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PROJETO
POMAR AJUDA A EMBELEZAR HOSPITAL EM SP
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Dezembro de 2003
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Pedro Calado/SMA
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A
direção do Hospital Vila Nova
Cachoeirinha, da Secretaria da Saúde
do Estado, escolheu esta segunda-feira (15/12)
para inaugurar seu jardim, de mil metros quadrados,
que embeleza a frente do edifício.
E as razões da escolha são justas,
pois nessa data comemora-se o Dia do Jardineiro.
Iniciado em abril, o trabalho contou com o
apoio de empresas parceiras, voluntários
e do Projeto Pomar, da Secretaria do Meio
Ambiente do Estado, que auxiliou na elaboração
do projeto e na sua implementação.
“Nove meses, o jardim nasce, realmente, agora”,
comentou a diretora do hospital, Aglaé
Gambirásio, em sua sala, na presença
de algumas das pessoas que a ajudaram nessa
empreitada.
O hospital tem um terreno de 20 mil metros
que estava abandonado. |
“Quem
aparava nossa grama na parte de trás
do hospital eram os cavalos soltos que passam
por aqui. A parte da frente estava muito mal
cuidada e suja.
Para acolher o paciente, a gente tem de ter
um lugar agradável”, disse Aglaé.
“O jardim foi uma idéia muito boa.
Alguns pacientes até perguntam, hoje,
por que a gente não fez isso antes”.
Era início de 2003 e a diretora matutava
buscando uma forma de recuperar esse amplo
terreno quando, na Marginal Pinheiros, deu
de cara com o Projeto Pomar, que está
promovendo a revitalização de
mais de 26 km de margens do Rio Pinheiros,
com o cultivo de flores, espécies frutíferas
e outras plantas. Com uma idéia na
mente, Aglaé procurou o secretário
da Saúde e a organização
do Pomar.
Ela foi bem recebida, contando ainda com o
apoio das empresas Ofício, que cuida
da limpeza do hospital, e da J. Coan, responsável
pela alimentação, que cederam
mudas e parte da mão-de-obra. A Engepar,
empresa de terraplanagem de um amigo de Aglaé,
preparou o terreno e cedeu o adubo necessário
para o plantio.
Uma associação de voluntárias,
que participa ativamente das atividades do
hospital, entrou com a força de trabalho.
A exemplo do que aconteceu no Projeto Pomar,
para o qual o trabalho de voluntários
e o apoio de empresas são essenciais,
a idéia de um jardim no Hospital Vila
Nova Cachoeirinha, em pouquíssimo tempo,
começou a ganhar vida. |
Mãos à obra
Pedro Calado/SMA
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Uma
das pessoas com participação
destacada na implantação do
jardim foi Léa Tavares, enfermeira
há 20 anos, funcionária da Ofício,
que atualmente responde pela higiene do hospital.
“Fui convidada para acompanhar o Projeto Pomar,
já que o pessoal da higiene encontra-se
sob minha responsabilidade e é esse
mesmo pessoal que iria cuidar da jardinagem.
Aceitei o convite e tocamos o projeto desde
abril”, conta Léa, que recebeu orientações
sobre paisagismo dos técnicos do Projeto
Pomar.
“Fizemos a retirada dos entulhos, que encheram
cinco caçambas, e depois limpamos o
terreno. As empresas parceiras cederam as
mudas, dois caminhões de terra vermelha,
depois a terra de adubo, e iniciamos os trabalhos”,
lembra Léa, para quem o jardim é
“um filho temporão”. |
“Esse
jardim realmente é como um filho para
mim. Fez muito bem para a minha cabeça.
Em alguns momentos em que o trabalho no hospital
está difícil, venho aqui”, diz
apontando as flores. “Tenho certeza de que
todos os usuários do hospital vão
se sentir felizes em ter esse jardim, bonito,
tranqüilo, que bem à mente”, conta
Léa, que tem dois filhos e três
netos.
Menos eloqüente, mas tão feliz
quanto Léa, era “seu” Lourival Lopes
de Brito. Sabia que o jardim seria inaugurado,
mas se surpreendeu por haver um dia homenageando
jardineiros, como ele. “Dia do Jardineiro?
Não sabia que tinha essa coisa aí,
não. É bom saber que nosso trabalho
também é reconhecido”, disse
esse cearense de Juazeiro do Norte que vive
em São Paulo desde 1974. Um de seus
primeiro empregos na Capital paulista foi
cuidando de jardins, mas foi como marceneiro
que ganhou a vida por mais tempo. Isso até
despencar do sexto andar de um prédio.
Voltou há cerca de oito anos a “trabalhar
com a terra”, o que é mais adequado
ao “homem da roça”, algo que lhe dá
o maior prazer.
“Tem gente que gosta de planta, tem gente
que não gosta. Outro dia chegou uma
mulher e falou: ‘aqui ‘tá virando cemitério,
agora?’. Perguntei se ela gostava de plantas,
porque mulher gosta, né?, e ela me
disse que detestava. Eu não sou mulher
mas eu adoro as plantas”, contou “seu” Lourival
antes de um sorriso espontâneo, gostoso.
“Eu gosto de trabalhar na terra, gosto de
plantar, de ver as plantas bonitinhas”. |
Novas fases
Pedro Calado/SMA
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Como
gosta de lembrar Aglaé, seu jardim
não tira um tostão do hospital.
Trabalham nele dois bolsistas da Frente de
Trabalho, seu Lourival, cedido pela Ofício
para comandar a manutenção do
jardim, e dez voluntárias da Associação
de Voluntários do Hospital Vila Nova
Cachoeirinha. Mudas, terra e adubo foram doadas
por empresas parceiras.
Até a água utilizada no cultivo
do jardim é especial. “Já teve
quem disse ser um absurdo, com ameaça
de racionamento e a gente usando água
para regar. A água que a gente usa
para regar é de um poço artesiano,
que não serve para consumo humano.
E agora está chovendo e a gente nem
precisa regar, mais”, diz Aglaé.
Ela salienta que esse primeiro jardim é
só o começo, pois a intenção
é de plantar também na entrada
do portão quatro e estão com
um projeto pronto para ser |
implantado
no estacionamento do hospital. “Estamos procurando
mais parceiros, a exemplo do que é
feito no Projeto Pomar, que conta com muitas
parcerias”, comenta a diretora, bastante feliz
com o resultado da primeira empreitada.
O trabalho contagiou até os ambulantes
que ganham a vida na calçada de entrada
do hospital. Houve até um compromisso
formal de manter limpa a faixa onde ficam.
Cristiane Nunes, 20, que há seis meses
vende biscoitos, comenta: “Ficou muito bonito
o jardim e a gente também ‘tá
tentando cuidar, pedindo para o pessoal não
jogar o lixo aqui. Se alguém joga no
chão, a gente pega e coloca na cesta
de lixo”.
Cristiane associa essa nova consciência
à construção do jardim.
“Antes tinha bastante lixo. Mas, agora, a
gente procura manter tudo limpo, a calçada
organizada”, comenta.
“O mais importante é que houve um repasse
de conhecimento, pois a gente acompanhou a
primeira fase e eles se capacitaram para implantar
as próximas”, comentou a arquiteta
Ana Lúcia Pinto de Faria Burjato, do
Projeto Pomar, designada para acompanhar os
trabalhos no Hospital Vila Nova Cachoeirinha.
Ana Lúcia conta ainda que as plantas
escolhidas foram aquelas que não exigem
manutenção constante. São
árvores, arbustos e flores de espécies
específicas, que tornam o ambiente
mais agradável. Ana Lúcia ofereceu
a Aglaé, Léa e “seu” Lourival
os broches do Pomar, numa espécie de
condecoração. |
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
do Estado de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Rosely Martin
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