Urbanização
e mudanças climáticas afetam beija-flores,
diz pesquisa
Estudo
foi feito com 176 espécies de beija-flores e 1.180
espécies de plantas
06/05/2025 – Os beija-flores,
membros da família Trochilidae, são altamente
admirados e encontrados das Américas do Norte ao
Sul, com maior diversidade no Brasil e no Equador, que juntos
abrigam quase metade das espécies conhecidas. Essas
aves pequenas, com comprimento entre 6 e 12 cm e peso de
2 a 6 gramas, são o grupo de polinizadores mais diverso
entre os vertebrados. Eles desempenham um papel crucial
na polinização das flores, possuindo características
adaptadas a esse modo de vida, como um corpo diminuto, metabolismo
acelerado e bico e língua especializados para se
alimentar de néctar.
Na América, milhares
de plantas, incluindo muitas das flores mais coloridas e
vistosas, dependem dos beija-flores para sua polinização.
No entanto, a expansão urbana em um continente com
mais de 1 bilhão de habitantes tem afetado a vida
dessas aves. Pietro Maruyama, professor da Universidade
Federal de Minas Gerais, coordenou um estudo internacional
sobre o impacto da urbanização nos beija-flores,
sendo o principal responsável pela pesquisa e pela
redação do artigo final, que contou com a
colaboração de 69 co-autores.
O estudo revelou que a urbanização
tem alterado os ecossistemas, mas ainda não está
claro até que ponto esses efeitos se sobrepõem
aos padrões naturais, como o clima, na promoção
da biodiversidade. Utilizando dados de mais de 100 comunidades
ecológicas entre beija-flores e plantas mutualísticas,
a pesquisa abrangeu uma área que vai do México
ao Brasil, envolvendo 176 espécies de beija-flores
e 1.180 espécies de plantas. Os resultados mostraram
que, nos habitats urbanos, as associações
entre espécies são mais generalizadas do que
nas áreas naturais, com maior sobreposição
de interações. Além disso, há
uma maior presença de plantas não nativas
nos ambientes urbanos, onde as espécies de beija-flores
tendem a ser maiores, com bicos mais curtos e menor diversidade
de formas.
O estudo indicou que, com
a diminuição da chuva tanto em áreas
urbanas quanto naturais, as interações entre
as espécies se tornaram mais generalizadas, sugerindo
que o clima afeta as comunidades ecossistêmicas independentemente
do tipo de habitat. Os resultados apontam que a urbanização
altera essas interações. A pesquisa foi publicada
na revista Proceedings of the National Academy of Sciences
USA (PNAS), uma das revistas científicas mais prestigiadas,
o que conferiu visibilidade ao estudo, incluindo o realizado
no Brasil.
A pesquisa concluiu que,
embora a urbanização altere as interações
ecológicas entre beija-flores e plantas, o clima
ainda exerce influência, mesmo em ambientes urbanos
transformados. Realizada ao longo de quatro anos e com dados
de décadas passadas, a investigação
analisou 103 áreas, das quais 36 eram urbanas, variando
de cidades de médio porte a grandes metrópoles,
como a Cidade do México. O estudo revelou que a urbanização
tem remodelado os ecossistemas, afetando essas interações.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay