Pinguim-imperador
pode ser mais uma vitima do clima
Pesquisadores
apontam que espécie corre risco de extinção
11/11/2019 – Pesquisadores
do Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI, na sigla
em inglês), dos Estados Unidos, indicam que o pinguim-imperador
será uma das espécies que podem ser extintas
com o clima mais quente.
A estimativa do grupo de
pesquisadores é que até o fim do século
o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) seja
mais uma vitima das mudanças climáticas. O
estudo publicado na revista “Global Change Biology”
traz um cenário nada animador.
“Se o clima global
continuar se aquecendo na taxa atual, esperamos que os pinguins-imperadores
na Antártida experimentem um declínio de 86%
até o ano 2100”, disse Stephanie Jenouvrier,
ecologista de aves marinhas do WHO e uma das principais
autoras do estudo. “Nesse momento, será muito
improvável que eles se recuperem”, completa.
A principal questão
relacionada ao seu declínio é o destino do
gelo marinho, que a espécie usa como local de procriação.
Segundo os pesquisadores, os pinguins-imperadores costumam
fazer suas colônias em bases de gelo em condições
muito específicas. Precisam estar protegidas na costa
do continente antártico e próximas ao mar
aberto para facilitar o acesso ao alimento. Mas com o aquecimento
do planeta o degelo torna-se mais comum e as condições
de sobrevivência da espécie ficam muito comprometidas.
A pesquisa compilou dados
de dois modelos de computador. O primeiro modelo climático
foi determinado pelo Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica
(NCAR, na sigla em inglês), que apresenta dados de
onde e quando o gelo antártico se formaria em diferentes
cenários climáticos. Já o segundo panorama
traz projeções sobre a população
dos pinguins, calculando como as colônias poderiam
reagir às mudanças climáticas.
“Estamos desenvolvendo
esse modelo de pinguim há 10 anos”, disse Jenouvrier.
“Ele pode fornecer uma descrição muito
detalhada de como o gelo marinho afeta o ciclo de vida dos
pinguins-imperadores, sua reprodução e mortalidade.
Quando alimentamos os resultados do modelo climático
do NCAR, podemos começar a ver como diferentes alvos
de temperatura global podem afetar a população
de pinguins-imperador como um todo.”
A pesquisa foi montada em
três cenários, com a temperatura global aumentando
1,5 graus Celsius (meta estabelecida pelo Acordo de Paris);
aumento de 2 °C; e um último com aumento da temperatura
entre 5 °C a 6 °C, ou seja, um cenário sem
nenhuma interferência a redução das
mudanças climáticas.
Considerando esses dados
o cenário de 1,5 °C, determinaria a perda de
5% do gelo marinho até 2100, causando a redução
de 19% no número de colônias desses pinguins.
Caso o aumento seja de 2 °C, a perda de gelo marinho
seria três vezes maior e mais de um terço das
colônias desapareceriam. No cenário mais drástico
o efeito seria implacável com a espécie. “Nesse
cenário, os pinguins estarão efetivamente
marchando para a extinção no próximo
século”, disse Jenouvrier.
Saiba
mais sobre a espécie.
Projeto Aves realiza diversas
atividades voltadas ao estudo e conservação
desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos
quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria
e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine;
produção e plantio de espécies vegetais,
além de atividades socioambientais com crianças,
jovens e adultos, sobre a importância da conservação
das comunidades de avifauna. O Projeto Aves é patrocinado
pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental,
desde 2015.
Da Redação,
com informações da Revista Planeta
Fotos: Pixabay/Reprodução