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MATA ATLÂNTICA:
SAIBA MAIS SOBRE
A FLORESTA TROPICAL DA COSTA BRASILEIRA
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2003
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Mata Atlântica
A segunda maior extensão
original de floresta tropical do Brasil é
a Mata Atlântica. Antes da chegada dos colonizadores
portugueses, no século XVI, essa formação
florestal ocupava uma extensão de aproximadamente
1,3 milhão de km2 ao longo da costa brasileira,
do Ceará ao Rio Grande do Sul. Hoje, restam
apenas cerca de 12 por cento de toda sua extensão
original.
Apesar do quadro de devastação, a
Mata Atlântica compreende ampla variedade
de ecossistemas. Alguns deles chegam a conciliar
processos ecológicos litorâneos àqueles
próprios de florestas tropicais.
Conheça, aqui, um pouco mais sobre os remanescentes
desse universo de incrível biodiversidade
que é a Mata Atlântica.
Localização
Os
domínios da Mata Atlântica
abrigam 70% da população brasileira,
além das maiores cidades e pólos
industriais do Brasil. A intensa ocupação
da região da Mata Atlântica
pode ser evidenciada pelo grau de devastação
da floresta: somente 8% da área original
da floresta continuam intactas, e a floresta
está entre as 25 regiões mais
ricas em biodiversidade, mas também
uma das mais ameaçadas do mundo.
As formações vegetais e ecossistemas
associados à Mata Atlântica
cobriam originalmente uma área superior
a 1.360.000 km2, que correspondia a cerca
de 16% do território brasileiro,
distribuída integral ou parcialmente
por 17 estados: Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará
e Piauí.
O processo de ocupação do
Brasil levou este Bioma a uma drástica
redução de sua cobertura vegetal
original, hoje, disposta esparsamente ao
longo da costa brasileira e no interior
das regiões Sul e Sudeste, além
de importantes fragmentos no Sul dos estados
de Goiás e Mato Grosso do Sul e no
interior dos estados do Nordeste. |
Biodiversidade
Apesar da devastação
acentuada, a Mata Atlântica ainda abriga uma
parcela significativa da biodiversidade brasileira,
com altíssimos níveis de endemismo.
A riqueza pontual da Mata Atlântica é
tão significativa que um dos maiores recordes
mundiais de diversidade botânica para plantas
lenhosas foi registrado nesse bioma (458 espécies
em um único hectare do sul da Bahia), em
estudo realizado pelo Jardim Botânico de Nova
York e o Herbário da Comissão Executiva
do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Estimativas também indicam uma diversidade
faunística bastante elevada. A Mata Atlântica
abriga 250 espécies de mamíferos (55
deles endêmicos), 340 de anfíbios (87
endêmicos), 197 de répteis (60 endêmicos),
1.023 de aves (188 endêmicas), além
de, aproximadamente, 350 espécies de peixes
(133 endêmicas). Para plantas vasculares estima-se
uma riqueza de 20.000 espécies, das quais
aproximadamente metade estão restritas ao
bioma. Para grupos, como os primatas, mais de 2/3
das formas presentes no bioma são endêmicas.
Diversidade,
Endemismos e Espécies Ameaçadas da
Mata Atlântica
Grupo
Taxonômico |
Total
de Espécies |
Espécies
Endêmicas |
Espécies
Ameaçadas |
Plantas
Vasculares |
20.000 |
8.000
|
|
Mamíferos |
250 |
55 |
35 |
Aves |
1023 |
188 |
104 |
Répteis |
197 |
60 |
3 |
Anfíbios |
340 |
90 |
1 |
Peixes |
350 |
133 |
12 |
Fontes:
Relatórios Técnicos Temáticos
de Biodiversidade do Subprojeto "Avaliação
e Ações Prioritárias
para Conservação dos Biomas Floresta
Atlântica e Campos Sulinos", PROBIO/PRONABIO/MMMA.
Áreas
Prioritárias para a Conservação
da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campos
Sulinos
|
Em
conjunto os mamíferos, aves, répteis
e anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica
somam 1.810 espécies, sendo 389 endêmicas.
A Mata Atlântica abriga, aproximadamente,
7% de todas as espécies do planeta.
No entanto, nesse cenário de grande
riqueza e endemismo de espécies observa-se
também um elevado número de
espécies ameaçadas de extinção.
Em alguns grupos, como o das aves, 10% das
espécies encontradas no bioma se
enquadram em alguma categoria de ameaça.
No caso de mamíferos, o número
de espécies ameaçadas de extinção
atinge aproximadamente 14%.
Em virtude da riqueza biológica e
dos níveis de ameaça a que
está submetida, a Mata Atlântica,
foi indicada por especialistas, em um estudo
coordenado pela Conservation International,
como um dos hotspots mundiais, ou seja,
uma das prioridades para a conservação
de biodiversidade em todo o mundo, ao lado
de outras 24 regiões localizados
em diferentes partes do planeta.
Subprograma
Efetivamente,
o Subprograma Mata Atlântica teve
seu início a partir da aprovação,
na Reunião dos Participantes em
outubro de 1999, do Plano de Ação
da Mata Atlântica. Para a elaboração
do Subprograma e implantação
do Núcleo Assessor de Planejamento
da Mata Atlântica (NAPMA), na Secretaria
de Biodiversidade e Florestas (SBF), Ministério
do Meio Ambiente, foram aprovados, pela
Comissão de Coordenação
Brasileira (CCB) e Comitê de Coordenação
Conjunta (CCC) do Programa Piloto, recursos
na ordem de US$ 200,000, provenientes
do Fundo Fiduciário para as Florestas
Tropicais.
O Subprograma Mata Atlântica vem
preencher uma lacuna no Programa Piloto,
no que diz respeito às ações
direcionadas para a Proteção
e Recuperação da Mata Atlântica,
e foi amplamente discutido com os setores
governamentais e não governamentais,
acadêmico e empresarial, em três
seminários, realizados em Brasília,
Salvador e São Paulo. As diretrizes
do subprograma ficaram assim definidas:
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1.Proteção
da Biodiversidade;
2. Representatividade das diferentes fisionomias
e unidades biogeográficas que compõem
o Bioma;
3. Desenvolvimento das pesquisas necessárias
à implementação dos projetos
e ações desenvolvidos no âmbito
do Subprograma;
4. Livre acesso e divulgação dirigida
dos resultados obtidos;
5. Fortalecimento institucional das organizações
públicas, comunitárias e privadas
responsáveis pela implementação
de projetos e atividades desenvolvidas no âmbito
do Subprograma;
6. Compatibilização de políticas
setoriais;
7. Financiamento de projetos e atividades relacionadas
à utilização econômica
de recursos florestais restrita à exploração
de produtos não madeireiros.
O documento preliminar que define o subprograma
foi aprovado pela CCB e CCC em 2000, ficando para
o primeiro semestre de 2001 a apresentação
de projeto, para nova apreciação das
comissões.
Objetivo
Os objetivos que norteiam a concepção
do Subprograma Mata Atlântica estão
pautados nos princípios da proteção
e conservação dos ecossistemas e da
diversidade biológica da floresta, no uso
economicamente sustentável dos recursos naturais
e recuperação de áreas alteradas.
São objetivos específicos:
i) Contribuir para a redução do processo
de empobrecimento biológico e cultural da
Mata Atlântica;
ii) contribuir para a redução do desmatamento
e queimadas;
iii) contribuir para a recuperação,
regeneração, proteção,
conservação, valorização
e uso apropriado dos recursos da Mata Atlântica;
iv) aumentar a quantidade de hectares de áreas
protegida na Mata Atlântica;
v) ações de capacitação,
proteção e regularização
fundiária das terras das populações
tradicionais e indígenas da região;
vi) apoiar a integração do manejo
com a ocupação urbana nas áreas
de influência, entorno, tampão ou amortecimento
de unidades de conservação.
Componentes
1. Unidades de conservação;
2. Áreas/reservas particulares;
3. Populações tradicionais e indígenas;
4. Políticas públicas;
5. Educação ambiental e ecoturismo;
6. Áreas alteradas.
Fale com
o Mata Atlântica
Núcleo Assessor para o Subprograma Mata Atlântica
Coordenador:
Aloysio Costa Júnior
E-mail:
aloysio.costa@mma.gov.br
Endereço:
Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 7º
andar -Brasília, DF - 70068-900
Telefone(s):
(61) 317-1217/1305
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa
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