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ONGs LANÇAM
CAMPANHA VIRTUAL
ÁREAS PROTEGIDAS EM PERIGO
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2003
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ONGs lançam
a campanha virtual Áreas Protegidas em Perigo
contra proposta do senador Mozarildo Cavalcanti (PPS/RR)
que restringe a criação de áreas
de proteção ambiental e a demarcação
de Terras Indígenas
O Grupo de Trabalho
Amazônico (GTA), a Coordenação
das Organizações Indígenas da
Amazônia Brasileira (Coiab), a Rede Cerrado,
a Federação de Entidades Ecologistas
Catarinenses (FEEC), a Rede de ONGs da Mata Atlântica
e o Fórum da Amazônia Oriental (FAOR),
com o apoio, entre outros, do Instituto Socioambiental
(ISA), do Greenpeace e do WWF, lançaram na
última sexta-feira (23/05) a campanha virtual
Áreas Protegidas em Perigo.
A campanha foi elaborada para pressionar o Senado
Federal a rejeitar a Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) 38/99, do senador Mozarildo Cavalcanti (PPS/RR),
que altera os artigos 52, 225 e 231 da Constituição
Federal de 1988 para limitar em 50% a área
de cada Estado passível de ser transformada
em Unidade de Conservação (UC) ou Terra
Indígena (TI) assim como incluir entre as competências
do Senado a aprovação da homologação
de TIs, hoje uma tarefa exclusiva do Executivo. Em
tramitação desde 1999, a proposta deverá
ser votada em primeiro turno no dia 11 de junho.
O limite sugerido pela PEC restringe a possibilidade
do país proteger e utilizar adequadamente seus
recursos naturais, comprometendo em particular a autonomia
de Estados e municípios de gerirem seus territórios
a partir de prioridades regionais e locais. A criação
de UCs, como parques nacionais, parques estaduais,
estações ecológicas e reservas
extrativistas, representa hoje um dos mais importantes
instrumentos de proteção e uso sustentável
de nossas áreas naturais e está prevista
pela Constituição Federal de 1988 como
uma das atribuições do Poder Público.
É também uma das obrigações
do Brasil como signatário da Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB) durante a
Rio-92, com a ratificação pelo Congresso
Nacional em 1994.
Embora seja genérica para todo o país,
a proposta atinge especialmente a Amazônia,
que concentra a maior parte de nossa cobertura florestal,
cerca de 4 milhões de km2, e abriga 170 povos
indígenas e milhares de comunidades tradicionais,
e onde, portanto, ainda é possível concretizar
efetivamente a experiência de sustentabilidade
no país.
Em relação aos direitos territoriais
indígenas, a PEC nega o reconhecimento dos
direitos originários dos povos indígenas
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, ou seja,
direitos que são entendidos como anteriores
à própria existência do Estado,
uma das principais conquistas obtidas com a Constituição
Federal de 1988. Além disso, a intenção
de submeter a aprovação da homologação
de Terras Indígenas ao Senado configura inadmissível
ingerência de poderes. Isso porque os procedimentos
administrativos para a demarcação de
Terras Indígenas, que envolvem a Fundação
Nacional do Índio (Funai), o Ministério
da Justiça e a Presidência da República,
obedecem aos princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa e prevêem
a contestação da demarcação
dessas áreas por estados, municípios
e terceiros interessados, até mesmo por parlamentares
[para saber mais sobre o processo de demarcação
de Terras Indígenas.
A campanha contra o grave retrocesso do desenvolvimento
sustentável do país e dos direitos territoriais
indígenas está hospedada no site do
Instituto Socioambiental (ISA). Para participar, o
internauta tem apenas que assinar uma carta eletrônica
pronta para ser enviada para todos os senadores, com
cópia para José Dirceu, ministro-chefe
da Casa Civil, Márcio Thomaz Bastos, ministro
da Justiça, e Marina Silva, ministra do Meio
Ambiente, pedindo a rejeição da PEC
38/99.
Fonte: Amazônia (www.amazonia.org.br)
ISA - Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Cristiane Fontes) |