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BORBOLETÁRIOS
BRASILEIROS
SERÃO CADASTRADOS PELO IBAMA
Panorama Ambiental
Brasília (SP) - Brasil
Novembro de 2003
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Para ajudar na formulação
de uma política de conservação
das borboletas brasileiras, o Ibama quer saber quantos
borboletários existem em funcionamento no
país. Oficialmente só há dois:
um no zoológico de Belo Horizonte e outro
no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, no
Paraná. Porém, existe um número
desconhecido de criadouros dedicados à criação
de espécimens vivos de borboletas e que precisam
ser cadastrados e credenciados. O levantamento já
começou e quem cria tais insetos deve entrar
em contato com a Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros
do Ibama no endereço: onildo.marini-filho@ibama.gov.br.
O cadastro dos borboletários tornou-se necessário
principalmente após a publicação
da mais recente Lista das Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção.
A lista relaciona 55 espécies de borboletas
ameaçadas, sendo que 21 delas encontram-se
em situação crítica ou em perigo
iminente de desaparecer da natureza, o que seria
uma perda irreversível.
Dono da quarta maior diversidade de borboletas do
mundo, o Brasil tem identificadas cerca de três
mil espécies do inseto pertencente à
Ordem Lepidoptera - do latim, lepido = escamas +
ptera = asas. “O nome dessa Ordem vem de uma característica
das asas das borboletas que são compostas
por minúsculas escamas onde se fixam os pigmentos
que dão cores e brilho às suas asas”,
explica Onildo Marini Filho, estudioso do tema e
coordenador do setor de espécies ameaçadas
do Ibama.
Fascinantes e encantadoras aos olhos leigos, as
borboletas são capazes de revelar grandes
segredos ao olhar mais acurado dos estudiosos. De
início, as borboletas são um dos grupos
de insetos mais estudados em todo o mundo. São
seres de enorme importância para os ecólogos
que se detém a investigar as diversas relações
existentes na sutil trama da vida selvagem. “A mais
importante teoria em voga no campo da conservação
ambiental, denominada de biologia de metapopulações,
foi desenvolvida com base nos dados obtidos a partir
da minuciosa observação de borboletas
nos arquipélagos da Finlândia”, exemplifica
Marini. (veja: http://www.uol.com.br/cienciahoje/ch/ch160.htm).
Onildo lembra que foi a partir de informações
colhidas entre as borboletas que estabeleceram também
as poucas mas consistentes evidências dos
efeitos nocivos dos organismos geneticamente modificados,
os famosos OGMs, sobre a saúde animal e a
biodiversidade. Se hoje conhecemos a estrutura do
DNA, isso também se deve aos trabalhos relacionados
aos pigmentos presentes nas asas das borboletas
denominados pteridinas e que serviram de base para
inúmeras investigações científicas.
“Por toda essa importância, temos que dedicar
nossos esforços ao trabalho da conservação
da borboletas brasileiras e a organização
do setor que estuda o tema é um ponto fundamental
para o nosso trabalho”, argumenta o pesquisador.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de comunicação