|
SAIBA MAIS
SOBRE O QUE É:
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2003
|
|
Proteção
É preciso,
pois, assegurar a sobrevivência da espécie
e, para isso, dispor de estruturas e processos que
as protejam de fenômenos naturais (intempéries)
e da agressão de outros seres vivos.
Qualquer animal que não disponha de recursos
defensivos eficientes pode ser completamente destruído
por seus predadores naturais (há seres vivos
que vivem da predação). Os vegetais
não correm tanto risco por terem o poder
da regeneração de suas partes lesadas
ou amputadas e por terem crescimento vegetativo
ilimitado. Apenas alguns animais têm essa
capacidade de regeneração.
Os sistemas de proteção vão
desde a simples camuflagem (o urso branco, por exemplo,
confunde-se com a neve; e o tigre, com suas listas,
com a vegetação típica do ambiente)
até a construção de abrigos
para o animal e sua prole (as conchas dos moluscos,
as tocas dos roedores etc.).
Espinhos ( como os dos ouriços), couraças
(das tartarugas e tatus), são outros tipos
de estruturas defensivas. "Mas nem eles nem
os abrigos acham-se tão intimamente relacionados
com a natureza do meio ambiente quanto a camuflagem",
diz o professor Samuel Murgel Branco.
O camaleão, por exemplo, possui a capacidade
de mudar a cor de sua pele, o que lhe possibilita
confundir-se com uma grande variedade de locais.
As borboletas têm as cores e a forma de pétalas
de flores. Algumas gaivotas têm a coloração
cinza azulada no dorso, que é confundida
com a água do mar, quando vista de cima,
e a cor branca na região ventral, que lhe
permite não ser percebida pelos peixes, suas
vítimas, de encontro à luz.
Quando a fauna natural desaparece, acontece um excessivo
e desastroso desenvolvimento de animais nocivos
que, por quantidade, acabam se livrando de seus
predadores naturais, ficando com campo aberto para
agir. Isso é muito comum na abertura da estradas
ou grandes obras, quando é freqüente
o aparecimento de doenças transmitidas principalmente
por insetos.
O meio ambiente
O meio ambiente,
o sistema ecológico ou ainda o ecossistema
constituem-se num conjunto de elementos e fatores
indispensáveis à vida. Qualquer unidade
que inclua todos os organismos (a comunidade) de
uma determinada área interagindo com o meio
físico, constitui um sistema ecológico
ou ecossistema, onde há um intercâmbio
de matérias vivas e não vivas.
Para Samuel Branco, "no meio ambiente pode
não haver vida. Já o ecossistema pressupõe,
em si mesmo, a existência de vida". Ele
explica:
- O meio ambiente constitui-se numa noção
mais estática. Embora contenha elementos
e condições necessárias à
vida, pode não haver estrutura que a condicione.
Meio ambiente também difere de habitat, que
já dá uma conotação
geográfica ou espacial. O habitat seria o
ambiente nativo. Exemplos de ecossistemas: uma floresta
inteira ou uma simples bromélia (família
de plantas semelhantes ao abacaxi), um lago, um
rio.
Um conjunto
Muitos fatores e
elementos delimitam a composição de
um ecossistema. Existe. por exemplo, a composição
física do meio, como a natureza do solo,
luminosidade, temperatura etc. A composição
química: sais minerais e compostos orgânicos
utilizados como nutrientes; acidez ou alcalinidade;
oxigênio; gás carbônico. Há
a presença de outras espécies: predadores,
seres que vivem do mesmo tipo de alimento ou que
dependem reciprocamente uma espécie da outra,
parasitas, alelopatas, que são vegetais que,
através de suas folhas, ramos, frutos ou
raízes, produzem substâncias que dificultam
o crescimento de outros vegetais.
Sem improvisação
Há ambientes
naturais artificiais. Os naturais são constituídos
por componentes dos ecossistemas em geral e que
atendem às necessidades básicas de
nutrição, reprodução
e proteção.
Os seres vivos utilizam-se oportunamente dos elementos
da natureza, mas são passivos em relação
à estrutura e composição do
meio ambiente. Sua participação na
composição do ambiente ecológico
é puramente circunstancial. Raríssimas
espécies provocam alterações
direcionais em um ecossistema, como as formigas,
abelhas ou os castores que, mesmo assim, têm
sua capacidade extremamente limitada por fatores
naturais.
As abelhas, por exemplo, constróem habilidosamente
suas colônias, mas dependem da existência
de flores nas proximidades, como fonte de néctar
e pólen para sua sobrevivência.
Os castores, por sua vez, cortam árvores
e constróem barragens com os troncos, originando
os lagos - ambiente favorável à sua
vida e reprodução. Entretanto, na
ausência de árvores, não conseguem
substitui-las por outro material, como blocos de
pedra, por exemplo.
Além disso, em todas as realizações,
o animal nunca improvisa. Segue um padrão
rígido de construção. Faz tentativas
para fugir de uma armadilha, mas é incapaz
de realizar experiências no sentido de conquistar
um ambiente novo ou de alterar sua habitação
natural. Ou ele encontra o ambiente e os materiais
necessários ao seu modo de vida ou ele morre.
Na natureza, só o homem é capaz de
fugir inteiramente a essas restrições.
Sua capacidade de improvisação não
tem limites e ele a usa para mudar seu ambiente
de modo a torná-lo mais adequado ao seu tipo
de vida. Que, por sinal, foi modificado por ele
mesmo, perdendo seu sentido natural de satisfação
e necessidades fisiológicas básicas.
Começaram a surgir no homem as necessidades
ideais, traduzidas em conforto, bem estar, padrões
estéticos, poder, satisfação
de aptidões intelectuais, resultantes de
atividade mental que lhe é peculiar e exclusiva.
Fonte: Cetesb (agência ambiental
de São Paulo)
Prof. Samuel Murgel Branco (ex diretor da Cetesb)