Coordenado
pelos analistas ambientais do Ibama, Adalberto
Iannuzzi e Randolf Zachow, o Plano de Manejo
vem sendo construído com ampla participação
da comunidade local, das prefeituras e dos
órgãos públicos e privados
e das Ongs da região. A Petrobras dará
apoio ao programa de educação
ambiental da Flona.
Para a construção do Plano de
Manejo foram capacitados 28 técnicos,
que formarão o Conselho Consultivo
da Floresta Nacional. Doze representam vários
órgãos do Ibama. Os outros dezesseis,
representam a comunidade e as entidades envolvidas
diretamente na gestão da Unidade de
Conservação: Associações,
Prelazia de Tefé, Pastoral da Criança,
Escoteiros Sá Peixoto, Instituto de
Desenvolvimento do Amazonas, Colônias
de Pescadores, Prefeituras e as Comunidades
São Jorge, Tuiúca e São
Francisco do Itaúba.
Cerca de três mil pessoas moram no interior
e no entorno da floresta e sobrevivem dos
recursos naturais de Tefé - última
reserva verde e polo de referência da
região. Criada em 1989, a Flona abrange
uma área de 868.168 hectares de rica
biodiversidade da Amazônia Ocidental
nos municípios de Tefé, Alvarães,
Carauarí e Juruá.
A principal fonte de renda dessas pessoas
é o agro-extrativismo da pesca, borracha,
castanha, açaí, andiroba, copaíba,
madeira e da agricultura de subsistência.
As cerca de quinhentas famílias vivem
em pequenas comunidades ao longo dos rios
Bauana, Tefé e Curimatá de Baixo,
que fazem limite com a Floresta Nacional.
Elas serão organizadas em associações
e capacitadas.
Uma das primeiras etapas do Plano de Manejo
é identificar todos os envolvidos atuais
ou potenciais com a floresta e as respectivas
atividades: organizações governamentais,
não-governamentais e a iniciativa privada.
Para alcançar seus objetivos sociais,
o projeto deverá promover a integração
entre usuários e moradores e procurar
formas de melhorar a qualidade de vida destes.
O zoneamento organiza especialmente a área
da Flona em parcelas para que seus recursos
naturais possam ser utilizados de forma sustentável.
A identificação dos distintos
graus de uso, de produção, de
recreação e de proteção
das onze zonas é fundamental para que
a floresta cumpra os objetivos específicos
de manejo.
Os moradores apontaram as seguintes prioridades
como indispensáveis para a melhoria
da qualidade de vida: melhorar a organização
das comunidades; diversificar as atividades
econômicas; obter financiamentos para
desenvolver projetos com andiroba e copaíba,
melhorar a produção de mandioca,
comprar máquinas e equipamentos de
trabalho; fortalecer a produção
com cursos, apoio ao processamento, crédito
e apoio à comercialização
dos recursos naturais; dispor de saneamento
básico, posto médico, escolas
de primeiro e segundo graus e eletricidade;
melhorar a fiscalização, as
habitações, o transporte e a
comunicação. |