|
CONHEÇA
O PROJETO ARAQUIÇAUA DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA ILHA
DO MARAJÓ
Panorama Ambiental
Bélem (PA) - Brasil
Novembro de 2003
|
|
O Grupo em
Defesa do Marajó (GDM) evoca a Paz
do Rio Mapuá, de 26 de Agosto de 1659
– a ser, oficialmente, considerado DIA DA AMAZÔNIA
BRASILEIRA – celebrada, entre os Sete Caciques nheengaíbas
da Ilha do Marajó, portugueses e tupinambás
do Grão-Pará; sob iniciativa e patrocínio
do plenipotenciário do rei de Portugal, padre
Antônio Vieira; a fim de apresentar à
I Conferência Regional de Meio Ambiente
do Marajó, a seguinte Moção:
I – Que seja dado
firme apoio político-institucional suprapartidário,
alheio a quaisquer tipos de ideologia ou interesses
particulares e de grupos exclusivos, à mobilização
democrática da comunidade marajoara, que
já se realiza com o concurso do GDM, da CAMPA,
da CEMEM, do MdM e do IDJ entre outros com vista
a horizonte até 2010. Tendo a finalidade
do reconhecimento pela ONU, através da UNESCO;
com indispensável encaminhamento coordenado
por comitê especial entre a AMAM, AVIM e Ong’s
de atuação regional marajoara, assim
que pelo Governo do Estado do Pará, através
da SECTAM/Diretoria de Meio Ambiente e PARATUR/Proecotur
e demais órgãos estaduais interessados
ou afins; em conjunto com o Governo Federal, através
do Ministério do Meio Ambiente, de candidatura
da Ilha do Marajó ao título mundial
de Reserva da Biosfera, dentro
de estratégia multidisciplinar de desenvolvimento
sustentável integrado visando à melhoria
do IDH e a proteção do meio ambiente
na Amazônia. Em fina sintonia com a Estratégia
de Sevilha, para participação do delta
do estuário amazônico como um todo
no Programa multilateral “Homem e Biosfera”; fazendo
parte de rede de unidades de conservação
da Amazônia em cooperação com
a rede nacional brasileira e mundial de reservas
da biosfera;
II – Na perspectiva de aprovação da
proposta supra, o GDM estimula a AMAM e a AVIM a
unir esforços, mediante convênio específico
entre si, para livre adesão da sociedade
civil organizada a fim de constituírem conjuntamente
Comitê pró-Reserva da Biosfera/Agenda
21 e Meio Ambiente (Comitê 21), acima
dito. Coordenando doravante ações
intermunicipais integradas, relações
federativas e internacionais necessárias
ao êxito da iniciativa marajoara proposta.
Assim também o GDM expressa por este meio,
solicitando apoio da Mídia, apelo público
dirigido à Sociedade brasileira e à
comunidade internacional, no sentido de ajudarem
a Universidade Livre que esta Ong
regional está lançando na APA-Marajó,
futura Reserva da Biosfera. Prevista
para entrar em funcionamento a partir de 10 de janeiro
de 2004, em comemoração ao dia de
aniversário natalício do escritor
marajoara Dalcídio Jurandir e preparação
ao seu Centenário, em 2009;
III – O GDM, enfim,
interpretando aspirações e sentimentos
da gente marajoara, legitimado por mais de 20 anos
de atividades e renovado por esta superior aspiração
que a todos congrega e entusiasma. Desde a profícua
série de sensibilização e educação
ambiental através dos Encontros em Defesa
do Marajó, que foram animados pela Pro-Reitoria
de Extensão da UFPA/Campi do Marajó
e o NUMA em parceria com a SOPREN, Museu do Marajó,
Prelazia do Marajó, Diocese de Ponta de Pedras
e outras entidades marajoaras. Sem obstáculo
às demais iniciativas e proposições
de entidades participantes da Conferência,
apresenta a seguir indicativo para projeto
integrado a ser analisado e discutido como
um todo no âmbito do Comitê referido
tendo em vista a reserva da biosfera supracitada:
Corredor
Ecoturístico demonstrativo para áreas
insulares integradas
1. Sítio
Araquiçaua: unidade-chave do processo para
configuração técnico-científica
e histórico-antropológica da reserva
da biosfera Marajó:
Com auxílio do IBAMA/SNUC, PARATUR/Proecotur
e SECTAM/Meio Ambiente em intercâmbio técnico
dialético com a Reserva da Biosfera Pantanal,
poder-se-á ter a primeira localidade da Ilha
do Marajó (com fundamentação
etno-histórica e ecológica incontestáveis)
a ser declarada pelo SNUC monumento do patrimônio
natural. Tendo a nova unidade de conservação
todo interesse a uma educação patrimonial
das comunidades tradicionais de base antropológica
com ênfase na inseparável ligação
do meio ambiente à cultura popular. Oportunidade
rara para treinamento e aperfeiçoamento de
recursos humanos especializados a um ecoturismo
de interesse especial e outras formas de desenvolvimento
humano sustentável. Interessando, outrossim,
a trabalhos de campo para cursos multidisciplinares
de pós-graduação com foco nas
ciências humanas e da natureza.
