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38 ONGs
PEDEM QUE AS LEIS SOBREPONHAM-SE
À GUERRA NA CRISE NUCLEAR DA CORÉIA
DO NORTE
Panorama Ambiental
Nova Iorque (NY) – EUA
Abril de 2003
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Na véspera
da saída formal da Coréia do Norte
do Tratado de Não-Proliferação
de Armas Nucleares (TNP), o Greenpeace e outras
37 organizações não-governamentais
(ONGs) pediram aos membros do Conselho de Segurança
da ONU que apoiem um acordo negociado para o conflito
entre a Coréia do Norte e os EUA.
Em uma carta enviada ao Conselho de Segurança,
enquanto os membros realizavam uma "consulta"
formal sobre os assuntos referentes à Coréia
do Norte, as ONGs clamaram por um regime fortalecido
de não-proliferação e pediram
que os EUA e outras potências nucleares parem
de fugir de suas obrigações relativas
a desarmamentos.
"Nós tememos que a guerra preventiva
dos EUA contra o Iraque tenha aberto um precedente
perigoso para respostas a crises envolvendo estados
suspeitos de possuir armas de destruição
em massa. Nós apelamos aos membros do Conselho
de Segurança da ONU para que eles se comprometam
com uma diplomacia ativa que trabalhe em prol do
fortalecimento do regime de não proliferação
e que evite novas guerras", disse John Loretz,
do grupo International Physicians for the Prevention
of Nuclear war (Médicos Internacionais pela
Prevenção de Guerras Nucleares).
As ONGs pediram que a Coréia do Norte permaneça
no TNP como uma nação não-nuclear
e que os EUA definitivamente rejeitem o uso de força
militar para lidar com situações de
crise. A disputa pode ser resolvida através
de conversas bilaterais entre os EUA e a Coréia
do Norte, apoiadas por negociações
multilaterais envolvendo os membros do Conselho
de Segurança e os países do nordeste
da Ásia.
As ONGs receberam com bons olhos as iniciativas
do Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, de
mediar a crise, mas afirmaram que mais medidas proativas
por parte de todos os estados são necessárias
para revitalizar o regime de não-proliferação.
A Coréia do Norte reiniciou o funcionamento
de seu reator de produção de plutônio,
saindo do Acordo de 1994, e anunciou no último
dia 10 de janeiro que se retiraria formalmente do
TNP. A administração Bush incluiu
a Coréia do Norte em seu denominado "Eixo
do Mal" e se recusa a descartar ataques militares
preventivos contra a Coréia do Norte.
"Nós pedimos que o governo norte-coreano
volte para o âmbito da comunidade internacional
como um membro não-nuclear do TNP",
disse Kimberly Roberts, do grupo Médicos
pela Responsabilidade Social (Physicians for Social
Responsibility). "Mais importante ainda, os
EUA não podem fugir de suas responsabilidades
de não-proliferação dispostas
pelo Artigo VI (1) do TNP e continuar mantendo um
maciço arsenal de armas nucleares. Nós
pedimos que a administração norte-americana
se comprometa com a meta de eliminar seu arsenal
nuclear, ratifique o tratado que proíbe testes
nucleares e adote uma política de não
utilização de armas nucleares".
O TNP, que inclui a grande maioria dos países
do mundo e todas a potências nucleares com
exceção de Israel, Índia e
Paquistão, se reunirá em Genebra entre
os dias 28 de abril de 09 de maio para começar
a planejar a revisão formal do tratado, marcada
para 2005. As ONGs afirmaram que a atual crise do
regime de não-proliferação
precisa ser tratada durante a reunião e que
os estados-membro devem se comprometer com mecanismos
multilaterais baseados em tratados que possam impedir
qualquer futura repetição de uma ação
unilateral como a que foi tomada pelos EUA e pelo
Reino Unido contra o Iraque.
"Apesar das nuvens escuras que pairam sobre
nós agora por causa da guerra, a comunidade
internacional tem uma oportunidade única
de avançar no sentido do desarmamento nuclear
e da não-proliferação",
disse Tom Clements, do Greenpeace Internacional.
"Nós precisamos aumentar nossos esforços
para livrar o mundo de todas as armas nucleares
e não deixar essa oportunidade escapar".
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa