Áreas
protegidas respondem por 10% dos peixes em recifes de corais:
como ampliar os benefícios?
Estudo
global revela o impacto da proteção marinha
e aponta caminhos para aumentar a biomassa de peixes nos
recifes
13/01/2025 – As populações
de peixes em recifes de corais caíram drasticamente
nas últimas décadas devido à pesca
excessiva e às mudanças climáticas.
Em resposta, governos criaram áreas marinhas protegidas
(AMPs) para preservar a biodiversidade marinha. Contudo,
a extensão real dos benefícios dessas áreas
ainda gera dúvidas.
Um estudo recente, conduzido
em 2.600 recifes tropicais ao redor do mundo, demonstrou
que cerca de 10% da biomassa de peixes nos recifes é
resultado direto de esforços de conservação,
como as AMPs e outras restrições à
pesca. Apesar desse progresso, os resultados também
apontam para um grande potencial de melhoria.
As AMPs incluem zonas onde
a atividade humana é limitada, como parques marinhos
e zonas de não captura, onde a pesca é proibida.
No entanto, a eficácia dessas áreas varia
amplamente, dependendo de fatores como conformidade com
as restrições, condições ambientais
locais e pressão de pesca nas regiões adjacentes.
Cerca de 8% dos oceanos
do mundo são protegidos, com apenas 3% dessas áreas
proibindo totalmente a pesca. Apesar do número modesto,
as zonas de exclusão de captura são particularmente
eficazes, representando 20% da biomassa de peixes atribuível
à conservação, mesmo cobrindo uma pequena
fração das áreas protegidas.
Os pesquisadores desenvolveram
modelos computacionais para simular diferentes cenários
de proteção em recifes de corais. Entre os
resultados, destacam-se:
• Sem conservação:
Se todos os recifes fossem pescados sem restrições,
a biomassa de peixes seria significativamente menor.
• Proteção parcial: A aplicação
de restrições, como proibição
de redes ou armas de caça submarina, poderia aumentar
a biomassa global em 10,5%.
• Expansão estratégica: Proibir a pesca
em 30% dos recifes poderia aumentar a biomassa em até
28%, desde que as áreas protegidas fossem escolhidas
estrategicamente, levando em conta fatores locais.
Locais com menor pressão
de pesca e ecossistemas saudáveis apresentam maior
recuperação com medidas de proteção.
Já em áreas onde a pesca é intensa,
o domínio de algas sobre os corais dificulta a recuperação
das populações de peixes.
Essas descobertas reforçam
a necessidade de uma abordagem estratégica na escolha
das AMPs, priorizando áreas com maior potencial de
recuperação e assegurando o cumprimento das
regras estabelecidas.
Com o compromisso global
de proteger 30% dos ecossistemas terrestres e aquáticos
até 2030, a área de AMPs deve crescer significativamente
nos próximos anos. A pesquisa sugere que o sucesso
desse esforço depende não apenas da expansão
das zonas protegidas, mas também do fortalecimento
da gestão e da fiscalização nas áreas
já existentes.
Apesar dos desafios, o estudo
oferece razões para otimismo. As AMPs já demonstraram
sua eficácia na conservação de peixes
nos recifes, e há um enorme potencial para ampliar
esses benefícios. Com esforços coordenados
e estratégias baseadas em evidências, podemos
garantir um futuro mais sustentável para os recifes
de corais e para as comunidades que dependem deles.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay