Aves
perdidas: lista atualizada reúne 126 espécies
não avistadas na natureza
Cinco
das espécies consideradas desaparecidas há
mais de uma década são brasileiras
29/01/2025 – A organização
Search for Lost Birds divulgou recentemente uma lista atualizada
de aves consideradas perdidas, aquelas que não são
observadas na natureza por mais de dez anos, embora não
possam ser classificadas oficialmente como extintas. O levantamento,
publicado em 12 de agosto, identifica 126 espécies
desaparecidas em diferentes regiões do mundo, incluindo
cinco do Brasil.
Atualmente, há 11.849
espécies de aves documentadas no planeta, mas algumas
delas, devido a hábitos específicos ou à
localização remota de seus habitats, escapam
da observação científica. Segundo a
União Internacional para a Conservação
da Natureza (IUCN), essas aves apresentam status de conservação
variado, de "Menos Preocupante" a "Criticamente
Ameaçado", com possível extinção.
Entre as espécies
brasileiras da lista estão o caburé-de-pernambuco
(Glaucidium mooreorum), o tietê-de-coroa (Calyptura
cristata), a choquinha-fluminense (Myrmotherula fluminensis),
o pararu-espelho (Paraclaravis geoffroyi) e a arara-azul-pequena
(Anodorhynchus glaucus).
O caso do tietê-de-coroa
chama a atenção, pois o último registro
confirmado da espécie remonta ao século XIX,
entre 1860 e 1864, na Mata Atlântica. Embora tenha
havido um possível avistamento em 1996, na Serra
dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a observação
não foi confirmada por registros fotográficos
ou em vídeo. Já a arara-azul-pequena, que
habitava regiões fluviais do Brasil e países
vizinhos, não é vista há mais de 80
anos, mas indícios de sua existência mantêm
seu status como "criticamente ameaçada".
A lista foi elaborada com
base em artigos científicos, registros de museus
e relatos de especialistas, além de contribuições
de plataformas de ciência cidadã alimentadas
por observadores de aves. Desde a publicação
anterior, em 2022, 14 espécies anteriormente perdidas
foram redescobertas, como o pombo-faisão-de-nuca-preta
(Otidiphaps nobilis insularis), avistado após 126
anos, e o asa-de-sabre-de-santa-marta (Campylopterus phainopeplus),
redescoberto após 76 anos.
Especialistas ressaltam
que identificar e documentar a sobrevivência dessas
aves é crucial para evitar sua extinção.
Cameron Rutt, ex-coordenador científico da iniciativa,
explicou que apenas cerca de 1% das espécies conhecidas
escaparam da documentação na última
década, e muitas delas estão gravemente ameaçadas.
Para ele, encontrar essas aves é essencial para guiar
esforços de conservação.
Daniel Lebbin, vice-presidente
de espécies ameaçadas da American Bird Conservancy,
destacou a importância de localizar as populações
sobreviventes para proteger seus habitats e direcionar ações
de preservação. Ele afirmou que a busca anual
por essas espécies é uma estratégia
indispensável para impedir que mais aves desapareçam
definitivamente.
Com atualizações anuais previstas, a iniciativa
busca não apenas redescobrir espécies desaparecidas,
mas também conscientizar sobre a fragilidade dos
ecossistemas e a urgência da conservação.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay