A RECUPERAÇÃO
DO RIO PINHEIROS É TEMA DO DIA MUNDIAL
DA ÁGUA
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Outubro de 2001
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A forte chuva que refrescou
a tarde do Dia Mundial da Água, comemorado ontem
(22/março), não atrapalhou a visita de cerca
de 75 ambientalistas ao Projeto Pomar. O secretário
estadual do Meio Ambiente, Ricardo Tripoli, se reuniu
com representantes de organizações não
governamentais para apresentar os resultados do Projeto
Pomar e discutir outro importante programa: o da Despoluição
do Rio Pinheiros.
O secretário Tripoli iniciou as palestras falando
sobre o Projeto do Pomar e da idéia de implantar
o processo de flotação para limpeza das
águas do rio Pinheiros. “A poluição
do Pinheiros provocou problema de grandes proporções
para São Paulo”, afirmou Tripoli. “Com o rio poluído,
não podemos bombear água para a represa
Billings. Em conseqüência disso, a Usina Hidrelétrica
Henry Borden opera, atualmente, com apenas 30% de sua
capacidade. Um ciclo vicioso que será revertido
com a despoluição do Pinheiros.” Profissionais
de instituições vinculadas à Secretaria
Estadual do MeioAmbiente - que participaram dos estudos
para a implantação dos projetos - também
compareceram ao evento para uma exposição
técnica dos trabalhos realizados.
Mesmo sem a chuva dar trégua, o grupo de ambientalistas
ouviu com atenção as explicações
sobre o processo de flotação na estação-piloto
- que promove a limpeza da água do rio Pinheiros
para irrigar as 240 mil mudas da margem esquerda do rio.
“Esta técnica é utilizada com sucesso no
Pomar, nos lagos dos Parques do Ibirapuera, da Aclimação
e do Horto Florestal, além do canal da Praia da
Enseada, no Guarujá”, enfatizou o secretário.
Os ambientalistas demonstraram preocupação
com relação ao destino do lodo retirado
na limpeza do rio. “Todo o material inerte será
levado para estações de tratamento de esgotos
e, posteriormente, para aterros sanitários. Os
materiais perigosos, que não podem ter a destinação
convencional, serão depositados em locais adequados”,
explicou Tripoli, lembrando que "algumas empresas
que participarão da licitação para
implementar o projeto já apresentaram soluções
inovadoras para reutilizar o lodo.”
Para o ambientalista Marco Silva, da Sociedade Amigos
do Horto, a sociedade deve apoiar propostas como as estas,
pois “o Pomar e a despoluição do Pinheiros
são projetos com base técnica e revitalizam
uma parte do ecossistema que São Paulo perdeu”.
Trata-se, disse, de "uma ação que está
germinando aos poucos mas que irá resgatar o que
nós destruímos no passado.”
Já Iole Arumi Sei, da Organização
Biobrás, acredita que a discussão sobre
o Pinheiros está apenas começando. “Uma
reunião é insuficiente para conhecer e discutir
todos os detalhes de um projeto deste porte. O diálogo
é a melhor maneira para o governo mostrar transparência,
com o respaldo da sociedade."
Tripoli concordou com a ambientalista e lembrou que “apresentar
à sociedade civil um projeto tão importante
para São Paulo é nossa missão. Informar
as ONGs, que são nossas parceiras, sobre as técnicas
que serão utilizadas para trazer a vida de volta
para Rio Pinheiros, é fundamental para o sucesso
deste programa”.
Como se a natureza tivesse programado, as nuvens negras
desapareceram pouco a pouco, dando espaço a um
colorido pôr-do-sol desse dia 22 de março.
Os ambientalistas finalizaram o encontro com um passeio
pelos 18 quilômetros de jardim da margem esquerda
do rio Pinheiros. A paisagem repleta de flores, ainda
mais vistosas com o fim da chuva, deixou claro que o Pomar
já deu certo e que a limpeza das águas do
rio é essencial para a qualidade de vida dos paulistanos.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual de
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Reportagem: Paula Anselmo