Panorama
 
 
 

BRASIL LANÇA CAMPANHA
PELO SANTUÁRIO DE BALEIAS NO ATLÂNTICO SUL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2003

A proposta brasileira de criação de um Santuário de Baleias no Atlântico Sul será apresentada na última quarta-feira (14/5) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, aos embaixadores e diplomatas de países estrangeiros sediados em Brasília. A solenidade será às 10hs na sede do Ibama e contará ainda com pesquisadores e representantes de organizações ambientalistas nacionais e estrangeiras – entre as quais o Greenpeace Internacional – que defendem o estabelecimento de áreas de proteção às baleias como forma de salvar as espécies da extinção. Apesar de se encontrarem ameaçadas, diversas espécies de baleias ainda são alvo da caça comercial por alguns países, entre os quais o Japão e a Noruega.
A apresentação da proposta ao corpo diplomático de Brasília é a largada da campanha que o governo brasileiro, representado pelos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, fará até o mês de junho quando acontecerá em Berlim a 55ª Reunião Anual da Comissão Internacional da Baleia–CIB. Entre os dias 16 e 18, durante uma das etapas da reunião, a proposta de criação do santuário será colocada em votação no plenário da CIB. Ao todo, quarenta países-membros integram a comissão, entre eles o Brasil, que tem direito a voz e a voto no plenário. Para obter a vitória, a proposta precisa da adesão explícita no voto de, pelo menos três quartos dos países. A argumentação em defesa do santuário deverá ser feita pelo presidente do Ibama, Marcus Barros.
A proposta do Brasil, que conta agora com o co-patrocínio da Argentina, objetiva estabelecer um santuário para as baleias em toda a área do Oceano Atlântico, desde a linha do Equador até o limite de 40ºS, onde se inicia o já criado Santuário Antártico. A região definida na proposta engloba, além do alto-mar, as costas do Brasil e da África. É de significativa importância para a reprodução, amamentação, migração e a alimentação para onze das quatorze espécies de baleias existentes no mundo, entre as quais: a baleia-azul (o maior mamífero do Planeta), as baleias bryde, fin, espadarte, jubarte, franca, franca pigméia, cachalote, minke e minke-anã.
Atualmente, existem duas grandes áreas designadas como santuários de baleias. Uma delas, criada em 1979, localiza-se no Oceano Índico e outra nos Mares que circundam a Antártica, estabelecida em 1994. Há três anos, o Brasil defende a criação do Santuário do Atlântico Sul, que se ligará ao santuário Antártico, ampliando as chances de sobrevivência para os grandes cetáceos que vivem parte de sua vida na região. Quando assim definidas, tais áreas servem à promoção da pesquisa científica sobre espécies e habitats, proteção da biodiversidade, manutenção dos processos ecológicos, geração de oportunidades educacionais e desenvolvimento do turismo sustentável.

Como nascem os santuários?

A criação de um santuário de baleias faz parte de um longo processo político e de discussões técnico-científicas que envolvem vários países e que culminam nas reuniões anuais da Comissão Internacional da Baleia. A CIB foi criada em 1946 a partir da Convenção Internacional para a Regulamentação da Caça de Baleais, resultado de negociações e acordos entre os países baleeiros entre as décadas de 30 e 40.
A CIB tem a missão de revisar e adotar medidas para a proteção completa de certas espécies, a designação de áreas de proteção, o estabelecimento de cotas de captura e o tamanho dos animais que podem ser capturados. A CIB tem ainda a função de determinar as estações de caça, bem como as restrições relativas aos filhotes e às baleias em fase de amamentação.
A criação do Santuário do Atlântico Sul requer a aprovação de três quartos dos países membros. Nas duas primeiras tentativas de aprovar a proposta, o Brasil foi derrotado devido às pressões dos países que caçam baleias ou daqueles que se aliam aos defensores da matança motivados por interesses econômicos e políticos.

Santuário de Baleias no Atlântico Sul

O Brasil lançou oficialmente na quarta-feira (14) sua nova proposta para criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, que vetaria a caça aos cetáceos em toda a área abaixo da linha do equador, entre a América do Sul e a África, privilegiando os chamados usos sustentáveis não-letais, como pesquisa, educação ambiental e turismo de observação. O evento, no Ibama, foi a largada da campanha dos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores pela implementação da área de proteção.
A proposta será levada a Berlim, em junho, durante a 55ª Reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB). O país já havia apresenta texto para implementação do santuário em três outras oportunidades, desde 1998. Agora, a proposta foi adequada a novas regras da CIB. Para aprovação da medida pela Comissão, são necessários três em cada quatro votos dos 40 países membros. "O Brasil está se articulando em nível internacional para obter ainda mais apoio à preservação da espécie e garantir a criação do Santuário", disse a ministra Marina Silva.
Tradicionais parceiros, como Argentina, Chile, Austrália, Nova Zelândia e alguns países nórdicos reforçam a frente pela criação da área de proteção a esses mamíferos. "O Ministério e o Itamaraty têm dedicado empenho total nos contatos com as nações que ainda estão indecisas quanto a seu voto", revelou Éverton Vargas, diretor da Divisão de Meio Ambiente e Assuntos Especiais do Ministério das Relações Exteriores.
O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Marcus Barros, que representará o Ministério do Meio Ambiente, em junho, na reunião da CIB, acredita na efetivação do Santuário pelo papel de destaque que o Brasil alcançou no cenário global. "A proibição da caça na costa brasileira nos anos 80 e a criação do Grupo de Mamíferos Aquáticos do Ibama, em 1994, e do Plano de Ação sobre Mamíferos Aquáticos, além de projetos e programas voltados à pesquisa, são sinais claros da disposição governamental pela preservação da espécie e de seu habitat", salientou.
O santuário do Atlântico Sul se somaria ao Santuário da Antártica, perfazendo uma imensa área dedicada à preservação ao habitat das baleias no Hemisfério Sul. Jeff Langley, primeiro-secretário da Embaixada da Nova Zelândia, informou que seu país apoiará a proposta brasileira na Alemanha, e que proporá, junto com a Austrália, uma nova área de proteção. "Nosso objetivo é fortalecer a iniciativa do Brasil e obter também apoio para a criação de um santuário no Pacífico Sul", disse.

Preservação

Para José Truda Palazzo Júnior, presidente da Coalizão Internacional da Vida Silvestre (IWC/BR) e representante do Brasil na CIB, a efetiva preservação dos cetáceos depende de vários aspectos e pode trazer benefícios sociais e econômicos. "As baleias devem ser preservadas por questões éticas, pela preservação da biodiversidade. Desde o início dos nos 80, quando começou o investimento em usos sustentáveis não-letais no Brasil, como pesquisa, educação ambiental e turismo de observação (whalewatching), foi possível assegurar a manutenção da espécie e obter retorno econômico às comunidades e instituições envolvidas", contou.
"As baleias valem muito mais vivas do que mortas. Os mais de 80 países que hoje investem nesse tipo de atividade estão obtendo lucros superiores a US$ 1 bilhão/ano", revelou o coordenador do Projeto Baleia Franca, desenvolvido em Santa Catarina. Ele acredita na aprovação do Santuário do Atlântico Sul na próxima reunião da CIB, mas, para tanto, espera mais apoio internacional. "O Brasil precisa brigar pelo voto dos países africanos e caribenhos e também da Irlanda", salientou.
A região marinha entre o Brasil e a África é de significativa importância para a reprodução, amamentação, migração e alimentação para 11 das 14 espécies de baleias que existem no mundo. Entre elas, se destacam: baleia-azul (o maior animal do planeta), as baleias de bryde, fin, espadarte, jubarte, franca, franca pigméia, cachalote, minke e minke-anã. "Não se pode observar um animal ou uma planta apenas pelo retorno econômico que venha a proporcionar. A cada espécie extinta, ficamos mais pobres, em todos os sentidos. Substituímos em definitivo a caça às baleias pela caça aos votos pela aprovação do Santuário do Atlântico Sul", disse a ministra Marina Silva.

