Origens
das aves mortas em instalações de energia
eólica e solar foram reveladas por penas
Isótopos
de hidrogênio estáveis encontrados em penas
de 871 aves mortas em instalações de energia
solar e eólica na Califórnia forneceram pistas
sobre a origem geográfica das aves
24/04/2024 – Com o
aumento das preocupações sobre o declínio
das populações de aves em todo o mundo, os
ecologistas desenvolveram uma nova abordagem para compreender
uma das mais recentes ameaças às aves: o aumento
das instalações de energia eólica e
solar. Segundo Hannah Vander Zanden, professora assistente
de biologia da Universidade da Flórida, a mortalidade
de aves tornou-se uma consequência não intencional
desses desenvolvimentos.
As aves podem morrer de
várias maneiras, incluindo colisões com turbinas
eólicas, choques com painéis solares que confundem
com corpos d'água ou exposição ao calor
intenso das usinas de energia solar concentrada. Embora
a taxa de mortalidade seja menor do que outras causas, como
colisões com edifícios ou ataques de gatos
domésticos, os cientistas enfatizam a importância
de minimizar essas fatalidades.
Vander Zanden e sua equipe
conduziram análises de dados geoespaciais de isótopos
de hidrogênio estáveis encontrados em penas
de 871 aves mortas em instalações de energia
solar e eólica na Califórnia, representando
24 espécies. Esses isótopos forneceram pistas
sobre a origem geográfica das aves, com base na água
que consumiram durante o crescimento das penas.
Os resultados, publicados
na revista Conservation Biology, revelaram que as aves mortas
nessas instalações provinham de uma ampla
área do continente, com origens geográficas
variadas entre as espécies. A maioria das aves mortas
em instalações solares não era local
e atingiu o pico durante os períodos migratórios,
enquanto a porcentagem de aves migratórias em instalações
eólicas quase correspondia à das aves locais.
Esses dados podem informar
estratégias para minimizar ou mitigar as fatalidades,
como trabalhar com conservacionistas para melhorar o habitat
local e proteger as aves locais, ou melhorar outras áreas
da distribuição da espécie para ajudar
as aves migratórias. Além disso, o estudo
destaca o potencial dos dados de isótopos estáveis
para avaliar o crescimento futuro da população
ou padrões de declínio das aves devido a várias
razões.
Segundo Vander Zanden, estudar
os restos mortais de animais é uma abordagem não
invasiva para obter informações valiosas sobre
conservação e entender o que ocorre com as
aves.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay