos atuais programas de proteção", informou
a Fundação.
CECFAU/Paulo
Gil/Divulgação
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Filhotes de arara-azul-de-lear
(Anodorhynchus leari).
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A Pick-upau no CECFAU
Paisagismo Ecológico: A Agência Ambiental Pick-upau
realizou o Projeto de Paisagismo Ecológico do CECFAU
onde foram considerados diversos aspectos como a biologia
reprodutiva, bem como a fenologia das espécies; vetor
de polinização (dispersão de frutos
e sementes); ocorrência natural, considerando o sistema
fisionômico-ecológico de classificação
vegetal (tipos de florestas); aspectos ecológicos,
como a densidade demográfica; celeridade de crescimento
e/ou sucessão ecológica; desenvolvimento silviculturais
em pleno sol e áreas sombreadas, potencialidade de
desenvolvimento das espécies em função
do clima apresentado, com o objetivo de analisar parâmetros
que visam quantificar e qualificar espécies arbóreas
e arbustivas mais adequadas para a composição
final do projeto de paisagismo do CECFAU. O projeto teve
como principal objetivo criar um ambiente mais agradável
e adequado para as espécies que vivem e viverão
no centro de pesquisa, além de integrar as construções
e as pessoas que trabalham no local.
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Paisagismo Ecológico no
CECFAU.
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Sobre o Zoo de SP
Poucas experiências são tão significativas
para adultos e crianças quanto uma visita ao Zoológico.
Apreciar a diversidade da fauna cria um vínculo poderoso
e universal com a natureza. Aproximadamente 10% da população
do mundo visita um zoológico ou aquário a
cada ano. Desde sua abertura em 1958, o Zoológico
de São Paulo já recebeu mais de 85 milhões
de visitantes.
CECFAU/Paulo
Gil/Divulgação
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Filhotes de arara-azul-de-lear
(Anodorhynchus leari).
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Localizado em uma área
de 824.529 m² de Mata Atlântica, o parque aloja
nascentes do histórico riacho do Ipiranga, cujas
águas formam um lago que acolhe exemplares de aves
de várias espécies, além de aves migratórias.
Assim como o lago, a mata abriga animais nativos de vida
livre, formando maravilhosa fauna paralela.
Por meio da exibição
de mais de 3.000 animais, representados por espécies
de mamíferos, aves, répteis, anfíbios
e invertebrados, o Zoológico de São Paulo
promove a conscientização do público
sobre as diversas formas de vida sobre a Terra.
Sobre o CECFAU
Inaugurado em 2015, o CECFAU – Centro de Conservação
de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo foi concebido
pelo Conselho Diretor e pelo corpo técnico da Fundação
Parque Zoológico de São Paulo, e viabilizado
exclusivamente com recursos financeiros próprios,
arrecadados pela atividade de visitação do
parque. Trata-se de um avançado centro de estudos
voltado para o monitoramento ambiental, a preservação
de amostras e a manutenção de recursos genéticos.
O local escolhido como sede é uma área de
80 mil m², dentro da Fazenda do Zoo, em Araçoiaba
da Serra/SP.
CECFAU/Paulo
Gil/Divulgação
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Casal de arara-azul-de-lear (Anodorhynchus
leari).
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O projeto de infraestrutura
do CECFAU segue diretrizes que priorizam a gestão
ambiental sustentável e inclui em suas instalações
áreas administrativas, de apoio técnico, de
alimentação animal e um complexo de recintos
adaptados para o manejo de diferentes espécies animais.
Na área de treinamentos, concentra espaço
equipado para realização de cursos, reuniões,
palestras e eventos. As atividades operacionais estão
segmentadas em espaços próprios, como escritórios,
vestiários e depósito de suprimentos.
Com toda essa infraestrutura,
o CECFAU encontra-se plenamente capacitado para cumprir
com distinção seu principal papel: promover
a conservação de espécies da fauna
silvestre nativa ameaçadas de extinção,
por meio de pesquisas e programas integrados de conservação
in situ e ex situ e da manutenção de indivíduos
cativos geneticamente viáveis para programas de reintrodução
e reforço das populações na natureza.
No campo da pesquisa, o
laboratório de biologia molecular da Fundação
permitirá ainda a criação de um banco
genético de reserva, integrando equipes multidisciplinares,
entidades ambientais e a comunidade científica.
CECFAU/Paulo
Gil/Divulgação
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Casal de arara-azul-de-lear (Anodorhynchus
leari).
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Outro aspecto muito importante
é o estímulo à educação
ambiental das comunidades que vivem próximas às
áreas onde o CECFAU desenvolve seu trabalho de campo.
A preocupação dos técnicos envolve
não apenas o estudo e a conservação
da fauna local ameaçada, mas a conscientização
da população sobre o importante papel que
cada espécie desempenha no equilíbrio do meio
ambiente.
Com a criação
do CECFAU, toda a equipe da Fundação já
comemora os resultados, às vezes intangíveis,
como a conscientização das pessoas, outrora
muito significativos, como as primeiras pesquisas ou mesmo
um feito inédito e emocionante, como o nascimento
do primeiro filhote de arara-azul-de-Lear em cativeiro no
Brasil. Essa é a motivação que impulsiona
todos os profissionais da Fundação e do CECFAU:
utilizar seu capital humano e tecnologia para amparar a
vida animal.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves. Parcerias
estratégicas como patrocínios da Petrobras
e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa.
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Veja o artigo científico
sobre o Projeto de Paisagismo Ecológico do
CECFAU.
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Da Redação,
com informações da FPZSP
Fotos: Reprodução/Pick-upau/CECFAU/Zoo/Paulo
Gil