Comissão

A Comissão Internacional da Baleia foi criada em 1946, por países caçadores de baleias. Devido aos baixos estoques, já na época, a CIB tinha o objetivo de regular a caça e tentar recuperar a quantidade de baleias, propiciando a continuidade da pesca comercial. Seu trabalho inclui revisar e adotar medidas para a proteção completa de certas espécies, a designação de áreas de proteção, a definição de cotas de captura, o tamanho dos animais que podem ser capturados e as estações de caça.
No entanto, de acordo com o embaixador Adil Viana, do Ministério das Relações Exteriores, "a Comissão foi incapaz de garantir a sustentabilidade da espécie, já que seu objetivo principal era a simples manutenção da atividade econômica". Países como Japão e Noruega mantêm sua atividade pesqueira “ o primeiro, com finalidade científica, e, o segundo, em protesto ao embargo na caça comercial. "Somente o Japão deve ter capturado mais de 10 mil baleias com fins científicos", revelou José Truda Palazzo Júnior. Islândia pode ser o próximo país a retomar a caça à baleia.
Como efeito de crescente apoio pela preservação ambiental no globo, principalmente a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em 1972, na Suécia, houve a proibição da caça comercial da espécie, em 1982. Logo em seguida, o Brasil também abandonou a atividade predatória. "Unidades de processamento, as chamadas ˜armações™, existiram em toda a costa do país. Agora a realidade é outra. Nossa idéia é fazer com que a comunidade internacional aceite que algumas nações têm direito a preservar, da mesma forma que outras se acham no direito de manter a caça", explicou Viana.
Se a criação do santuário for aprovada pela CIB, sua implementação é praticamente imediata, dependendo apenas da articulação interna de cada país. "Logo após a efetivação da área de proteção, devem ser criados mecanismos de controle e fiscalização, impedindo atividades predatórias", esclareceu Ricardo Soavinski, coordenador-geral da Diretoria de Fauna do Ibama.
Participaram ainda do lançamento da campanha representantes da Argentina, de organizações não-governamentais e do Greenpeace Internacional.
Páginas relacionadas:
Instituto Baleia Jubarte www.baleiajubarte.com.br
Projeto Baleia Franca www.baleiafranca.org.br/o_projeto.html
Coalizão Internacional da Vida Silvestre www.via-rs.com.br/iwcbr

Brasil oficializa proposta para a criação de santuário de baleias no Atlântico Sul

