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IBAMA REALIZA
CAMPANHA DE ORIENTAÇÃO
SOBRE AGROTÓXICOS NO RIO GRANDE DO
SUL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2003
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O Ibama está
realizando desde o dia 11 de maio no Rio Grande do
Sul campanha educativa junto a produtores rurais,
distribuidores e revendedores de produtos agroquímicos.
O objetivo é orientar sobre utilização,
armazenagem e descarte de embalagens de agrotóxicos.
O abandono das embalagens, principalmente de defensivos
agrícolas a céu aberto, explicam os
técnicos, oferece riscos à saúde
humana e ao meio ambiente devido à possibilidade
de contaminação de cursos d’água
e lençóis freáticos.
O consultor técnico do Ibama, engenheiro florestal,
Rivail Andrade Gonçalves, explica que existem
regulamentações para o recolhimento
destas embalagens. Ontem (19/05), por exemplo, foi
publicada resolução do Conselho Nacional
de Meio Ambiente (Conama) que dispõe sobre
os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos
destinados ao recebimento de embalagens vazias.
Segundo o engenheiro, as embalagens consideradas contaminadas,
como caixas de papelão e sachês dos tipos
metalizado, plástico e de tríplice embalagem
- com camadas amiantada, plástica e aluminizada
-, não podem ser recicladas. Após o
uso, devem ser remetidas ao fabricante para incineração.
Já as embalagens em plástico, para volumes
líquidos, devem passar por uma tríplice
lavagem após a utilização. Em
seguida, o agricultor deve furá-las para não
permitir a reutilização e separar a
tampa e o lacre de segurança. Só então,
deve remeter para a revenda que se encarregará
de dar a destinação correta, que pode
ser, inclusive, a reciclagem. Uma caixa de papelão
contaminada com agrotóxicos, se descartada
em lixo comum, ensinam os técnicos, poderá
posteriormente ser reciclada e utilizada indevidamente
para fazer caixas para pizza, papel higiênico
e cadernos escolares, entre outros produtos de largo
uso na sociedade.
O chefe do setor de Poluição e Degradação,
da Diretoria de Proteção Ambiental do
Ibama, e coordenador da operação, José
Anibal Padilha, disse que até o dia 18 deste
mês os técnicos já haviam realizado
90 visitas a propriedades rurais e revendas em diversas
localidades. Ele espera que até o final da
operação um total de 120 visitas sejam
realizadas no estado.
Anibal contou ainda que o trabalho vem sendo realizado
desde o ano passado. Começou no Mato Grosso
do Sul, passou por Mato Grosso e Goiás. Este
ano foi realizado no Paraná e Santa Catarina
entre 25 de abril e 10 de maio, com 229 visitas realizadas
em 33 municípios. “Estamos constatando o largo
uso de produtos ilegais e o descarte inadequado. Ao
final vamos ter um relatório conciso que mapeará
estes problemas, o que vai permitir um melhor planejamento
para o trabalho de combate ao uso de produtos ilegais
e, consequentemente, uma ação mais efetiva
de proteção ambiental”, afirma José
Anibal.
Repressão
Além do descarte
inadequado, outro problema que verificado durante
as campanhas é a utilização de
agrotóxicos irregulares, fabricados no exterior
e que não possuem os devidos registros nos
ministérios do Meio Ambiente, da Saúde
e da Agricultura. Segundo Rivail Gonçalves
a Operação Agrotóxico, como foi
nominada a campanha, tem por objetivo treinar as equipes
das gerências estaduais do Ibama para exercer
ações de proteção ambiental
no que se refere ao combate da utilização
do agrotóxico sem registro legal no País.
“O trabalho que fazemos junto aos produtores e revendas,
diz respeito à guarda, utilização
e descarte adequado dos agrotóxicos legais
e suas embalagens”, lembra Rivail. Mas quando é
constatada a comercialização, transporte,
armazenagem e, principalmente, a utilização
de agrotóxicos ilegais, explica, os casos são
remetidos à Polícia Federal, Receita
Federal e Ministério Público, para que
sejam adotadas as medidas legais.
O consultor reforça a necessidade do combate
aos produtos ilegais. Os agrotóxicos contrabandeados
não são submetidos a uma análise
química que permita afirmar que eles não
vão agredir o meio ambiente, a lavoura, o agricultor
e os animais. “Estes produtos podem, inclusive, matar
a lavoura, contaminar o lençol freático
e causar prejuízos à saúde humana”,
esclarece.
Em contrapartida, os agrotóxicos cuja utilização
é permitida no País passam por diversos
testes junto aos ministérios do Meio Ambiente,
da Saúde e da Agricultura até conseguirem
autorização para serem aplicados nas
lavouras. “Em alguns casos os produtos levam dois
anos para conseguirem registro no Ministério
do Meio Ambiente, cinco anos no Ministério
da Agricultura e dois anos no Ministério da
Saúde, o que minimiza os impactos sobre o meio
ambiente, oferece segurança na sua eficiência
agronômica e proporciona uma orientação
segura à saúde humana”, conclui Rivail.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa |