SARNEY FILHO QUER
COMPROMISSO DE PAÍSES RICOS PARA ENFRENTAR
O TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2001
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O ministro do Meio Ambiente,
José Sarney Filho, culpou os países de Primeiro
Mundo por estimularem o tráfico de animais silvestres
em todo o mundo. Sarney Filho afirmou que é preciso
atuar em duas frentes: dar alternativa econômica
às comunidades carentes que sobrevivem do tráfico
e conscientizar os consumidores que alimentam o tráfico,
principalmente o mercado internacional, como Europa, Ásia
e Estados Unidos. "O atual quadro do tráfico
de animais silvestres somente será mudado substancialmente
se os países desenvolvidos desestimularem efetivamente
o consumo insustentável da fauna exótica
e abrirem seus mercados para produtos oriundos de uma
economia baseada na sustentabilidade dos bens ambientais
dos países megadiversos", disse.
A afirmação foi feita ontem durante a abertura
da I Conferência Sul-Americana sobre o Comércio
Ilegal da Fauna Silvestre, que está sendo realizada
em Brasília. Na solenidade, o ministro foi homenageado
pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais
Silvestres (Renctas) por sua atuação à
frente do ministério. Ele recebeu uma escultura
de onça-preta feita por um artista pernambucano,
que simboliza a libertação dos animais traficados.
Sarney Filho ressaltou que governo e sociedade devem seguir
adiante na promoção de alternativas econômicas
que substituam a comercialização desses
animais, como atividade de subsistência de várias
comunidades. "O turismo ecológico, em franca
ascensão, aliado à consolidação
de nossas unidades de conservação, é
uma das formas de propiciar o consumo do exótico,
com valor agregado, movimentando toda a economia local
para a recepção dos turistas", disse.
O ministro destacou a importância de uma atuação
conjunta no combate ao tráfico da fauna silvestre,
uma das maiores ameaças à conservação
de nossa biodiversidade. Segundo ele, 20 milhões
de animais são retirados da natureza a cada ano;
somente 1 em cada 10 desses animais chega ao consumidor
final, morrendo os outros nas etapas intermediárias
do tráfico e a atividade movimenta 20 bilhões
de dólares ao ano, com a fauna brasileira respondendo
por 15% desse valor. "Somos, por nossa riqueza biológica,
um dos principais alvos do tráfico, o que faz aumentar
cada vez mais nossa lista de espécies ameaçadas
de extinção. Já são 208 as
espécies da lista oficial, com 10 novas espécies
para serem, em breve, adicionadas", afirmou.
Fonte: MMA – Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa