Panorama
 
 
 

SUPERPOPULAÇÃO: OS DESAFIOS DE ESTABILIZAR
O CRESCIMENTO POPULACIONAL

Panorama Ambiental
São Paulo - Brasil
Outubro de 2002

 
O século XX foi marcado por um crescimento populacional sem precedentes na história da humanidade.

A população da Terra que precisou de dezenas de milhares de anos para atingir seu primeiro bilhão de habitantes no ano de 1804, hoje, em menos de duzentos anos cresceu seis vezes mais, ultrapassando seis bilhões de habitantes.

Em uma escala de crescimento em bilhões de habitantes, a população atingiu seu segundo bilhão em 1927, em pouco mais de trinta anos, em 1960, o terceiro bilhão. O quarto bilhão foi atingido em 1974, e o quinto foi atingido em apenas mais treze anos, em 1987. O sexto bilhão foi atingido em outubro de 1999, precisando de um intervalo de apenas doze anos.

Atualmente, projeções apontam que a cada onze anos mais um bilhão de novos seres humanos nascem no mundo, em um ritmo de 2,4 novos nascimentos a cada segundo.

Isso corresponde a 207.360 novos habitantes no planeta ao final de cada dia, e ainda a taxa de mortalidade seja de 1,4 habitantes por segundo, é estimada uma população mundial de 8,5 bilhões de seres humanos em 2030.

Como cresce a população mundial

 

Existem três hipóteses para explicar o acentuado crescimento populacional nos últimos 200 anos. A primeira delas é a teoria formulada por Thomas Malthus, segundo a qual as populações são limitadas pela quantidade de comida disponível, se expandindo conforme o aumento dos fornecimentos de alimento. A Segunda teoria é a de que avanços na medicina tenham levado o aumento da longevidade e à redução da taxa de mortalidade, resultando assim na expansão populacional. Uma terceira teoria baseia-se na idéia de que o desenvolvimento sócio-econômico tenha enfraquecido o senso de identidade e segurança da vida em comunidade, aumentando a necessidade das pessoas de ter um maior número de filhos, para que desta forma ampliem seus laços familiares. Provavelmente uma combinação destes fatores contribuiu para que ocorresse tal explosão demográfica nos últimos 200 anos.

A manutenção de tantos seres humanos gera descomunal pressão sobre os recursos naturais da Terra. A extensão do impacto humano sobre a Terra depende não só do número de pessoas existentes, como principalmente da quantidade de recursos utilizados por cada pessoa. Recursos como ar, água, terra, minerais, plantas e animais já apresentam sinais de colapso devido a diferentes atividades humanas. Perguntas mais complexas surgem como desafios, dividindo opiniões e conflitando previsões no mundo cientifico. Perguntas como qual a capacidade de suporte populacional dos recursos naturais do planeta? Quando as fontes minerais e energéticas acabarão? Qual a quantidade de gases estufa produziremos e quais os efeitos? Poderemos plantar comida suficiente para todos?

É preciso rever todos os conceitos de civilização, e encontrar novas maneiras de viver e de se desenvolver, maneiras que preservem os recursos da terra e que sejam, portanto sustentáveis a longo prazo.

A agricultura e o crescimento populacional

O advento da agricultura, entre 12 mil e 9 mil anos atrás, desencadeou um crescimento demográfico considerável, pois possibilitou uma maior previsão da disponibilidade de alimentos, tornando-os constantes ao longo do ano. Assim, estima-se que a população mundial que há 10 mil anos era de 10 milhões de habitantes, saltou para 30 milhões até i final do século 1 d.C.
À medida que a humanidade cresce, as fronteiras urbanas e agrícolas devem ser estendidas para suprir suas
necessidades, resultando em um avanço descontrolado sobre os mais variados ecossistemas, e conseqüentes perdas da biodiversidade do planeta.

Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), a humanidade utiliza 11% da área total de terra firme e livre de gelo do planeta para a agricultura, o que já é mais da metade da capacidade máxima de áreas cultiváveis disponíveis da terra, que é de 3.200 milhões de hectares. Nesta área além do cultivo de diferentes espécies vegetais para manutenção direta do homem, é necessário ainda produzir alimento para um rebanho de cerca de quatro bilhões de bovinos, caprinos e suínos, e ainda nove bilhões de aves e outros animais de estimação.
Apesar de todo desenvolvimento da agricultura mundial, um relatório do World Watch Institute (EUA), estima que cerca de dois terços da humanidade passam fome, principalmente populações em países da África e Sudeste Asiático. A forma como a agricultura moderna é desenvolvida a torna, entre todas as atividades humanas, a maior responsável pela degradação do solo e contaminação dos lençóis freáticos, acentuando essa influência nas últimas décadas através do incentivo a prática de monocultura extensiva, adoção de técnicas inadequadas de irrigação e drenagem, ao uso intensivo de produtos químicos etc.
Atualmente existe uma crescente preocupação mundial sobre os impactos da agricultura no planeta, e diferentes técnicas e sistemas de plantio como agroflorestas, rotação e hidropônica, e de irrigação como gotejamento e micro aspersão, estão sendo pesquisadas e adotadas com sucesso em diferentes regiões do mundo.

O desafio de estabilizar o crescimento populacional

Inúmeras políticas e programas para reduzir as taxas de crescimento da população já foram e continuam sendo implantados em diferentes países d mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, onde os índices são mais alarmantes.
Ainda hoje, apesar do atual estágio de evolução da humanidade e dos visíveis problemas ocasionados pela superpopulação, implantar programas de planejamento familiar é uma tarefa muito delicada. Inúmeras são as crenças, religiões, tabus e preconceitos que dificultam quaisquer práticas para o controle de natalidade. Muçulmanos, hindus, cristãos, budistas, Islãs, espiritas etc, cada qual com seus conceitos e interpretações sobre os direitos a reprodução e adoção de métodos contraceptivos.


"Através de uma corrente de causa e efeito, basicamente todos os problemas atuais
da humanidade podem estar vinculados à superpopulação" - Jacques Cousteau (11000)

Em 1994, a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento reuniu membros de vários governos com o objetivo de analisar e definir estratégias para a estabilização de suas populações. Foi concluído que os programas mais eficientes para reduzir as taxas de natalidade envolvem duas frentes de ação interligadas: a valorização social e cultural da mulher; e a redução da taxa de mortalidade infantil.

Investir na educação e valorização da mulher é dar a ela condições para optar por uma vida em matrimonio ou não, e torná-la capaz para decidir quantos filhos irá gerar. Geralmente isto leva à redução no número de filhos concebidos, e consequentemente menor crescimento populacional. Outra medida para a redução no número de nascimentos populacional. Outra medida para a redução no número de nascimentos é assegurar, através de programas de controle de mortalidade infantil, que as crianças geradas atingirão a idade adulta, e poderão assim consolidar famílias e possibilitar sua prosperidade.

Um programa de controle populacional baseado nestas diretrizes foi adotado pelo governo tailandês a partir de 1971, e hoje mostra-se muito bem sucedido, apresentando ótimos resultados. Quando foi implantado a população tailandesa crescia a uma taxa de 3,2% ao ano - uma média de 6,4 crianças por família. Medidas prioritárias para elevar o nível de alfabetização entre as mulheres (atualmente 90%), e aumentar seus direitos trabalhistas e papel social, reverteram esta situação. Em menos de 15 anos a taxa de crescimento populacional foi reduzida para 1,6% ao ano e, atualmente se encontra em 1,1% - uma média de duas crianças por família.

Exemplos como este devem ser seguidos por todos os lideres de governo do mundo, dos quais ainda devem ser cobrados a responsabilidade e compromisso para tomar suas nações sustentáveis para o planeta...
Enquanto você lia esta matéria, 1.152 novos seres humanos nasceram em nosso planeta...

Fonte: Revista Expedição Eco Turismo
Rodolph Schlaepfer

 
 
 
 

 

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