Chapins
‘atualizam tradições’ para melhorar
comportamentos
Pesquisa
sugere que mudança ajuda na chegada de novas aves
ao grupo
15/04/2021 – Uma nova
pesquisa publicada na revista Current Biology sugere que
espécies como os chapins podem adotar comportamentos
mais hábeis quando novos indivíduos se juntam
ao grupo. Pesquisadores alemães acreditam que populações
de grandes chapins que frequentam jardins foram capazes
de mudar um comportamento, conforme novos membros chegavam
e substituíam os participantes mais velhos.
A pesquisa revela que a
imigração dessas aves é um grande motor
para mudanças culturais entre os grupos de animais
e que isso pode ajudar as espécies a se adaptarem
aos ambientes com mais rapidez.
A tradição
cultural identificada nos chapins já é um
comportamento conhecido em muitos grupos de animais como
primatas, roedores, mamíferos, como golfinhos e baleias,
além das próprias aves. Os grandes chapins
são um ótimo exemplo de cultura animal. Na
década de 1920, aves na orla de Southampton, no Reino
Unido, foram flagradas abrindo tampas de alumínio
de garrafas de leite para acessar o conteúdo. Esse
comportamento foi observado nos 20 anos subsequentes, até
que todas as aves do país passassem a ter o mesmo
comportamento.
Segundo os pesquisadores,
em 2015 já havia evidências que os chapins
eram capazes de manter tradições culturais.
Uma nova maneira de alimentação, reconhecida
pelos cientistas como uma inovação que poderia
ser ensinada para um indivíduo e que essa solução
poderia ser aprendida por outras aves e depois espalhada
por outras populações.
Agora o novo estudo, que
se baseia nessa pesquisa de 2015, indica que ainda não
se sabia que os grupos podem mudar seu comportamento completamente,
depois que essa tradição se concretiza a dúvida
paira sobre se os animais estão condenados a repetir
os mesmos comportamentos ou podem se tornar mais eficientes.
Segundo os pesquisadores,
um comportamento menos eficiente pode ser superado por técnicas
mais hábeis e eficientes, mas somente quando há
mudança demográfica no grupo. Durante a pesquisa
foi observada a rotatividade da população,
que segundo os pesquisadores é uma capacidade fundamental
para a mudança de comportamento e tradição
em animais.
O estudo relatou como os
chapins-grandes capturados na natureza resolveram quebra-cabeças
e o rastreamento de seu comportamento. Foram criados 18
grupos de aves, cada um com uma caixa-quebra-cabeças
automatizada que fornecia uma recompensa, quando uma ave
conseguia resolver o problema.
Cada grupo de ave tinha
um tutor treinado com uma solução para o quebra-cabeça
relativamente ineficiente, que se espalhou pelo resto do
grupo. Depois, metade dos grupos ficou estática e
na outra metade os indivíduos foram substituídos
gradualmente por novas aves selvagens. O experimento durou
quatro semanas.
Em ambos os grupos se registrou
uma solução eficiente, mas os grupos eram
muito mais propensos a adotar um comportamento preferido.
Os indivíduos residentes que tinham mais experiência
com os quebra-cabeças foram aqueles que inovaram
a solução mais eficiente, mas não adotaram
como seu comportamento preferido.
Por outro lado, as aves
inexperientes adotaram essas inovações, ampliando
a informação social apresentada. As aves em
grupos mais adaptados foram capazes de resolver os problemas
com mais rapidez do que aqueles grupos mais estáticos,
apesar de terem menos experiência geral. Para os pesquisadores,
o novo estudo pode mostrar como a dinâmica social
pode ser parte do segredo de seu sucesso, bem como contribuir
para sua flexibilidade.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay