amazônica.
O Greenpeace explicou os propósitos
para uma autoridade portuária e ambos
concordaram por um terminal apropriado para
a embarcação. No entanto, no
dia 7 de outubro, o mesmo oficial afirmou
que o porto não aceitaria nenhum navio
do Greenpeace. Em seguida, autoridades portuárias
declararam por escrito que atividades públicas
não eram mais permitidas no porto e
alegaram que o Greenpeace ofereceria um “alto
risco de segurança”, referindo-se a
uma ação judicial movida pelo
governo americano contra a organização
e que continua pendente na Corte Federal de
Miami.
No dia 10 de outubro, o Greenpeace enviou
uma carta às autoridades do porto questionando
os motivos alegados para a recusa do espaço
para receber o Esperanza - enquanto visitavam
o local, membros da organização
observaram que, “coincidentemente”, um evento
público ocorria naquele exato momento.
Em carta do dia 14 de outubro, o diretor do
porto, Charles Towsley, recusou o pedido de
reconsideração do Greenpeace,
concentrando sua resposta nas acusações
do governo norte-americano. Embora sem especificar,
Towsley também citou “recentes comportamentos
impróprios” do Greenpeace e disse que
oficiais da Guarda Costeira compartilhavam
de sua preocupação.
O Greenpeace respondeu que as acusações
federais contra a organização
não justificam a decisão do
Porto. No dia 12 de abril de 2002, dois ativistas
abordaram um navio comercial a vários
quilômetros da costa da Flórida,
e estenderam uma faixa com a mensagem: “Presidente
Bush, Chega de Madeira Ilegal”. A embarcação
transportava madeira ilegal proveniente da
Amazônia Brasileira. O governo americano
acusou o Greenpeace de infringir uma obscura
lei do século 19 contra abordagem de
navios (1). O Greenpeace pediu pelo arquivamento
do caso. Este parece ser o primeiro caso na
história dos Estados Unidos no qual
o governo processa uma organização
inteira por um protesto pacífico ou
por atos de desobediência civil de seus
membros. “Em uma democracia, somos inocentes
até que se prove o contrário
- principalmente em um processo judicial bizarro
e sem precedentes como esse”, disse Paulo
Adário, coordenador da campanha da
Amazônia do Greenpeace. “Enquanto isso,
estou confiante de que a verificação
dos registros do porto vai revelar que, ao
longo dos anos, muitos indivíduos e
empresas condenadas por crimes têm recebido
permissão para ancorar aqui”, completou
Passacantando. |