CONSEMA APROVA
TERMELÉTRICA PARA
GERAR 500 MW NO MUNICÍPIO DE PEDERNEIRAS
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Dezembro de 2001
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O Conselho Estadual do
Meio Ambiente - CONSEMA aprovou hoje (27/11), por unanimidade
(24 votos a favor), a instalação da Usina
Termelétrica Duke Energy, que será implantada
no Município de Pederneiras, no Interior do Estado
de São Paulo.
A termelétrica, que faz parte do programa prioritário
de geração de energia do Governo Federal,
terá capacidade de geração da ordem
de 500 MW, suficiente para abastecer uma cidade com 1,4
milhão de habitantes, o que representa uma população
quarenta vezes maior do que a de Pederneiras.
O Estudo de Impacto Ambiental - EIA do empreendimento
já havia sido objeto de debate em uma audiência
pública, no próprio Município de
Pederneiras, com a participação de 200 pessoas,
em 16 de agosto passado. Com a deliberação
favorável do CONSEMA, a Secretaria Estadual do
Meio Ambiente concederá a Licença Prévia
para o empreendimento.
Déficits de energia
Segundo o estudo de impacto
ambiental, a participação do Estado de São
Paulo no consumo de energia da região Sudeste deverá
manter-se em torno de 57%, no período de 2001 a
2009, prevendo-se um déficit crescente da ordem
de 2.000 MW em 2003 e chegando a 8.000 MW em 2009.
Por localizar-se em um ponto estratégico da Rede
Básica de Transmissão, a termelétrica
de Pederneiras constituirá uma fonte de geração
importante para a redução de riscos no sistema,
além de contribuir de forma decisiva para o restabelecimento
do fornecimento, em casos de desligamentos involuntários
em partes significativas da malha de transmissão
nessa área.
Impactos ambientais
Para reduzir os impactos
ambiental do empreendimento, o Departamento de Avaliação
de Impacto Ambiental - DAIA, órgão da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, exigiu que as emissões
de NOx (óxidos de nitrogênio) sejam inferiores
a 17 ppm ( partes por milhão) e também a
apresentação de medidas para dispersão
da pluma de poluentes, de forma a reduzir as concentrações
de NO2 (dióxido de nitrogênio) previstas
na atmosfera.
O empreendedor, a Duke Energy 1 Brasil Ltda., deverá
apresentar ainda estudos sobre eventual comprometimento
dos ecossistemas aquáticos nos pontos de captação
e de lançamento dos efluentes no Ribeirão
dos Patos, e se necessário indicar mudanças
desses para o Reservatório de Bariri.
Para que o impacto ambiental seja o menor possível,
o empreendedor se comprometeu a instalar um sistema de
monitoramento contínuo dos gases da chaminé
e uma estação de monitoramento da qualidade
do ar da região.
Como medidas de compensação ambiental ficou
estabelecido o desembolso equivalente a 2% do investimento
(R$ 14.000.000,00), sendo 1,5% para a criação
de uma unidade de conservação em área
de cerrado e 0,5% em obras no Município de Pederneiras
(aterro sanitário, canalização de
córrego e melhorias no parque ecológico
municipal e no pronto-socorro).
O empreendedor também propôs investir recursos
na recuperação da mata ciliar do Ribeirão
dos Patos (de onde deverão ser captados 818 m3/h
de água para a usina) e na criação
de uma unidade de refúgio de vida silvestre.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual de Meio
Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Reportagem: Renato Alonso