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DIVULGADA
A NOVA LISTA
DA FAUNA BRASILEIRA AMEAÇADA
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2003
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O
Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o
Ibama divulgaram hoje, Dia Internacional da
Diversidade Biológica, a nova Lista de
Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas
de Extinção (disponível
no site: http://www.mma.gov.br).
A nova "lista vermelha", com cerca
de 400 animais, foi elaborada em parceria com
Fundação Biodiversitas, |
Ibama/Divulgação
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Sociedade
Brasileira de Zoologia, organizações
não-governamentais Conservation Internacional
e Terra Brasilis e instituições
de ensino superior. A cerimônia será
no Parque Nacional de Brasília, a partir
das 10h. A relação anterior é
de dezembro de 1989, com 219 espécies.
Ao contrário das edições
anteriores, desta vez a lista terá uma
característica de fomento à preservação
dos habitats e das espécies que neles
vivem. Seus objetivos serão: orientar
programas de recuperação dos animais
ameaçados; trazer propostas para a implementação
de unidades de conservação; mitigar
impactos ambientais; estimular |
programas
de pesquisa; e ainda servir como referência
na aplicação da Lei de Crimes
Ambientais (Lei 9.605/1998; Decreto 3.179/1999).
De acordo com a Secretaria de Biodiversidade
e Florestas do MMA, a lista da fauna ameaçada
é um instrumento de conservação
da biodiversidade para o governo brasileiro,
onde são apontadas as espécies
que, de alguma forma, têm sua existência
em risco.
Animais como veado-campeiro, jacaré-do-papo-amarelo,
jacaré-açú, gato-do-mato,
doninha-amazônica, gavião-real
e surucucu estão se recuperando e deixam
a lista. Já espécies como guariba-de-
mão-ruiva, macaco-prego, veado-bororó-do-sul,
cobra-dormideira-queimada-grande, jararaca,
além de algumas borboletas, besouros
e aranhas, por exemplo, passam a integrar a
relação de animais ameaçados.
Na ocasião, será lançado
decreto alterando a Comissão Nacional
de Biodiversidade e a ministra Marina Silva
assinará portaria instituindo um Grupo
de Trabalho que terá a função
de elaborar diretrizes que permitam a redução
gradual no número de espécies
ameaçadas. Esse GT deverá definir
a freqüência para divulgação
das novas listas e estipular critérios
para definição do grau de ameaça
das espécies adaptados à realidade
brasileira. Para elaboração da
lista, o setor acadêmico usou como base
os critérios da União Internacional
para a Conservação da natureza
(IUCN, em inglês). A classificação
é a seguinte: Extinto, Extinto na natureza,
Em Perigo Crítico, Vulnerável,
Dependente de Conservação e Baixo
Risco. "Temos grande dimensão territorial,
megadiversidade biológica e ainda existem
áreas intocadas ou pouco exploradas no
país, e isso tudo leva à necessidade
de novos critérios para definir a situação
de várias espécies", explica
Lídio Coradin, gerente de Recursos Genéticos
da Secretaria de Biodiversidade e Florestas
do MMA.
O GT será composto dois representantes
da Secretaria de Biodiversidade e Florestas
do MMA e do Ibama, e um membro do Instituto
de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro, da Sociedade Brasileira de Zoologia,
da Sociedade Botânica do Brasil, da Sociedade
Brasileira de Microbiologia, da Rede de Jardins
Botânicos, da Sociedade de Zoológicos
do Brasil, da Fundação Biodiversitas.
O Grupo será coordenado pelo Diretor
do Programa Nacional de Conservação
da Biodiversidade e, na sua ausência,
pelo Diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros
do Ibama. |
Peixes
A lista que será
apresentada hoje não trará peixes e
nem invertebrados aquáticos (caranguejos, camarões
e lagostas, por exemplo). Segundo o secretário
de Biodiversidade e Florestas do Ministério,
João Paulo Capobianco, a lista dessas espécies
será publicada em separado, em até três
meses. "Isso ocorrerá depois que o grupo
de trabalho criado pelo MMA reavaliar a lista e definir
os critérios para a situação
de cada espécie. Entre eles pode estar o zoneamento
da pesca, a captura de acordo com o grau de ameaça
nas regiões ou bacias hidrográficas
do país", explicou. A ministra Marina
Silva concederá entrevista coletiva após
a apresentação da lista.
A relação das espécies ameaçadas
será disponibilizada na página do Ministério
do Meio Ambiente (www.meioambiente.gov.br).
Participarão ainda do lançamento os
ministérios da Educação e das
Relações Exteriores, Universidade Nacional
de Brasília, Embrapa e organizações
não-governamentais.
Verbas
O Ministério
do Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional do Meio
Ambiente (FNMA) e do Projeto de Conservação
e Utilização Sustentável da Diversidade
Biológica Brasileira (ProBio), estará
lançando, também nesta quinta-feira,
edital no valor de R$ 6 milhões para projetos
voltados à preservação e à
recuperação da biodiversidade que consta
da nova Lista de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçadas de Extinção.
O edital estará dividido em duas chamadas para
projetos de até 18 meses de duração.
Na Chamada I, serão selecionados projetos para
estudos preliminares e elaboração de
Planos de Manejo para uma ou mais espécies
da fauna brasileira ameaçadas. A solicitação
de apoio financeiro por projeto encaminhado para essa
chamada é de no máximo R$ 240 mil. Na
Chamada II, serão selecionados projetos para
implementação de Planos de Manejo já
existentes, para uma ou mais espécies da fauna
brasileira ameaçadas de extinção.
A solicitação por projeto poderá
chegar a R$ 360 mil.
Poderão participar da seleção:
instituições da administração
pública direta ou indireta, nas esferas federal,
estaduais ou municipais; instituições
privadas brasileiras, sem fins lucrativos e que possuam
registro no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas
(CNEA) ou, no mínimo, 2 anos de existência
legal e estatuto voltado para efetiva atuação
na área de meio ambiente, além de fundações
de apoio às universidades. O prazo para recebimento
de propostas vai até 8 de setembro de 2003,
e a divulgação do resultado da seleção
será no dia 8 de outubro.
Questões freqüentes
sobre a Lista de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçadas de Extinção
1- O que é uma
espécie ameaçada?
São consideradas ameaçadas espécies
que enfrentam uma alta probabilidade de extinção
ou ainda que se aproximarão dessa situação
caso persistam as pressões diretas sobre elas
ou seus habitats.
2- Qual a razão
de haver uma lista oficial de espécies ameaçadas?
Uma lista de espécies ameaçadas é
um importante instrumento de política ambiental.
A lista indica quais espécies necessitam de
proteção especial e ainda possibilita
uma visão dos maiores problemas em relação
à preservação da diversidade
biológica. Com base nas informações
da lista, é possível estabelecer prioridades
para as ações de recuperação
e de conservação das espécies.
A partir dos dados da lista, pode-se definir a aplicação
de recursos técnicos, científicos, humanos
e financeiros. A lista também é um sinalizador,
um parâmetro da pressão que as espécies
estão sofrendo. Esse parâmetro pode ser
usado na formulação de programas e acordos
nacionais e estrangeiros que têm como objetivo
recuperar espécies ameaçadas ou evitar
que sua situação se agrave. As informações
da lista também fornecem subsídios para
criação de Unidades de Conservação,
direcionam programas de pesquisa e de formação
de profissionais e para o trabalho de educação
e fiscalização ambiental. Internacionalmente,
as listas servem ainda como mecanismo usado no combate
ao comércio ilegal de animais.
3- Quem são
os responsáveis pela lista?
O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama são
os responsáveis pela lista. Todavia, a elaboração
do documento cabe a um grupo de instituições
credenciadas para o trabalho. A formulação
da nova lista ficou sob a responsabilidade da Fundação
Biodiversitas, da Sociedade Brasileira de Zoologia,
das ONGs Terra Brasilis e Conservation International
do Brasil e de instituições de ensino
superior.
4- Quais são
critérios usados para a elaboração
da lista?
A comunidade acadêmica usa critérios
baseados na União Internacional para a Conservação
da natureza (IUCN), na sigla em inglês. A IUCN
é a referência mundial no monitoramento
de espécies ameaçadas. A classificação
adotada até o momento é: Extinto, Extinto
na natureza, Em Perigo Crítico, Vulnerável,
Dependente de Conservação e Baixo Risco.
5- E o que faz uma
espécie entrar para a lista?
A inserção de uma espécie na
lista depende do tamanho de sua população,
da diversidade genética dessa população
(não adianta haver grande número de
indivíduos se eles são todos parentes,
o que inviabilizaria a perpetuação da
espécie). Leva-se em conta também qual
é a situação do habitat da espécie.
Se há muito desmatamento na Mata Atlântica
ou no Cerrado, as espécies que vivem nesses
biomas estão mais sujeitas à ameaça.
A degradação ambiental também
conta: assoreamento de rios, poluição,
fogo... tudo isso aumenta o nível da ameaça.
Há ainda a pressão que certas espécies
sofrem em função da caça para
a subsistência (avoantes no Nordeste, peixe-boi
na Amazônia). Outro fator que agrava em muito
a situação é a captura destinada
ao tráfico de animais silvestres.
6- Qual é a
política do Governo Federal para proteção
e conservação das espécies ameaçadas?
O Brasil tem reputação significativa
na área de conservação de fauna
ameaçada. O MMA, por meio do Ibama, com seus
centros especializados em fauna, coordena vários
programas de conservação de animais
silvestres nos segmentos: Mamíferos Aquáticos;
Primatas; Aves; Predadores; Répteis e Anfíbios.
Além disso, o Ibama coordena os Comitês
de Recuperação dos Micos-leões,
dos Muriquis, das Araras Azul-do-Pantanal e Azul-de-Lear
e Ararinha-Azul. O Brasil é signatário
de importantes acordos e tratados internacionais de
conservação de espécies e de
habitats ameaçados.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
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