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PE CARLOS
BOTELHO REALIZA CENSO
DA FAUNA QUE USA A ESTRADA PARQUE SP-139
Panorama Ambiental
Rio Branco (AC) - Brasil
Setembro de 2003
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O Conselho Consultivo
do Parque Estadual ”Carlos Botelho” - PECB – é
formado com representantes dos vários segmentos
da sociedade, tanto da região de São
Miguel Arcanjo como de Sete Barras.
Foram montados três grupos de trabalho com
temas direcionados para a pesquisa científica,
visitação pública e inserção
do Parque na região.
O grupo de pesquisa científica do Conselho
Consultivo do PECB, vem realizando um projeto inédito.
Está realizando o Censo da Fauna que usa
a SP-139 e demonstrando a enorme riqueza e fragilidade
dessa região com relação à
preservação ambiental de múltiplas
espécies da fauna e da flora.
Deixa caracterizado de maneira clara que esta rodovia
deve ter um trânsito devidamente controlado,
com relação à velocidade e
tonelagem funcionando num contexto de Estrada-Parque.
Segue abaixo o texto realizado pelo Grupo de Pesquisa
Científica do PECB, que é coordenado
pela Drª Beatriz Beisiegel e pelos seguintes
componentes:
Equipe: Alexandre Bastos Fernandes Lima, Beatriz
de Mello Beisiegel, Camila Câmara Pianca,
Célio Paulo Ferreira, Paula Fogaça,
Wagner Gomes Portilho e Francisco Fogaça
Balboni.
Estagiários: Ulisses José Costa Rodrigues,
José Alampos Junior, Paola Naomi Sivalli,
Rosamaria Sega, Mariana Dutra Fogaça, Higussa
Nakatani, José Francisco dos Santos.
Funcionários: Francisco, Maurício,
Marcos, Natanael.
A rodovia SP 139, ou Estrada da Macaca, corta o
Parque Estadual "Carlos Botelho" (PECB)
em uma extensão de 33 km, ligando o planalto
ao Vale do Ribeira. A falta de asfalto e péssimas
condições faziam com que o tráfego
nesta rodovia fosse muito reduzido. Atualmente a
SP 139 está sendo readequada para o trânsito,
com perenização não-asfáltica,
o que resultará em aumento do tráfego
de veículos e de velocidade. Este aumento
pode, por sua vez, causar grandes impactos sobre
a fauna do Parque.
O projeto “Censo diagnóstico da fauna que
usa a rodovia SP 139” foi implantado pelos pesquisadores
do Conselho Consultivo do PECB para avaliar o uso
da SP 139 pela fauna e propor medidas que diminuam
o impacto da readequação da rodovia.
Já foram obtidos resultados importantes tais
como presença da onça pintada (Panthera
onca) e onça parda (Puma concolor) na estrada
e uso intenso da mesma por antas (Tapirus terrestris),
veados (Mazama sp.) e cachorros do mato (Cerdocyon
thous). Vários pequenos animais, tais como
gambás, roedores, cobras, sapos e aranhas,
já estão sendo atropelados. Em sua
maioria são animais noturnos, dificilmente
vistos pelos motoristas, e costumam ficar imóveis
devido à combinação de luz
e ruído dos automóveis, que os desorienta.
Estes animais podem sofrer grandes declínios
populacionais devido às mortes por atropelamento,
como já foi verificado em estudos em estradas
nos Estados Unidos, Canadá e Europa.
Foram identificados muitos pontos críticos,
de uso intenso pela fauna, para a colocação
de placas de advertência e redutores de velocidade.
Idealmente, deveriam ser colocados radares e lombadas
eletrônicas. Apesar de uma idéia inovadora
para estradas de terra, esta medida se justificaria
pela importância da proteção
à fauna do PECB, classificado pela UNESCO
como Sítio do Patrimônio Natural da
Humanidade, além de compor a Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica, considerada como um dos
“hot spots” para conservação. A vizinhança
desta área constitui um privilégio
para os cidadãos de São Miguel Arcanjo,
sendo um dever de todos contribuir para a sua preservação.
Uma primeira contribuição essencial
é, ao usar SP 139, dirigir em uma velocidade
baixa, que permita ao motorista ver animais de qualquer
tamanho usando a pista e evitar o atropelamento
dos mesmos.
Fonte: PE Carlos Botelho
José Luiz Camargo Maia