Fóssil
de ave com dedo enorme é encontrado em âmbar
de 99 milhões de anos
Espécie
traz diferenças que deverá ser criado um novo
gênero na classificação animal
16/07/2019 – Uma descoberta
feita por pesquisadores chineses pode trazer um novo gênero
para a classificação animal. Uma ave com um
dedo demasiadamente comprido foi encontrada embalsamada
em um âmbar de 99 milhões e anos. O objeto
foi comprado de vendedor em Myanmar.
Especialistas acreditam
que a ave utilizava os dedos alongados para capturar presas
em cavidades de árvores. "Fiquei muito surpresa
quando vi o âmbar", disse em comunicado Lida
Xing, uma das autoras da pesquisa. "Isso mostra que
os pássaros antigos eram muito mais diversos do que
pensávamos. Eles desenvolveram muitas características
diferentes para se adaptarem aos seus ambientes."
Os pesquisadores escolheram
o nome Elektorornis chenguangi, a primeira palavra
que indica o gênero da espécie significa “pássaro
âmbar”. O animal faz parte de um grupo de aves
extintas chamado Enantiornithes, o mais comum da era Mesozóica.
A partir da análise
do fóssil, os pesquisadores estimaram que Elektorornis
era menor do que um pardal e arbóreo, passando boa
parte da vida nas árvores. "Dedos alongados
são vistos em animais arborícolas porque eles
precisam ser capazes de agarrar galhos", disse Jingmai
O'Connor, co-autor do estudo. "Mas essa diferença
extrema nos comprimentos do dedo, até onde sabemos,
nunca foi vista antes."
A ave possui pés
com quatro dedos, com o terceiro medindo 20% a mais que
a parte inferior de sua pena e 41% maior que o segundo dedo.
Segundo os pesquisadores, o único animal com esse
tipo de desenvolvimento de dedo desproporcional ocorre apenas
com aie-aie, um primata que vive em Madagascar.
"Não há
nenhuma ave com uma morfologia semelhante que possa ser
considerada um análogo moderno para esse fóssil",
comentou O'Connor. "Muitos pássaros antigos
provavelmente estavam fazendo coisas completamente diferentes
dos vivos. Esse fóssil expõe um nicho ecológico
diferente que esses animais primitivos estavam experimentando
enquanto evoluíram."
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves. Parcerias
estratégicas como patrocínios da Petrobras
e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa.
Da Redação
Com informações da Revista Galileu