Ave
considerada extinta reaparece em ilha do Oceano Índico
Extinta
há 136 mil anos, ave foi observada nos dias de hoje,
graças a um fenômeno chamado de evolução
iterativa, que motivou o surgimento de uma subespécie
25/05/2019 – Há
cerca de 136 mil anos uma ave conhecida como Aldabra rail
(Dryolimnas cuvieri), vivia no atol de Aldabra,
no Oceano Índico, mas uma inundação
acabou por matar diversas espécies, incluindo a Aldabra.
Entretanto, a ave reapareceu na região, sendo hoje
a única espécie que não voa habitando
a região.
Esse processo evolutivo
raro é conhecido como evolução interativa.
Milhares de anos atrás os Dryolimnas cuvieri
de Madagascar migraram para a Ilha da Reunião,
Ilha Maurícia e para ilhas do atol Aldabra, com a
ausência de predadores, a espécie perdeu a
capacidade de voar, originando uma nova subespécie
determinada Dryolimnas cuvieri aldabranus.
Charles
J Sharp/Wikimedia Commons/Reprodução
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Pássaro Dryolimnas
cuvieri.
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Durante uma inundação
há 136 mil anos, sem a capacidade de voar, os espécimes
não puderam escapar e acabaram morrendo. Contudo,
há 100 mil anos, uma era glacial determinou uma redução
no nível no mar, deixando Aldabra, uma vez mais habitável.
Deste modo, as Dryolimnas cuvieri de Madagascar
migraram para o atol, onde sem predadores, voltaram a perder
a capacidade de voar mais uma vez.
As Dryolimnas cuvieri
de Madagascar deram origem a outras duas subespécies
que também não voam, algo incomum. Essa conclusão
foi dada por pesquisadores da Universidade de Portsmouth
e do Museu de História Natural do Reino Unido, após
a análise de fósseis da ave antes e depois
da inundação.
"Este cenário
pode parecer surpreendente, mas os Dryolimnas cuvieri
são conhecidos por serem colonizadores persistentes
de ilhas isoladas e podem evoluir rapidamente sem a necessidade
de voar, caso existam condições adequadas",
descrevem os autores da pesquisa no periódico Zoological
Journal of the Linnaean Society. “Portanto, é
provável que a dispersão de Dryolimnas
de Madagascar para a remota Aldabra tenha ocorrido em várias
ocasiões."
NASA/Wikimedia
Commons/Reprodução
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Atol de Aldabra, no Oceano Índico.
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Os cientistas também
observaram que uma espécie de iguana e outros lagartos
recolonizaram o atol, entretanto, a maiorias desses animais
não sobreviveram, provavelmente devido a introdução
de roedores.
"Somente em Aldabra,
que tem o registro paleontológico mais antigo de
qualquer ilha na região do Oceano Índico,
há evidências fósseis disponíveis
que demonstram os efeitos da mudança do nível
do mar em eventos de extinção e recolonização",
disse David Martill, professor da Universidade de Portsmouth.
"Estes fósseis
únicos fornecem provas irrefutáveis de que
um membro da família de Dryolimnas cuvieri colonizou
o atol, provavelmente vindo de Madagascar, e tornou-se independente
de voar em cada ocasião", informou Julian Hume,
do Museu de História Natural. "Isso sintetiza
a capacidade dessas aves de colonizar ilhas isoladas e evoluir
para a ausência de voo em múltiplas situações."
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Fósseis do pássaro
Dryolimnas indicaram a falta de asas.
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Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves. Parcerias
estratégicas como patrocínios da Petrobras
e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa.
Da Redação
com informações da Galileu
Fotos: Reprodução/Pick-upau