Somente as penas de aves silvestres
da Amazônia apreendidas durante a operação
do Ibama no festival de Parintins (AM) encerrado
no último fim de semana, correspondem a quase
mil animais mortos. O saldo de destruição
inclui ainda peles, unhas e dentes de felinos, além
de olhos e até órgãos sexuais
de botos. Os subprodutos da fauna faziam parte de
artesanatos produzidos sem autorização
dos órgãos competentes.
Além de recolher o material ilegal, a equipe
de quinze pessoas da Gerência Executiva do
Ibama do Amazonas aproveitou para esclarecer a população
e conscientizar os turistas sobre os graves danos
que o uso indevido de partes de animais silvestres
na produção de artesanato provocam
no meio ambiente. Os fiscais também alertaram
sobre o alto valor das multas para esse tipo de
infração.
A operação foi bem recebida pelos
moradores de Parintins e pelos organizadores do
festival folclórico. A produção
do evento se comprometeu e vem cumprindo o acordo
de utilizar somente penas sintéticas nas
fantasias dos participantes da festa.
De acordo com José Leland Barroso, gerente
do Ibama/AM, a campanha que o instituto fez este
ano deverá repercutir nos próximos
eventos. Segundo ele, o assunto será levado
para discussão na Câmara Técnica
de Fauna com a participação da Funai,
Artíndia, Ministério Público,
Associações Indígenas e artesãos.
“A idéia é propor a tolerância
zero para o uso indevido de subprodutos da fauna
no Estado”, disse.