Músculos
bem definidos sustentam desempenho atlético em aves
O tamanho
das fibras musculares define o desempenho do voo das aves
06/02/2021 – A estrutura
muscular e o tamanho dos corpos de atletas dizem muito sobre
seu desempenho. Esse também parece ser o caso de
aves marinhas que conseguem se deslocar por centenas de
quilômetros e por dias em busca de alimento, de acordo
com um novo artigo de pesquisadores da Universidade McGill
publicado no Journal of Experimental Biology.
Os cientistas estudaram
uma colônia de pequenas gaivotas, conhecidas como
gaivota-tridáctila (Black-legged kittiwake), que
se reproduzem e fazem ninhos em uma torre de radar abandonada
na Ilha Middleton, no Alasca. Foram conectados acelerômetros
GPS- Fitbit para aves, com objetivo de monitorar seu desempenho
de voo e descobriram que essas aves podem viajar até
250 km por dia para buscar alimento para seus filhotes.
Os pesquisadores analisaram
dados do rastreador de GPS e amostras de músculos
de algumas das aves e descobriram que, apesar de bater as
asas com menos frequência, os indivíduos com
fibras musculares maiores eram capazes de voar tão
rápido quanto aquelas com fibras menores. Outra descoberta
da equipe é que as aves que voam mais rápido
têm um número maior de núcleos que produzem
proteínas que impulsionam o voo, em suas células
musculares, permitindo que essas aves ativem mais fibras
musculares para melhorar o desempenho do voo.
Os atletas se exercitam
para manter a tônus muscular. Segundo os pesquisadores,
o mesmo pode estar ocorrendo com as gaivotas, sobretudo,
naqueles indivíduos que se exercitam mais, ou seja,
voam mais, tendo músculos mais desenvolvidos do que
aqueles que voam menos.
“Claramente, como
atletas de elite, elas precisam ter o corpo e músculos
apropriados em excelente forma para poder viajar por longas
distâncias para alimentar seus filhotes. Mas há
uma questão biológica de longa data sobre
por que algumas aves individuais têm um desempenho
tão melhor do que outras”, diz Kyle Elliott,
professor assistente do Departamento de Ciências de
Recursos Naturais da Universidade McGill na Escola de Meio
Ambiente de Bieler e co-autor de o estudo.
“Estudos anteriores
se concentraram nos níveis hormonais, massa corporal
ou níveis de glóbulos vermelhos como um indicador
de desempenho de voo. Descobrimos que a estrutura muscular
e a massa corporal juntas predizem o desempenho", conclui.
“Com os dados dos
acelerômetros GPS, podemos entender muito sobre essas
aves, como e onde encontrarão comida, a velocidade
com que voam e a frequência com que batem as asas
durante o voo”, diz Kristen Lalla, a primeira autora
do artigo, do qual foi co-autora como estudante de graduação
sob a supervisão de Elliott. “No passado, um
dos desafios de medir a estrutura muscular em pequenas aves
era que geralmente exigia a biópsia do músculo”.
Em outubro de 2017, período
do estudo, o Golfo do Alaska sofreu uma grande onda de calor
marinho e as gaivotas foram forçadas a forragear
de quatro a cinco vezes mais longe do que estavam acostumadas.
Os pesquisadores agora querem determinar com a estrutura
muscular e o desempenho do voo pode variar quando as condições
climáticas e ambientais são menos desafiadoras.
A pesquisa foi financiada pelo Conselho de Ciências
Naturais e de Pesquisa em Engenharia.
Fonte:
Journal of Experimental Biology doi: 10.1242 / jeb.234104
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação
com informações Community News
Fotos: Reprodução/Pixabay/Wikipedia