internacional
de armas e aos mercenários tem dependido
quase que unicamente da indústria madeireira
do país e do conseqüente apoio
financeiro e logístico que ela fornece.
A indústria madeireira da Libéria
também é responsável
por destruição ambiental e abuso
de direitos humanos.
Por causa dessas evidências e da intensa
campanha promovida pelo Greenpeace e pela
Global Witness (1), entre outras organizações,
que o Conselho de Segurança da ONU
concordou em incluir a madeira às sanções
impostas à Libéria, barrando,
assim, a engrenagem do comércio de
madeira que alimenta a máquina de guerra
do presidente Taylor.
A decisão também renova as sanções
existentes impostas à Libéria,
além de incluir todas as exportações
de madeira. A medida entrará em vigor
a partir de 07 de julho deste ano. Tais restrições
impostas à indústria madeireira
da Libéria são essenciais para
obter qualquer progresso no sentido de acabar
com o conflito ativo e violento, implementado
pelo governo liberiano na região.
Enquanto o fim às exportações
de madeira que alimentam o conflito na região
é um passo importante, as questões
sobre degradação ambiental e
social resultante de práticas madeireiras
destrutivas também devem tratadas para
possibilitar uma solução compreensiva
e sustentável.
Desde 2000, o Greenpeace tem denunciado as
ligações entre empresas madeireiras
da Libéria e o comércio ilegal
de armas, além de envolvidos com o
comércio de madeira na Europa e América
do Norte. Através de extensas pesquisas,
a organização apresentou novas
evidências à indústria
madeireira, além de bloquear carregamentos
de madeira da Libéria em muitos portos
europeus, exigindo que as madeireiras coloquem
um fim ao comércio de madeira que alimenta
o conflito na região. A proposta do
Conselho de Segurança da ONU de incluir
a madeira às sanções
na Libéria foi apresentada pela primeira
vez em dezembro de 2000, mas foi derrotada
pela França e China - os maiores importadores
de madeira proveniente da Libéria.
Nesta época, muitas empresas envolvidas
no comércio de madeira resolveram ignorar
as evidências apresentadas pelo Greenpeace,
argumentando que o Conselho de Segurança
da ONU não parecia concordar que havia
razões suficientes para justificar
as sanções. Dentre estas empresas
estão: a madeireira holandesa Wijma,
o grupo dinamarquês DLH, o grupo suíço-alemão
Danzer, entre outros.
Ativistas do Greenpeace denunciaram tais madeireiras
e suas relações com este comércio
devastador durante protesto na serraria Fritz
Offermann Sägewerk und Holzimport, na
Alemanha. A serraria foi palco de uma manifestação
semelhante em 2002, quando a organização
apresentou as primeiras evidências do
papel da madeira no conflito da região
ao presidente da Offermann, Jürgen Offermann,
que se recusou a suspender qualquer contrato
comercial envolvendo madeira liberiana.
De acordo com o Greenpeace, companhias como
a Offermann continuaram cinicamente a comercializar
madeira proveniente da Libéria nos
últimos dois anos, enquanto novas evidências
relacionando o comércio de madeira
do país com tráfico de armas
e devastação ambiental continuaram
a ser apresentadas. |