|
GREENPEACE CRIA ZONA “LIVRE
DE OMC”
PARA PROTEGER BIODIVERSIDADE
Panorama
Ambiental
Montreal – Canadá
Agosto de 2003
|
|
Enquanto vinte e
cinco países se reuniram hoje em Montreal,
em preparação para a Conferência
Ministerial da OMC (Organização Mundial
do Comércio) de setembro, o Greenpeace cercou
o prédio da ONU na cidade, com o objetivo
de “protegê-lo” de infiltrações
provenientes da agenda comercial do organismo. O
Brasil participa do encontro.
Com uma reclamação contra a União
Européia recentemente apresentada na OMC,
os EUA vêem tentando minar a aplicação
do chamado princípio da precaução
no continente europeu. A finalidade da regra é
evitar potenciais riscos de danos irreversíveis
para a saúde e o meio ambiente, que poderiam
ser causados por organismos geneticamente modificados
(OGMs).
Além disso, o governo Bush, apoiado pelas
indústrias agroquímicas e de engenharia
genética, vem tentando utilizar a OMC para
forçar a abertura de novos mercados para
seus produtos. As novas fronteiras estariam na Ásia,
América Latina e África.
“É obrigação de todos os países
garantir que os acordos internacionais já
estabelecidos, com o fim de proteger as pessoas
e o meio ambiente, não se tornem vítimas
de uma agenda corporativa guiada pela OMC. O organismo
promove o comércio a qualquer custo, em detrimento
do desenvolvimento sustentável”, disse Eric
Darier, que trabalha na Campanha de Engenharia Genética
do Greenpeace Canadá.
O prédio da ONU cercado hoje por ativistas
do Greenpeace foi o palco da aprovação
do Protocolo de Biossegurança de Cartagena,
que assegura o direito dos países de banir
ou restringir a importação e utilização
de OGMs, em janeiro de 2000. Primeiro documento
global a respeito dos transgênicos no mundo,
o protocolo deverá entrar em vigor em 11
de setembro. Em junho deste ano, Palau foi o 50º
país a ratificá-lo.
Como instrumento legal multilateral, o protocolo
possibilita aos governos dos países em desenvolvimento
resistir à coerção política,
e garantir que a proteção de sua biossegurança
e biodiversidade - particularmente a biodiversidade
agrícola - seja priorizada, frente à
expansão do agribusiness corporativo e ao
círculo vicioso de dependência que
ela envolve.
“A OMC tem se mostrado uma ferramenta política
antidemocrática e não transparente,
utilizada em detrimento do meio ambiente, da saúde
pública e dos direitos dos consumidores”,
disse Sebastien Risso, conselheiro do Greenpeace
para a União Européia. “É necessário
que haja uma avaliação das regras
do sistema de comércio mundial”.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.gov.br)
Assessoria de Imprensa