2. Reserva
de Desenvolvimento Sustentável Arari:
localizada e integrada ao supracitado sítio
Araquiçaua, de tal modo como as duas faces
de uma mesma moeda. Com fins de investigação
científica precípuos e proteção
dos recursos hídricos, a navegabilidade e
a mata ciliar do Baixo Arari para uso sustentável
dos recursos naturais renováveis pela população
tradicional ribeirinha local. Servindo ademais de
referência a planos de manejo com proteção
da biodiversidade e da diversidade cultural na Amazônia
marítimo-fluvial ou oriental.
3. Consórcio
Ecoturístico do Arari:
3.1 – Cidade
de Cachoeira do Arari:
a ser tombado e restaurado tanto quanto possível
seu espaço histórico urbano e promovida
a portal do corredor Arari como um todo. Tendo protegidos
por órgãos e organismos oficiais a
praça original da Freguesia de 1747
e matriz de N.S. da Conceição da Cachoeira
do rio Arari; o Museu do Marajó,
a Casa de Dalcídio Jurandir,
a Casa do Gallo e outros pontos
históricos e arquitetônicos notáveis
como pontos focais. Seu porto fluvial no curso médio
do rio Arari, integrado ao aeródromo (a ser
melhorado e homologado) e entroncamento rodoviário
da Costa do Sol (ligação rodo-hidroviária
entre Soure e Barcarena) com a Foz do Camará
(Salvaterra) e Ponta de Pedras.
3.2 – Sugestão
para convênio intermunicipal com a coordenação
institucional conjunta da AMAM e AVIM para roteiro
ecoturístico integrado entre Cachoeira do
Arari, Ponta de Pedras e Santa Cruz do Arari:
permitindo servir de inovação de gerenciamento
ecológico-econômico territorial e experiência
pioneira a ser repassada a outras sub-áreas
biogeográficas do Marajó, em esquemas
de planejamento integrado, visando o desenvolvimento
sustentável de localidades de potencial ecoturístico.
Tais como: Tartarugueiro, comunidade afro-descendente
com aptidão para projeto de repovoamento
de tartarugas além da valorização
de recursos culturais e conhecimento tradicional
para agregar valor social e econômico à
conservação e recuperação
do meio ambiente. Igarapé Jaguarajó:
deságua na baía do Marajó na
confluência com o Rio da Fábrica, excelente
sítio ecoturístico com oportunidade
para estudo científico visando a reintrodução
de peixe-boi em habitat no qual esse mamífero
foi abundante outrora. Caracará:
situado à foz do rio Arari, margem esquerda
em face de Tartarugueiro, serve
para porto de lanchas e veleiros entre a ilha do
Marajó e Belém ou Icoaraci, com estrada
para localidades de Camará, Bacuri, Retiro
Grande e cidade de Cachoeira do Arari. Ilha
Sant’Ana, a primeira sesmaria dos frades
das Mercês (1696) na Ilha do Marajó,
tem vestígios do primeiro engenho de açúcar
no Marajó, possui vila de moradores afro-descendentes
muito interessante para um ecoturismo de fundamentação
antropológica. Sítio Araquiçaua:
já mencionado acima. Tesos dos Bichos: sítio
arqueológico registrado pelo IPHAN devendo
ser declarado monumento do patrimônio natural
pelo SNUC, poderá servir de modelo à
projeto de construção de réplica
estilizada – Monumento das Tribos Extintas
– em lugar de fácil acesso para
estudantes, professores, pesquisadores, jornalistas
especializados e turistas de interesse especial
através do Parque Amazônia
(Rio Guamá), no Pólo Ecoturístico
metropolitano de Belém, Alça Viária
e entrada da Costa do Sol na antiga
aldeia dos índios Guaianá ou “Guaianazes”
(citados pelo pe. Antônio Vieira e o naturalista
Alexandre Rodrigues Ferreira, respectivamente, nos
séculos XVII e XVIII), junto à praia
da Mangabeira, à margem da baía do
Marajó. Fazendas ecoturísticas:
conjunto de propriedades agropecuárias da
bacia Arari com produtos de turismo rural integradas
a rede de RPPN’s com interesse histórico
e socioambiental.
Vila do Jenipapo: berço
do Museu do Marajó fundado pelo pe. Giovanni
Gallo e local de inspiração e estudo
do livro-depoimento Marajó, a ditadura da
água do mesmo; comunidade tradicional de
pescadores lacustres que deve ser objeto de projeto
específico com interesse em arquitetura típica,
energia alternativa, saneamento adaptado, tecnologia
pesqueira e pesquisa ecológica compatível.
Teso do Pacoval: sítio arqueológico
donde saíram originais para museus nacionais
e estrangeiros. Convém declará-lo
monumento do patrimônio natural como recurso
à educação patrimonial da comunidade
local e instrumento de sensibilização
da comunidade internacional no sentido do compromisso
social daquelas instituições nacionais
e estrangeiras que detém a posse de peças
ou coleções de cerâmica marajoara
pré-colombiana. Santa Cruz do Arari:
sede municipal e centro tradicional de pecuária
marajoara familiar, dispõe de potencial para
turismo de interesse especial em referência
ao Lago Arari e à arquitetura típica
que oferece adaptada da migração ibérica.
Deve dispor de observatório científico
de referência ao ecossistema lacustre insular
da foz do Amazonas com base de estudos para manejo
ecológico-econômico dos recursos aquáticos
locais. Lago Arari: – a ser declarado
Patrimônio Natural da Humanidade
como última etapa preparatória ao
reconhecimento da ilha do Marajó como Reserva
da Biosfera dentro do processo ora enunciado.
Fonte: GDM (Grupo em Defesa do
Marajó)
José Varella