O
retorno do Sihek: pequenos pássaros fazem história
após 35 anos de extinção na natureza
Com
esforço internacional, aves nativas de Guam ganham
uma nova chance de viverem livres no Atol de Palmyra, um
refúgio protegido
08/04/2025 – Por mais
de três décadas, o martim-pescador de Guam,
também conhecido como sihek, não voava livre
na natureza. Declarada extinta em ambiente selvagem desde
1988, a espécie, caracterizada por sua plumagem azul-celeste
e canela, enfrentou ameaças devastadoras como a cobra-marrom,
predador invasor nas florestas de Guam. Hoje, graças
a um esforço global de conservação,
o sihek começa a escrever um novo capítulo
em sua história.
Em setembro, seis siheks
foram soltos no Atol de Palmyra, uma ilha remota no Pacífico.
Essa ação faz parte do Programa de Recuperação
de Sihek, iniciativa que reúne esforços de
organizações como a Sociedade Zoológica
de Londres e o Smithsonian's National Zoo. Segundo Yolonda
Topasna, coordenadora do programa, o retorno dessas aves
simboliza não apenas a resiliência da espécie,
mas também o comprometimento do povo de Guam em preservar
sua herança natural.
Embora sejam nativos de
Guam, os siheks foram introduzidos no Atol de Palmyra, um
local cuidadosamente escolhido por oferecer condições
ideais para sua sobrevivência. Alex Wegmann, cientista
da The Nature Conservancy, destacou que o atol é
um dos ecossistemas mais saudáveis do planeta. Livre
de predadores invasores como ratos e totalmente protegido
como um refúgio nacional de vida selvagem, o local
garante segurança para as aves enquanto se adaptam
ao ambiente.
Antes de serem soltos, os
pássaros passaram semanas em um processo de aclimatação,
sendo monitorados de perto por especialistas. Cada um dos
seis liberados recebeu rastreadores de rádio, permitindo
que os cientistas acompanhem seu comportamento, como forrageamento,
uso do habitat e, eventualmente, reprodução.
Para facilitar a transição, também
foi disponibilizada alimentação suplementar.
A reintrodução
do sihek à natureza foi possível graças
à preservação da espécie em
cativeiro desde 1988. Naquele ano, apenas 29 indivíduos
foram levados para zoológicos nos Estados Unidos,
onde programas de reprodução e cuidado intensivo
permitiram o crescimento da população. Hoje,
existem 127 siheks, um marco alcançado com o apoio
de instituições como o Zoológico Brookfield,
o Animal Kingdom da Disney e o Aviário Nacional de
Pittsburgh.
Erica Royer, avicultora
do Smithsonian's National Zoo, explicou que o processo envolveu
desde a incubação dos ovos até a criação
manual dos filhotes. Para ela, reintroduzir essas aves na
natureza é um feito monumental, fruto de décadas
de dedicação.
Embora o Atol de Palmyra
seja o atual lar dos siheks, a meta final é reintroduzi-los
em Guam. No entanto, o sucesso desse plano depende de esforços
contínuos para controlar predadores invasores e restaurar
os habitats originais da ilha.
Essa história de
resiliência não apenas celebra a recuperação
de uma espécie, mas também serve como um lembrete
do impacto humano na biodiversidade e da importância
de esforços conjuntos para preservar o equilíbrio
dos ecossistemas.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay