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GREENPEACE
É IMPEDIDO DE PROTESTAR
CONTRA ANGRA 3 NO CONGRESSO NACIONAL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2003
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Ativistas da organização
ambientalista queriam convencer parlamentares brasileiros
a impedir a construção de uma nova usina
nuclear no país
Na véspera do Dia Mundial
do Meio Ambiente, ativistas do Greenpeace tentaram
subir na cúpula do Senado, em Brasília,
para protestar contra a possível construção
da terceira usina nuclear em Angra dos Reis, no
Estado do |
Rio de Janeiro.
Ativistas foram impedidos de colocar uma faixa
preta com o símbolo de perigo nuclear,
na qual lia-se “Angra 3 Não!”. Apesar
do protesto ter um caráter pacífico,
de não violência, como são
característicos do Greenpeace, 10 dos
ativistas foram detidos e encaminhados para
a 2a. Delegacia de Polícia, localizada
na Asa Norte.
Além da similaridade arquitetônica
entre a cúpula do Senado e as cúpulas
das usinas nucleares já existentes em
Angra dos Reis, o Congresso Nacional foi escolhido
porque, de acordo com o artigo 21 da Constituição
Brasileira, é ele quem deve acompanhar
e fiscalizar todo o programa nuclear brasileiro.“Ao
invés de se omitirem sobre a construção
dessa nova usina nuclear, os deputados e senadores
devem cumprir seu dever e |
acompanhar
esse projeto, para garantir que ele jamais saia
do papel”, disse Sérgio Dialetachi, coordenador
da campanha de energia do Greenpeace. “Mais
do que isso, os parlamentares devem agora estudar,
aprovar e incentivar os projetos de lei que
já estão circulando no Congresso
e que tratam do uso das fontes de energia limpas
e renováveis”. |
O
Greenpeace, junto com outros representantes
da sociedade civil, solicitou uma audiência
pública sobre o programa nuclear brasileiro.
A audiência já foi aprovada, e
deve acontecer nos próximos dias. Nela,
os parlamentares das comissões de Minas
e Energia, Ciência e Tecnologia e Meio
Ambiente poderão conhecer melhor os perigos
ambientais, sociais e econômicos da indústria
nuclear.
Além da faixa sobre a cúpula,
os ativistas iriam montar, em frente ao Congresso
Nacional, um placar com os nomes dos 10 componentes
do Conselho Nacional de Política Energética
(CNPE) (1). O placar, com pontos de interrogação
ao lados dos nomes dos representantes, seriam
preenchidos de acordo com a posição
de cada um sobre o projeto de construção
de Angra 3. Os representantes que fossem a favor
do projeto,
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teriam
um símbolo de perigo nuclear associado
a seu nome; já os representantes que
fossem contrários ao projeto, seriam
associados a um sinal de ‘mais’ (+), simbolizando
sua escolha pela energia positiva, vinda de
fontes renováveis, limpas e seguras.
O CNPE, que deveria ter se reunido em maio deste
ano, é o órgão que decidirá
sobre a construção da usina Angra
3 e sobre o futuro dos milhares de moradores
da região de Angra dos Reis. A data da
próxima reunião ainda não
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foi
divulgada, mas o Greenpeace espera que, num
futuro próximo, o CNPE seja democratizado,
a fim de que se torne transparente e para que
conte com a participação de todos
os setores da sociedade civil.
“Atualmente, temos três representantes
da sociedade civil no CNPE, contra sete membros
do governo. Além disso, esses três
representantes não englobam todas as
camadas e todos os setores da sociedade civil
brasileira. Precisamos ouvir os moradores de
Angra dos Reis e de todos os municípios
num raio de 100km, o que significaria, inclusive,
ouvir moradores e representantes de municípios
de Minas Gerais e de São Paulo”, apontou
Dialetachi (2).
Desde o Fórum Social Mundial 2003, o
Greenpeace vem coletando
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assinaturas
contra Angra 3, que serão entregues ao
Presidente Lula ainda no primeiro semestre.
Além disso, o Greenpeace também
disponibilizou em seu site uma liberação,
pedindo que o CNPE vote contra a construção
de uma nova usina nuclear brasileira. |
Nota:
(1) O CNPE é
composto pelos ministros de Minas e Energia (Dilma
Roussef), da Ciência e Tecnologia (Roberto Amaral),
do Planejamento (Guido Mantega), da Indústria
e Comércio (Luiz Furlan), da Fazenda (Antônio
Palocci), do Meio Ambiente (Marina Silva), além
do chefe da Casa Civil (José Dirceu) e dos
representantes das universidades (José Goldemberg),
dos Estados (Mauro Arce) e da sociedade civil (Euclides
Scalco).
(2) No caso de um acidente
em Angra dos Reis, os Estados de Minas Gerais e de
São Paulo teriam mais municípios afetados
num raio de 100km do que o próprio Estado do
Rio de Janeiro. Vale lembrar que, apesar de estarmos
trabalhando com o exemplo dos 100km, os vestígios
radioativos do acidente da usina nuclear de Chernobil,
na Ucrânia, puderam ser verificados num raio
de até 450km de distância.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa |