O
Estado de São Paulo possui 3,1% de seu território
coberto com áreas de reflorestamento. São
770.010 hectares, sendo 611.516 hectares (79,4%) com
Eucalyptus e 158.494 hectares (20,6%) com Pinus. Esta
é a conclusão do Inventário Florestal
das Áreas Reflorestadas no Estado de São
Paulo, divulgado hoje (5/6) pelo secretário
estadual do Meio Ambiente, professor José Goldemberg.
José
Jorge  |
Durante
a apresentação, que fez parte
das comemorações do Dia Mundial
do Meio Ambiente celebrado nesta data, Goldemberg
assinou também uma resolução
que estabelece as diretrizes para a pesquisa
ambiental dos Institutos de Botânica,
Florestal e Geológico, subordinados
à Coordenadoria de Informações,
Documentação e Pesquisa Ambiental
- CINP, da Secretaria do Meio Ambiente.
Com a nova orientação, essas
instituições terão, entre
outros, o compromisso de subsidiar a resolução
das questões ambientais que mais afetam
a sociedade. Passarão também
a formular programas comuns de pesquisa, principalmente
nas áreas de conservação
da biodiversidade, caracterização
e recuperação de áreas
degradadas e recursos hídricos.
O secretário lembrou que, aproveitando
o ensejo da Semana do Meio Ambiente, o governador
Geraldo Alckmin vai assinar na sexta-feira
(7/6) decreto promovendo o Horto Florestal
Navarro de Andrade, localizado em Rio Claro,
à condição de Floresta
Estadual, proporcionando novos instrumentos
de gestão. Anunciou ainda a intenção
de criar 400 novos cargos de vigias florestais
e dirigentes de unidades de conservação
e a proposta de implantação
de conselhos comunitários municipais
para participar da gestão dos parques
e reservas florestais do Estado. |
Inventário Florestal
A solenidade de apresentação
do inventário florestal, realizada no Auditório
Augusto Ruschi, contou com a presença do
diretor do Instituto Florestal, Valdir De Cicco,
do presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura
- SBS, Nelson Barboza Leite, e do coordenador do
Programa BIOTA-FAPESP, Carlos Alfredo Joly, que
participaram desse trabalho, com o apoio do Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE.
O diagnóstico, elaborado pelo Instituto Florestal
dentro do Programa BIOTA-FAPESP (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo), constitui uma ferramenta importante para
a análise e o planejamento do setor florestal.
"Nesse trabalho foram quantificadas todas as
áreas reflorestadas e disponibilizadas informações
de acordo com as necessidades do setor usuário",
disse o professor José Goldemberg.
"Este diagnóstico possibilita o monitoramento
da matéria-prima florestal mediante análises
em intervalos de tempo regulares, com o propósito
de estudar a dinâmica de mudanças",
complementou o secretário referindo-se à
base digital de imagens orbitais de 1999 e 2000,
formatada em ambiente SIG - Sistema de Informações
Geográficas, que constitui uma fonte fundamental
de referências para subsidiar diretrizes e
políticas governamentais para ao setor.
Os dados, comparados com os do inventário
anterior, elaborado em 1991-1992, revela que houve
um recuo de 18,3%, que corrrespondem a 35.560 hectares,
na área plantada com Pinus, enquanto a área
de Eucalyptus manteve-se estável. O Estado,
hoje, possui mais de 4 milhões de hectares
de cobertura vegetal, sendo 3,3 milhões de
hectares de vegetação natural, representando
13,4% do território estadual.
Distribuição geográfica
Segundo o inventário, a
Região Administrativa de Sorocaba concentra
42,3% (326.070 hectares), de toda a área
reflorestada no Estado. Desse total, 92.664 hectares
são de Pinus, correspondendo a 58,5% dos
158.494 hectare cultivados no Estado.
Outras regiões administrativas com índices
de reflorestamento expressivos são:
Região Administrativa
Área (em hectares) %
Campinas 11.005 14,3
Ribeirão Preto 97.055 12,6
Vale do Paraíba 75.425 9,8
Bauru 67.237 8,7
As regiões administrativas
de Araçatuba, São José do Rio
Preto, Presidente Prudente e Marília são
as que apresentam índices insignificantes
de áreas reflorestadas. O inventário
mostra ainda a distribuição das áreas
pelas 22 bacias hidrográficas que compõem
o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, sobressaindo-se as do Médio
Paranapanema, com 30,1% do total de áreas
reflorestadas; Médio Paranapanema, com 11.5%;
Paraíba do Sul, com 10,2%; Mogi-Guaçu,
com 8,4%; Tietê-Jacaré, com 7,7%; Piracicaba-Capivari-Jundiaí,
com 7,1%; Sorocaba-Médio Tietê, com
6,5%; e Alto Tietê, com 6,0%.
Pólos de reflorestamento
O inventário, que constitui um instrumento
de análise do potencial econômico do
setor, identifica as maiores concentrações
de reflorestamento indicando a superfície,
espécies, idade, formas de manejo (rotação,
desbastes) e vinculação (detentores
ou proprietários), além da infra-estrutura
viária, limites municipais e perímetros
urbanos.
Foram delimitados cinco pólos de reflorestamento,
como essas concentrações foram denominadas:
Botucatu-Itatinga-Agudos, com 163.210 hectares de
área reflorestada; Itapeva-Capão Bonito-Buri,
com 125.829 hectares; Bragança Paulista-Salesópolis-Campos
do Jordão, com 149.821; Itapetininga-Pilar
do Sul-Sorocaba, com 98.589 hectares; e Itirapina-Luís
Antônio-Mogi-Guaçu, com 135.583 hectares.
O estudo revela, ainda, que as espécies de
eucaliptos predominantes são a E. grandis
e E. saligna e as de Pinus são a P. elliottii.
As áreas de Pinus apresentam plantios com
idade superior a 25 anos, indicando a predominância
de plantios adultos e reduzidas áreas com
exemplares mais novos.
O inventário florestal constitui a base de
informações para a formulação
de uma política governamental, não
apenas em seu aspecto econômico, como também
para a conservação e seqüestro
de carbono atmosférico, responsável
por alterações no clima. O estudo
salienta que os sistemas florestais são os
principais sorvedouros terrestres desse gás,
cujas emissões resultantes da queima de combustíveis
fósseis preocupam todas as nações,
especialmente após as discussões na
Rio 92.
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