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PRESIDENTE
DO IBAMA DEFENDE EM BERLIM
SANTUÁRIO DE BALEIAS NO ATLÂNTICO
SUL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2003
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O presidente do Ibama,
Marcus Barros, defenderá pessoalmente a proposta
brasileira de criação de um Santuário
de Baleias no Atlântico Sul durante a 55ª
Reunião Anual da Comissão Internacional
da Baleia–CIB, nos dias 16, 17 e 18 de junho em
Berlim, Alemanha. Ao todo, quarenta países-membros
integram a comissão – entre eles o Brasil,
que tem direito a voz e a voto no plenário.
Para obter a vitória, a proposta precisa
da adesão explícita no voto de, pelo
menos, três quartos dos países. Apesar
de ameaçadas, diversas espécies de
baleias ainda são alvo da caça comercial
por alguns países, entre os quais o Japão
e a Noruega. A proposta do Brasil, que tem o co-patrocínio
da Argentina, é estabelecer um santuário
para as baleias em toda a área do Oceano
Atlântico, desde a linha do Equador até
o limite de 40ºS, onde se inicia o já
criado Santuário Antártico.
A região definida na proposta engloba, além
do alto-mar, as costas do Brasil e da África.
A área é de significativa importância
para a reprodução, amamentação,
migração e a alimentação
para onze das quatorze espécies de baleias
existentes no mundo, entre as quais: a baleia-azul
(o maior mamífero do Planeta), as baleias
bryde, fin, espadarte, jubarte, franca, franca pigméia,
cachalote, minke e minke-anã.
Atualmente, existem duas grandes áreas designadas
como santuários de baleias. Uma delas, criada
em 1979, localiza-se no Oceano Índico e outra
nos Mares que circundam a Antártica, estabelecida
em 1994. Há três anos, o Brasil defende
a criação do Santuário do Atlântico
Sul, que se ligará ao santuário Antártico,
ampliando as chances de sobrevivência para
os grandes cetáceos que vivem parte de sua
vida na região.
Quando assim definidas, tais áreas servem
à promoção da pesquisa científica
sobre espécies e habitats, proteção
da biodiversidade, manutenção dos
processos ecológicos, geração
de oportunidades educacionais e desenvolvimento
do turismo sustentável.
Como nascem
os santuários?
A criação
de um santuário de baleias faz parte de um
longo processo político e de discussões
técnico-científicas que envolvem vários
países e que culminam nas reuniões
anuais da Comissão Internacional da Baleia.
A CIB foi criada em 1946 a partir da Convenção
Internacional para a Regulamentação
da Caça de Baleais, resultado de negociações
e acordos entre os países baleeiros entre
as décadas de 30 e 40.
A CIB tem a missão de revisar e adotar medidas
para a proteção completa de certas
espécies, a designação de áreas
de proteção, o estabelecimento de
cotas de captura e o tamanho dos animais que podem
ser capturados. A CIB tem ainda a função
de determinar as estações de caça,
bem como as restrições relativas aos
filhotes e às baleias em fase de amamentação.
A criação do Santuário do Atlântico
Sul requer a aprovação de três
quartos dos países membros. Nas duas primeiras
tentativas de aprovar a proposta, o Brasil foi derrotado
devido às pressões dos países
que caçam baleias ou daqueles que se aliam
aos defensores da matança motivados por interesses
econômicos e políticos.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa