Estudo
explora como vida marinha ajuda oceano a armazenar carbono
Pesquisa
liderada pela Universidade de Southampton, do Centro Nacional
de Oceanografia (NOC) e da Universidade Heriot-Watt
21/05/2025 – Uma equipe
internacional de cientistas, liderada pela Universidade
de Southampton, o Centro Nacional de Oceanografia (NOC)
e a Universidade Heriot-Watt, está investigando o
papel dos organismos marinhos no armazenamento de carbono
no oceano. A pesquisa combina estudos de campo com tecnologia
autônoma de ponta para obter observações
raras ao longo de um ciclo sazonal, com amostras intensas
nas estações mais biologicamente ativas. Os
cientistas destacam que os organismos marinhos são
essenciais para armazenar carbono no oceano, evitando que
ele permaneça na atmosfera.
Evidências recentes
indicam que os modelos climáticos não estão
considerando completamente o impacto das mudanças
nos processos biológicos, o que pode dificultar as
previsões sobre o papel do oceano no armazenamento
de carbono no futuro. O programa BIO-Carbon, financiado
pelo Natural Environment Research Council (NERC), visa fornecer
o conhecimento necessário para fazer previsões
mais precisas sobre como o armazenamento de carbono oceânico
pode ser afetado pelas mudanças climáticas.
Cientistas concluíram
a primeira de duas expedições no Atlântico
Norte, ao sul da Islândia, a bordo do navio de pesquisa
RRS Discovery, da NOC. O projeto, liderado pelo Professor
Mark Moore, da Universidade de Southampton, explora a produção
primária, processo essencial pelo qual o carbono
é removido da superfície do oceano e transformado
em matéria orgânica. A produção
primária sustenta toda a vida marinha. Combinando
experimentos a bordo do navio com observações
feitas por robôs e flutuadores ao longo do ano, a
equipe investiga como a disponibilidade de luz, nutrientes
e o consumo por organismos maiores influenciam esse processo
vital.
O Professor Moore destaca
que a produtividade do oceano superior é crucial
para o armazenamento biológico de carbono, mas ainda
faltam medições anuais completas para entender
como esses processos são controlados. A combinação
de cruzeiros e novas plataformas robóticas oferece
uma oportunidade importante para preencher essa lacuna de
observação. Além disso, outro projeto
liderado pela Professora Stephanie Henson, do NOC, busca
entender como as mudanças climáticas afetarão
a taxa em que o ecossistema marinho libera dióxido
de carbono, utilizando carbono orgânico como fonte
de energia no processo de respiração.
Stephanie e sua equipe estão
usando câmeras e robôs avançados para
estudar como o carbono dos organismos mortos é consumido
enquanto afunda, além de implantar um novo equipamento,
um minilaboratório de deriva livre, para medir a
taxa de respiração do material orgânico
in situ. O trabalho de campo liderado pelo Professor Alex
Poulton, da Heriot-Watt University, investiga como os cocolitóforos,
organismos que constroem conchas por calcificação,
podem influenciar a capacidade da água do mar de
absorver dióxido de carbono da atmosfera.
Alex e sua equipe realizaram
novas medições e experimentos no mar, utilizando
sensores inovadores em navios, robôs oceânicos
e satélites para estudar como a infecção
viral e o consumo por pequenos animais afetam as florações
de cocolitóforos, chamadas de "águas
brancas" ou "marés brancas". Durante
a expedição de primavera, a equipe encontrou
uma grande floração de cocolitóforos
no nordeste do Atlântico, na Bacia da Islândia,
que é aproximadamente do tamanho da Escócia.
Uma missão conjunta
BIO-Carbon-FMRI utilizou dois veículos autônomos,
incluindo o famoso Boaty McBoatface (Autosub Long Range
- ALR), equipados com sensores avançados para analisar
a biologia e química do oceano. A missão marcou
a primeira implantação de um ALR em uma viagem
de país para país, com o ALR 4 cruzando a
Bacia da Islândia de Reykjavik a Harris, nas Hébridas
Exteriores. Também foi a primeira vez que a NOC implantou
dois ALRs simultaneamente, expandindo os limites da exploração
robótica oceânica. A segunda expedição
BIO-Carbon ocorreu no outono a bordo do RRS James Cook,
com a recuperação das plataformas robóticas
e continuidade do trabalho de campo.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay