CARTA DE UBERLÂNDIA
– WORKSHOP
AQÜIFERO GUARANI
Panorama Ambiental
Uberlândia (MG) - Brasil
Novembro de 2001
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A declaração
de Duplin (1992) define que a degradação
e o desperdício de água doce representa
uma séria e crescente ameaça para o desenvolvimento
sustentável e proteção do ambiente.
A saúde e o bem-estar do homem, a garantia de produção
de alimentos, o desenvolvimento industrial e os ecossistemas
estarão em risco, se os recursos de água
e solos não forem geridos de forma efetiva.
A compreensão e o alcance do desenvolvimento sustentável
passam pela gestão dos recursos hídricos.
A diminuição da sua disponibilidade é
por si só grave, considerando que os usos para
esses recursos são múltiplos e cada vez
maiores, o quadro se agrava e a preocupação
de encontrar formas mais racionais de utilização
e preservação desse bem mostra-se urgente.
O desenvolvimento tecnológico e o crescimento populacional
ocasionaram um aumento considerável da demanda
dos recursos hídricos, tanto superficiais quanto
subterrâneos, relativamente à sua oferta
limitada. O problema da oferta de água torna-se
maior, quando é considerada não só
a quantidade disponível, mas também a qualidade
adequada para cada uso.
Nesse contexto, o sistema de gerenciamento e os instrumentos
da Política Nacional dos Recursos Hídricos
nos dão as ferramentas básicas para garantir
a integridade e adequada distribuição das
águas subterrâneas.
O workshop “Aqüífero Guarani – Pontencialidade
para o Estado de Minas Gerais” buscou introduzir os conceitos
acima apresentados no âmbito da gestão das
águas Aqüífero Guarani. Foram discutidas
questões de interesse, para os usuários
das águas subterrâneas do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba, quanto para a comunidade
científica. Os temas abordados convergiram para
o estabelecimento das seguintes diretrizes para a gestão
integrada dos recursos do Sistema Aqüífero
Guarani e os demais aqüíferos a eles associados
(Bauru e Serra Geral) em Mina Gerais:
1. Reconhecer todos os aqüíferos pertencentes
ao Sistema Aqüífero Guarani (Bauru, serra
Geral, Botucatu, Piramboia, etc) como u importante patrimônio,
destinados ao desenvolvimento sustentável da região;
2. Recomendar a criação da Câmara
Técnica de Águas Subterrâneas no CERH
e Comitês de Bacias Hidrográficas;
3. Promover programas de educação formal
e informal, no sentido de informar a população
quanto à necessidade de proteção
das águas superficiais e subterrâneas;
4. Incluir nos “Planos Diretores” municipais programas
que promovam a conservação das águas;
5. Estimular os usuários a exercer sua cidadania,
de forma a conciliar suas atividades com o respeito ao
uso sustentável dos recursos hídricos;
6. Criar um Centro de Referência na Universidade
Federal de Uberlândia para garantir a manutenção
de um acervo de dados e informações relativas
aos aqüíferos da região, bem como programas
de monitoramento dos recursos hídricos superficiais
e subterrâneos;
7. Estimular a criação de comitês
de Bacias Hidrográficas na região de ocorrência
do Sistema Aqüífero Guarani;
8. Fomentar o estabelecimento de parcerias entre os Comitês
de Bacias Hidrográficas, Universidades, Setor Produtivo
e Poder Público, com a finalidade de promover a
melhoria do conhecimento e a gestão dos aqüíferos
da região;
9. Viabilizar recursos técnicos e financeiros para
a execução de mapeamentos geológicos
e hidrográficos da região de ocorrência
do Sistema Aqüífero Guarani, em escala adequada,
além do zoneamento ambiental para fins de usos
e ocupação do solo;
10. Reconhecer a interrelação entre as águas
superficiais e subterrâneas e a indissociabilidade
entre quantidade e qualidade para a promoção
da gestão;
11. Criar mecanismos que acelerem a execução
do cadastramento, fiscalização e regularização
dos poços profundos da região;
12. Recomendar ao Comitê de Bacia Hidrográfica
do Rio Araguari, e demais comitês que vierem a ser
criados, que as diretrizes contidas nesta carta façam
parte de seu plano de ação, buscando alcançar
condições necessárias para implementação
de todas suas propostas;
13. Recomendar ao Poder Público a promoção
de programas de formação de mão-de-obra
e de estudos técnicos básicos voltados para
a gestão dos recursos hídricos superficiais
e subterrâneos;
14. Recomendar ao MMA a realização de eventos
nos estados para a promoção da integração
necessária à gestão do Sistema Aqüífero
Guarani Transfronteiriço.
Fonte: Semad – Secretaria Estadual de
meio Ambiente de Minas Gerais (www.semad.mg.gov.br)
Assessoria de imprensa