Projeto de despoluição
do rio pinheiros
O projeto de limpeza do Pinheiros
é uma iniciativa da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente, utilizando a técnica de flotação
(produtos químicos aglomeram a sujeira, que é
suspensa e então removida) no próprio
leito do rio. A CETESB - Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental, órgão subordinado
à Secretaria do Meio Ambiente, vai participar
do projeto acompanhando a qualidade das águas
e realizando o monitoramento do sistema.
Na assinatura do convênio para a despoluição
do rio, no dia 7 de dezembro, estiveram presentes o
governador Geraldo Alckimin, os secretários estaduais
Ricardo Tripoli, do Meio Ambiente, Mauro Arce, da Energia,
e André Franco Montroro Filjho, do Planejamento,
os Presidenters da Cetesb, Dráusio Barreto, da
EMAE, Márcio Magalhães, da SABESP, Ariovaldo
Carmignani e da Petrobras, Philippe Reichstul. O convênio
foi assinado pelo Governo do Estado, através
da EMAE e pela Petrobras. Essa parceria permitirá
a implantação do sistema de flotação
no rio Pinheiros que, na primeira fase, irá consumir
R$ 42 milhões. O projeto total está orçado
em milhões de reais.
Início do tratamento em oito meses
De acordo com o governador Geraldo
Alckmin, a previsão de início de funcionamento
do sistema é de oito meses, o que permitirá
o tratamento de 10 metros cúbicos por segundo
de água. A primeira estação será
instalada junto ao córrego de Zavuvus, a cinco
quilômetros da represa Billings. As águas
tratadas, desde que atingindo os parâmetros estabelecidos
pela legislação, em termos de padrão
de qualidade, poderão ser então bombeadas
e lançadas no reservatório.
Alckmin lembrou que o sistema de flotação
tem sido adotado com sucesso no Projeto Pomar - de paisagismo
e revitalização das margens do rio Pinheiros
- , e foi, inclusive, homenageado durante a cerimônia,
com a entrega de uma cesta com flores e plantas do Projeto
Pomar irrigadas com águas tratadas através
do sistema de flotação.
O governador ressaltou os vários benefícios
decorrentes da despoluição do rio Pinheiros,
como a melhoria das águas da represa Billings
e o aumento da capacidade de geração pela
usina Henry Borden, entre outros, destacando ao final
o fato de que o governo não irá ter gastos
com o projeto, já que os custos estão
sendo totalmente assumidos pela Petrobras.
Já o secretário Ricardo Tripoli, citando
o caso da despoluição do rio inglês
Tâmisa, que esperou 150 anos para ser limpo",
recordou que o Pinheiros aguardava há 60 anos
por esse projeto e afirmou: "a despoluição
do rio paulistano servirá como um grande estímulo
à proliferação da defesa da integridade
do patrimônio ecológico em São Paulo,
além de possibilitar um novo cartão postal
para a cidade".
Retorno da vida aquática
A estação de tratamento
a ser instalada junto ao córrego de Zavuvus será
a primeira de um total de sete, que irá tratar
50 metros cúbicos por segundo de água.
Essa primeira estação funcionará
como um projeto piloto.
A proposta foi apresentada ao Governo do Estado pela
Secretaria do Meio Ambiente por permitir a melhora imediata
da qualidade das águas do rio Pinheiros e o aumento
significativo dos níveis de oxigênio, restabelecendo
as condições para o retorno da vida aquática.
Além disso, o processo de flotação
e remoção dos efluentes sólidos
auxilia também na remoção dos metais
pesados e na redução significativa do
fósforo, o principal responsável pelo
processo de eutrofisação do reservatório
Billings, melhorando a qualidade das águas para
o abastecimento.
Outros benefícios imediatos da remoção
dos poluentes do rio Pinheiros serão a redução
da carga de esgoto lançado no Médio Tietê,
com reflexos positivos diretos na qualidade das águas
que atravessam municípios como Santana do Parnaíba,
Salto e Itu, entre outros. Também o retorno do
bombeamento do Pinheiros para a Billings e o consequente
aumento do volume de água do reservatório
se refletirá nos municípios da Baixada
Santista e Cubatão, com aumento da oferta de
água para o abastecimento público e para
o uso industrial.
Ainda, com o aumento da oferta de água para o
reservatório, a EMAE - Empresa Metropolitana
de Águas e Energia poderá ampliar a capacidade
de geração de energia elétrica,
pela usina Henry Borden, e a Petrobras terá direito
a 50% dos lucros com a venda excendente de energia.
O cálculo previsto, com o aumento de 50 metros
cúbicos por segundo, é de 280 megawatts,
suficientes para abastecer um município com cerca
de um milhão de habitantes.
O sistema de flotação
O sistema de tratamento das águas
por flotação, que se caracteriza pelo
seu baixo custo, está sendo aplicado em vários
locais com resultados positivos. Além dos dois
canais na Praia da Enseada, no Guarujá, e dos
lagos dos Parques da Aclimação e do Ibirapuera,
será adotado também na despoluição
dos lagos dos Parques Estaduais Alberto Loefgren e do
Jaraguá, cujas águas recebem lançamento
de esgotos.
O governador Geraldo Alckmin e o secretário Ricardo
Tripoli estiveram no Parque Alberto Loefgren, antigo
Horto Florestal, no dia 16 de setembro passado, para
anunciar a construção da estação
de flotação e remoção de
resíduos sólidos flutuantes no Córrego
da Pedra Branca. Garantindo que os resultados "serão
visíveis em sete ou oito meses", o governador
disse que serão investidos R$ 790 mil nessa obra.
A Sabesp implantou uma estação de tratamento
de água por esse sistema no Córrego Guavirutuba,
o principal afluente da Represa do Guarapiranga. Essa
unidade tem capacidade para 200 litros de água
por segundo, efetuando a retenção dos
resíduos sólidos com grades basculantes
e cercas flutuantes; aplicação de agentes
químicos coagulantes, como sulfato de alumínio
e cloreto férrico, que agregam a sujeira em flocos;
injeção de ar promovendo a suspensão
dos flocos para a superfície da água;
e coleta dos flocos. O lodo formado é recolhido
e desidratado, para reduzir o peso e volume, seguindo
para disposição final adequada.
Uma estação-piloto, com capacidade para
o tratamento de cinco litros de água por segundo,
foi instalada na Usina da Traição alcançando
resultados extremamente favoráveis. A expectativa
do Governo do Estado é de que, além do
ganho ambiental, a melhoria da qualidade das águas
do Rio Pinheiros deverá possibilitar o bombeamento
para o Reservatório Billings, ampliando a produção
de energia elétrica na Usina Hidrelétrica
Henry Borden.
O bombeamento, hoje, só é possível
em situações de emergência, para
o controle de enchentes, eliminação de
riscos de pane no suprimento de energia elétrica
na Região Metropolitana de São Paulo e
saneamento das águas no Médio Tietê.
A despoluição do Rio Pinheiros, além
de aumentar a disponibilidade de água doce na
Bacia do Rio Cubatão, na Baixada Santista, vai
também agilizar o programa de despoluição
do Rio Tietê, do qual o Pinheiros é o mais
importante afluente na Região Metropolitana de
São Paulo.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual do
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mário Senaga)