O governo brasileiro oficializou sua nova proposta de criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul com a proibição da caça aos cetáceos em toda a área abaixo da linha do Equador, entre a América do Sul e a África. O Brasil defende o estabelecimento de áreas de proteção às baleias como forma de salvar as espécies da extinção, privilegiando os chamados usos sustentáveis não-letais, como pesquisa, educação ambiental e turismo de observação.
A região definida na proposta engloba, além do alto mar, as costas do Brasil e da África, áreas de significativa importância para a reprodução, amamentação, migração e alimentação para onze das quatorze espécies de cetáceos existentes no mundo, entre elas a baleia-azul e as baleias bryde, fin, espadarte, jubarte, franca, franca pigméia, cachalote, minke e minke-anã.
Há três anos, o Brasil defende a criação do santuário e sua interligação com o Santuário Antártico como forma de ampliar as chances de sobrevivência para os grandes cetáceos que vivem parte de sua vida na região. Apesar de se encontrarem ameaçadas, diversas espécies ainda são alvo da caça comercial praticada por alguns países.
Agora, a proposta foi adequada às novas regras da Comissão Internacional da Baleia (CIB) e será apresentada, em Berlim, em junho, durante a 55ª reunião da comissão. Para ser aprovada, a proposta brasileira precisa da adesão de três em cada quatro votos dos 40 países membros.
"O Brasil está se articulando em nível internacional para obter ainda mais apoio à preservação da espécie e garantir a criação do Santuário", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Tradicionais parceiros, como Argentina, Chile, Austrália, Nova Zelândia e alguns países nórdicos reforçam a frente pela criação da área de proteção a esses mamíferos. "O Ministério e o Itamaraty têm dedicado empenho total nos contatos com nações que ainda estão indecisas quanto a seu voto", revelou Éverton Vargas, diretor da Divisão de Meio Ambiente e Assuntos Especiais do Ministério das Relações Exteriores.
O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Marcus Barros, que representará o Ministério do Meio Ambiente na reunião da CIB, acredita na efetivação do Santuário pelo papel de destaque que o Brasil alcançou no cenário global. "A proibição da caça na costa brasileira nos anos 80 e a criação do Grupo de Mamíferos Aquáticos do Ibama, em 1994, e do Plano de Ação sobre Mamíferos Aquáticos, além de projetos e programas voltados à pesquisa, são sinais claros da disposição governamental pela preservação da espécie e de seu habitat", salientou.
O santuário do Atlântico Sul se somaria ao Santuário da Antártica, perfazendo uma imensa área dedicada à preservação do habitat das baleias, no Hemisfério Sul. Jeff Langley, primeiro-secretário da Embaixada da Nova Zelândia, informou que seu país apoiará a proposta brasileira, na Alemanha, e que proporá, junto com a Austrália, uma nova área de proteção. "Nosso objetivo é fortalecer a iniciativa do Brasil e obter também apoio para a criação de um santuário no Pacífico Sul", disse.
Se a criação do santuário for aprovada pela CIB, sua implementação é praticamente imediata, dependendo apenas da articulação interna de cada país. "Logo após a efetivação da área de proteção, devem ser criados mecanismos de controle e fiscalização, impedindo atividades predatórias", esclareceu Ricardo Soavinski, coordenador-geral da Diretoria de Fauna do Ibama.
A Comissão Internacional foi criada em 1946 pelos países caçadores de baleias, preocupados com os baixos estoques de cetáceos. A CIB tinha o objetivo de regular a caça e tentar recuperar a quantidade de baleias, propiciando a continuidade da pesca comercial. Seu trabalho inclui revisar e adotar medidas para a proteção completa de certas espécies, a designação de áreas de proteção, a definição de cotas de captura, o tamanho dos animais que podem ser capturados e as estações de caça.
No entanto, de acordo com o embaixador Adil Viana, do Ministério das Relações Exteriores, "a Comissão foi incapaz de garantir a sustentabilidade da espécie, já que seu objetivo principal era a simples manutenção da atividade econômica". Como efeito do crescente apoio pela preservação ambiental no planeta, principalmente a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em 1972, na Suécia, houve a proibição da caça comercial da espécie, em 1982. Logo em seguida, o Brasil também abandonou a atividade predatória.
"Unidades de processamento, as chamadas ‘armações’, existiram em toda a costa do país. Agora a realidade é outra. Nossa idéia é fazer com que a comunidade internacional aceite que algumas nações têm direito a preservar, da mesma forma que outras se acham no direito de manter a caça", explicou Viana.
Para José Truda Palazzo Júnior, presidente da Coalizão Internacional da Vida Silvestre (IWC/BR) e representante do Brasil na CIB, a efetiva preservação dos cetáceos depende de vários aspectos e pode trazer benefícios sociais e econômicos. "Desde o início dos anos 80, quando começou o investimento em usos sustentáveis não-letais no Brasil, foi possível assegurar a manutenção da espécie e obter retorno econômico às comunidades e instituições envolvidas", contou.
"As baleias valem muito mais vivas do que mortas. Os mais de 80 países que hoje investem nesse tipo de atividade estão obtendo lucros superiores a US$ 1 bilhão/ano", revelou o coordenador do Projeto Baleia Franca, desenvolvido em Santa Catarina.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa (Jaime Gesisky)
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mauricio Cardoso)

 
 
 
 

 

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