O maior atrativo do Parque Estadual do Jaraguá é o pico de mesmo nome, de onde se avista grande parte da cidade de São Paulo. Mas, no próximo dia 21, a grande atração não será a paisagem deslumbrante, nem as extensas áreas verdes que ainda conservam uma fauna e flora características de Mata Atlântica, mas o evento “Natal no Parque”, que os administradores do parque realizam todos
os anos.
Com o apoio de empresas, entidades não-governamentais e da população, este é o terceiro Natal em que haverá atividades para a comunidade, durante todo o dia, das 9 às 17 horas. Segundo o diretor do parque, Vladimir Arrais de Almeida, estão programados espetáculos musicais, oficinas culturais, teatro, gincanas e distribuição de brinquedos para as crianças.

O evento, diz o diretor, é uma forma de interação com a comunidade local, constituindo uma forma de educação ambiental para conscientizar os visitantes sobre a importância de se proteger e recuperar os recursos naturais que o parque ainda conserva, apesar de se encontrar inserido em uma área extremamente povoada, cercado por uma população de mais de 250 mil pessoas.
“É muito gratificante atuar junto à comunidade, promovendo a cidadania por meio de ações de educação ambiental e de integração social”, justifica Arrais lembrando que quem desejar fazer doações para o evento deve ligar para o telefone 11-3943.5222.

Os múltiplos enrugamentos que se observam dos 1.127 m de altitude do pico, perdendo-se ao longo da paisagem, é que deram o nome à região. Segundo os indígenas que a habitavam, jaraguá significa “senhor dos vales”. Localizado no Município de São Paulo, o Parque Estadual do Jaraguá, administrado pelo Instituto Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, constitui hoje um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica junto a uma das maiores metrópoles do mundo.
Com uma área de 492,68 hectares, situada no Planalto Atlântico, o parque possui uma vegetação remanescente de floresta ombrófila densa, com campos de altitude no topo das montanhas. É possível apreciar-se espécies típicas de Mata Atlântica como aroeira, cambará, caneleira, angico, quaresmeira-da-serra e outras, além de

animais como o bugio, gambá, quatis e outros. O primeiro proprietário da área foi o bandeirante Afonso Sardinha, que se notabilizou por suas ações de caça aos indígenas, no final do século XVI, época em que foi construído o Casarão, construído em taipa de pilão, que é uma das atrações dessa unidade de conservação. A fazenda foi incorporado ao patrimônio do Estado em 1939 e transformada em parque estadual em 1961, por meio do Decreto 38.391. Outras atrações são o Pico do Papagaio, com 1.135 m de altitude, lagos, minas d’água, cachoeiras e trilhas, além dos antigos sinais da primeira mina de ouro da Província de São Paulo.

Data dessa época a exploração do ouro de aluvião no local, às margens do Córrego Santa Fé, que deixou resquícios como as grutas ainda hoje existentes, as pias de lavagem manual desse metal.
O ouro foi explorado até 1670, quando começou a escassear. Após o período áureo das “Cavas do Jaraguá”, entra o ciclo do café com formação de extensas fazendas, com seus casarões e senzalas, alambiques, pilões e moendas. Em 1994, o parque é tombado como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, passando a integrar a Zona Núcleo do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo – Reserva da Biosfera.
O Instituto Florestal é responsável por 93% da área do parque, cumprindo as

atribuições de proteger a fauna e a flora, além de promover atividades de educação ambiental, incentivar a pesquisa e a recreação controlada. A gestão da área onde se encontra a sede, com seus equipamentos de lazer, compete à Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer.