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GREENPEACE
DENUNCIA SUBSTÂNCIAS VENENOSAS
ESCONDIDAS EM NOSSAS CASAS
Panorama Ambiental
Bruxelas – Bélgica
Maio de 2003
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Grupos de proteção
à saúde, aos consumidores e ao meio
ambiente pedem que a União Européia
proteja a população de substâncias
químicas perigosas presentes em produtos
domésticos
Novas
pesquisas lançadas hoje mostram que
a poeira coletada em casas ao redor da Europa
contém quantidades significativas de
substâncias químicas perigosas,
algumas ligadas, inclusive, ao câncer.
O relatório Consumindo Substâncias
Químicas ("Consuming Chemicals")
(1), do Greenpeace, revela que algumas casas
são contaminadas |
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por
substâncias químicas que ficam
escondidas em utensílios domésticos
utilizados diariamente pelos consumidores,
como tecidos, televisões, cosméticos
e brinquedos.
Em uma conferência de imprensa realizada
em Bruxelas, na Bélgica, a Associação
Européia de Saúde Pública
(EPHA), e a Organização de Consumidores
Europeus (BEUC) uniram-se ao Greenpeace para
pedir novas leis a fim de proteger os cidadãos
dos perigos dessas substâncias químicas
escondidas. Com uma revisão da política
européia para substâncias químicas
prestes a acontecer (2), as organizações
pediram que a Comissão Européia
não deixe escapar a oportunidade de
propor medidas severas para substituir essas
substâncias perigosas por alternativas
mais seguras. |
"Esse
relatório revela o fato de que a contaminação
química generalizada está dentro
de nossas próprias casas, escritórios
e em nossas rotinas diárias. As pessoas
suspeitam da poluição dos carros
e fábricas, mas não imaginavam
que seus objetos domésticos e costumeiros
sejam tóxicos", disse John Butcher,
coordenador da campanha contra substâncias
tóxicas no Brasil. "Apenas quando
as empresas forem obrigadas legalmente a substituir
as substâncias tóxicas por alternativas
mais seguras é que nós poderemos
livrar nosso meio ambiente, nossas casas e
nossas vidas dessas substâncias químicas
que nos ameaçam".
As amostras de poeira foram coletadas pelo
Greenpeace em casas no Reino Unido, França,
Espanha, Dinamarca, Suécia e Finlândia,
e foram analisadas por laboratórios
independentes (3). As análises revelaram
quantidades significativas de:
- hormônios disruptores
alcalinofenóis, usados em cosméticos
e outros produtos de higiene pessoal;
- ésterftalatos,
que são prejudiciais ao sistema
reprodutivo e são usados principalmente
para tornar o PVC maleável, encontrado
em brinquedos, interiores de carros e
cabos. Também é usado em
perfumes e cosméticas, tintas,
adesivos e vedadores;
- substâncias
químicas bromadas, que interferem
nos hormônios, usados como substâncias
que retardam a propagação
do fogo;
- parafinas cloradas,
que podem causar câncer, usadas
em tintas, plásticos e borrachas;
- compostos orgânicos
a base de cobre, usados como estabilizadores
em plásticos (especialmente em
PVC) e como tratamento contra mofo e poeira
(ácaros) em alguns carpetes e pisos
de PVC. Essas substâncias são
tóxicas para o sistema imunológico.
Os fabricantes
alegam que as substâncias químicas
estão incorporadas nos produtos e não
representam risco. No entanto, o relatório
do Greenpeace revela que isso não é
verdade: as substâncias perigosas podem
contaminar nossas casas, onde podemos inspirar
a poeira e as substâncias químicas
que ela contiver. Nós também
corremos o risco de ingerir as substâncias
tóxicas ao ingerir comida contaminada
ou, no caso das crianças, ao levar
os brinquedos à boca. Outras substâncias
podem ser absorvidas diretamente pela pele.
"Nós estamos cercados por substâncias
químicas, as quais nós nem sequer
sabemos que existem, mas cujos impactos em
nossa saúde podem ser extremamente
sérios, especialmente em longos períodos
de tempo", disse Tamsin Rose, Secretária
Geral do EPHA. "O perigo para nossas
crianças é ainda maior, porque
organismos em desenvolvimento são mais
vulneráveis a agentes contaminantes.
A Comissão Européia precisa
aproveitar essa oportunidade de ouro para
garantir que substâncias químicas
perigosas sejam eliminadas do mercado europeu".
A atual revisão da política
européia para substâncias químicas
foi iniciada pela Comissão em fevereiro
de 2001, em resposta à crescente preocupação
sobre a eficácia da legislação
existente.
"A atual política européia
para substâncias químicas permite
a presença de substâncias tóxicas
em alguns produtos e não em outros,
mas precisamos criar uma política mais
consistente", acrescentou Stefan Craenen,
assistente político da BEUC. "Os
consumidores não tem que ficar se preocupando
com a segurança de um `coquetel` de
substâncias químicas em produtos
que vão desde rímeis a brinquedos.
Substâncias químicas perigosas
não devem estar em produto nenhum -
e o princípio da substituição
deve, portanto, fazer parte na nova legislação
sobre substâncias químicas". |
Notas:
(1) O relatório
"Consuming chemicals: Hazardous chemicals in
house dust as an indicator of chemical exposure
in the home" está disponível
para download em: www.greenpeace.org.uk/toxics.htm
(2) A União
Européia propôs novas leis que farão
com que as substâncias químicas mais
perigosas - que são as substâncias
estudadas no relatório do Greenpeace - sejam
identificadas. Uma "autorização"
será necessária para que essas substâncias
continuem sendo produzidas. O Greenpeace apoia essa
iniciativa, mas entende que é preciso ir
além. Uma segunda medida necessária
é a deixar claro que, quando existir uma
alternativa viável e mais segura, a "autorização"
não será dada. Se uma alternativa
viável e mais segura não existir e
a substância química em questão
tiver uma função importante na sociedade,
a produção pode continuar apenas por
um período limitado de tempo, enquanto uma
alternativa viável é desenvolvida.
Esse é o princípio da substituição
que o Greenpeace pede e espera que a Comissão
Européia incorpore na legislação
européia.
(3)
A poeira foi coletada de 100 residências voluntárias
no Reino Unido e comparada com um pequeno número
de amostras de outros países (03 na Finlândia,
03 na Dinamarca, 02 na Suécia, 01 na França
e 01 na Espanha). As amostras foram analisadas em
laboratórios no Reino Unido, na Holanda e
na Alemanha para cada um dos cinco grupos de substâncias
químicas tóxicas listadas acima. Em
média, cada 01g de poeira continha 0,5mg
(01 parte em 2000) dos cinco grupos de substâncias
tóxicas especificamente quantificados. A
identificação de uma diversidade de
outras substâncias químicas produzidas
pelo homem na análise qualitativa indica
que a contaminação total de objetos
domésticos por substâncias químicas
pode ser substancialmente maior.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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