Aves
de rapina sob ameaça
Morte
de uma águia rara colocou as autoridades em alerta
11/08/2020 – A morte
de uma águia-rabalva, conhecida na Grã-Bretanha
como (White-tailed eagle), em Upper Donside chamou a atenção
de conservacionistas e a indústria de tiros. A região
ao redor de Strathdon tem paisagem montanhosa e pântanos
abertos, um território muito propício para
aves de rapina e outras tantas espécies de aves silvestres.
A caça de aves de
rapina no Reino Unido é uma atividade muito antiga
e há muito tempo gera conflitos de interesses, entre
aqueles que preservam a biodiversidade e os que usam a indústria
de tiro como ‘esporte’. Agora a morte de mais
uma ave que estava sendo monitorada por satélite,
encontrada em terras administradas pelos praticantes de
tiro, gerou novas disputas.
Segundo a polícia
local, após testes toxicológicos, foi comprovado
que a ave ingeriu um pesticida proibido e que estavam tratando
a morte como suspeita. Aves de rapina costumam se alimentar
de pintos jovens de produtores locais. Mas, encontrar e
punir um responsável é uma tarefa quase impossível,
dizem.
A Associação
Escocesa de Guarda-Animais (Scottish Gamekeepers Association)
foi rápida em condenar a morte da ave, mas por outro
lado afirma que a indústria de tiro mudou. Ian Thomson,
chefe de investigações da RSPB Escócia,
mas diz não ter certeza de que o problema esteja
sendo resolvido.
“Quando as pessoas
estão abertamente, deliberadamente violando as leis
de nossa terra para facilitar a matança de outros
animais selvagens, acho profundamente frustrante. É
uma questão sobre criminosos e nossa aparente incapacidade
como sociedade de impedir isso.”
"As pessoas que fazem
isso parecem agir como intocáveis e, em grande parte,
parece que são porque é muito raro que alguém
seja condenado por esses crimes".
Segundo Thomson, enquanto
os envenenamentos caíram, as aves passaram a sofrer
por tiros e captura, com o objetivo de destruir as evidências
dos crimes iniciais. Diz ainda que há evidências
que a matança ilegal das aves se ampliou durante
a pandemia, visto que os criminosos se aproveitam da menor
quantidade de agentes públicos em campo.
“Nossos colegas ao
sul da fronteira se referiram a um aumento nos incidentes
de perseguição. Estamos vendo evidências
de que isso aconteceu aqui também”, disse Thomson
ao INews. A perseguição às aves de
rapina envolve envenenamento, armadilhas, tiros, destruição
de habitat e ninhos até a perturbação
das aves.
Segundo o RSPB, 87 casos
confirmados com aves de rapinas foram registrados em todo
o Reino Unido, em 2018. Entretanto, conservacionistas afirmam
que ó número real é muito maior, pois
as aves são baleadas e os corpos e as tags de identificação
são descartados pelos criminosos.
Preservar essas aves também
é bom para os negócios. O ecoturismo transforma-se
cada vez mais em uma atividade rentável e a pressão
política está aumentando sobre os ministros
escoceses para que tomem medidas para ampliar a proteção
da vida selvagem. A ministra do Meio Ambiente, Mairi Gougeon,
disse estar “enojada e irritada” com a morte
“bárbara” da águia-rabalva. A
legislação recente ampliou as sentenças
sobre a morte ilegal de aves protegidas para cinco anos
de prisão e multas ilimitadas.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações do INews (Ian Marland)
Fotos: Reprodução/Wikipedia/Polícia
Escocesa