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COMÉRCIO
DE SEMENTES SERÁ
UM BOM NEGÓCIO PARA OS ÍNDIOS
KAYAPÓ
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2003
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Os índios
Kayapó, habitantes do Pará e do Mato
Grosso, estão buscando um novo recurso para
combater o comércio ilegal de madeiras de
lei, no interior de suas terras: é o comércio
de sementes de árvores nobres. A iniciativa
tem o apoio da Funai, por meio de sua Coordenação
Geral de Patrimônio Indígena e Meio
Ambiente (CGPIMA) e do Clube da Semente do Brasil.
No ano passado, a coordenação de Proteção
às Terras Indígenas do CGPIMA, levou
um grupo lideranças Kaiapó para conhecer
o Clube da Semente, localizado em Olhos D’Água,
a 80 kilômetros de Brasília.
Devido a necessidades econômicas e falta de
alternativa para garantir sua sobrevivência,
os índios Kayapó têm comercializado
árvores que são consideradas sua fonte
de maior riqueza. É o caso do mogno, madeira
de lei usada, entre outras coisas, na fabricação
de móveis de luxo. Mas os Kayapó negociam
essa madeira a um preço muito abaixo do valor,
R$50, o que acaba gerando um prejuízo aos
próprios índios, além de prejudicar
o meio ambiente, pois o mogno demora uns 30 anos
para chegar a fase adulta. Vender as sementes das
árvores seria um negócio lucrativo,
pois os índios poderiam ganhar anualmente
R$ 180 por árvore e a mesma permaneceria
intacta.
Assim a Funai e o Clube da Semente pretendem firmar
um acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
(Ibama) e a Federação dos Povos Indígenas
Kayapó para afastar os índios do comércio
de madeira. ”Nosso Objetivo é encontrar alternativas
econômicas para eles, mostrando a enorme riqueza
que possuem”, diz o presidente do Clube da Semente
do Brasil, situado em Brasília, Antônio
Fernandes.
Fonte: Funai (www.funai.gov.br)
Ana Paula de Souza e Simone Cavalcanti