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ALCKMIN
ASSINA PROTOCOLO PARA GESTÃO DO
PARQUE ECOLÓGICO, EM CAMPINAS (SP)
Panorama Ambiental
Campinas (SP) – Brasil
Julho de 2003
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Divulgação/SMA
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O
governador Geraldo Alckmin, o secretário
estadual do Meio Ambiente, José Goldemberg,
e a prefeita de Campinas, Izalene Tiene, assinaram
no sábado (19/7) um protocolo de intenções
para a gestão do Parque Ecológico
Monsenhor Emílio José Salim.
O protocolo, com vigência de 60 dias,
estabelece diretrizes para o desenvolvimento
de ações em conjunto para a
recuperação, manutenção,
manejo e preservação do parque,
prevendo a elaboração de um
diagnóstico da situação
atual e das necessidades emergenciais, para
embasar um plano de trabalho que norteará
a execução de um futuro convênio
entre Estado e Município. O governador
Geraldo Alckmin, lembrando que no período
entre 1950 e 11000 o Estado de São
Paulo chegou a perder quatro milhões
de hectares de cobertura vegetal, |
fez
questão de anunciar que, nos últimos
10 anos, essa tendência foi invertida
“e, ao invés de perder, São
Paulo ganhou 68 mil hectares de cobertura
vegetal”. Para o secretário José
Goldemberg, o Estado se antecipou ao plano
de recuperação e colocou máquinas
do Instituto Florestal para serviços
de limpeza geral. Lembrou também que
a Secretaria do Meio Ambiente já elaborou
um projeto de revitalização
do parque ecológico, orçado
em R$ 4,9 milhões, visando a recuperação,
restauro e a manutenção do complexo
arquitetônico da antiga Fazenda Mato
Dentro, formado pelo Casarão, Capela,
Anexo e Tulha, que constituem patrimônios
tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio
Artístico, Arquitetônico, Histório
e Turístico - CONDEPHAAT. “Estamos,
ainda, formalizando parcerias com as empresas
Petrobras, Shell e CPFL para recuperação
do parque”, adiantou o professor Goldemberg,
lembrando que, por determinação
do governador, todas as 90 unidades de conservação
do Estado estão sendo transformadas
em modelo de gestão ambiental. A solenidade
de assinatura do protocolo aconteceu na sede
do parque, situado na Rodovia Heitor Penteado,
Km 3,5, Jardim das Palmeiras, em Campinas. |
O projeto
O
Parque Ecológico, ao absorver em sua
concepção original uma antiga
fazenda de café tombada pelo CONDEPHAAT,
tornou-se uma unidade com características
únicas. Mas, desde sua abertura ao
público, problemas administrativos
e operacionais acumularam-se e ocasionaram
desgastes na estrutura física, comprometendo
sua utilização. No entanto,
a freqüência de usuários
e o fato do parque ter abrigado inúmeros
e importantes acontecimentos, levou a Secretaria
do Meio Ambiente do Estado a insistir, com
determinação, na revitalização
do Parque. Da Fazenda Matto Dentro à
implantação do Parque Ecológico
Monsenhor Emílio José Salim,
muito tempo se passou. |
Divulgação/SMA
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O uso de suas terras imprimiu marcas facilmente
identificáveis: a cana-de-açúcar,
o café, o Instituto Biológico
que ali se instalou para desenvolver ações
para controlar as pragas dessa culturas e,
mais recentemente, o próprio Parque
Ecológico, são os testemunhos
dessa trajetória história. A
área tornou-se pública e as
belezas centenárias do Casarão,
da Tulha, de seus porões e terreiros
motivaram a concepção de um
desenho diferenciado, que passou a incorporar
novos equipamentos, na tentativa de explorar
as potencialidades já evidenciadas.
O Parque Ecológico Monsenhor Emílio
José Salim atende à população
de Campinas, que chega hoje a 906 mil habitantes.
Com esse objetivo, a Secretaria do Meio Ambiente
elaborou um projeto, devidamente orçado,
para resgatar, dentro de perspectivas atuais,
o desenho do parque pioneiro que trouxe inovações,
ao incorporar em suas proposições,
equipamentos e informações que
não só propiciem o lazer, mas
favoreçam a percepção
e a discussão de questões ambientais
relevantes. O projeto parte da premissa de
que a conservação de tais espaços
em áreas sob pressão dos processos
de urbanização, só é
viável se atrair e se mostrar útil
à população que passaria
a defendê-los de depredações,
da especulação imobiliária
e das eventuais invasões de seus espaços.
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Parque
A área de
285 hectares remanescentes da fazenda Matto Dentro,
utilizada desde 1937 pela Estação
Experimental do Instituto Biológico, órgão
da Secretaria da Agricultura, foi transformada em
Parque Ecológico pelo Decreto 27.071 de 8
de junho de 1987. Coube à Secretaria do Meio
Ambiente o desafio de implantar o Parque, tarefa
que previa o desenvolvimento do projeto em sua totalidade,
desde os primeiros traços e diretrizes básicas
até a coordenação de todos
os projetos.
A implantação do projeto procurou
aliar o processo de intervenção humana,
por meio da agricultura, à preservação
do meio ambiente, com a conciliação
da paisagem agrícola e da paisagem natural
mediante a recuperação de matas e
hábitats naturais. Desde o início
previa-se a integração com o Instituto
Biológico, cujas unidades de pesquisa foram
mantidas. São 110 hectares abertos à
população. Para avaliar a importância
dessa obra para a região de Campinas, basta
lembrar que o Parque do Ibirapuera tem 150 hectares
de área. O projeto proposto para o Parque
exigiu sempre atenção e cuidados especiais
dos profissionais envolvidos. Qualquer intervenção
deveria relacionar a obra a ser restaurada - a sede
da fazenda, um casarão do século XVII
- com a introdução dos equipamentos
para recreação e lazer, tendo sempre
em vista a importância da educação
e da recuperação ambiental.
Restauro
Além das atividades
desenvolvidas no Centro Integrado de Percepção
Ambiental - CIPAM, para implementar ações
relacionadas a práticas culturais, arquitetônicas
e construtivas e, ao mesmo tempo, estabelecer uma
nova ética no tratamento das questões
ambientais, o projeto preconiza a revitalização
do complexo arquitetônico que constitui um
documento histórico, recuperando, restaurando
e promovendo a manutenção do Complexo
Arquitetônico da Fazenda Matto Dentro. Os
itens previstos são os seguintes: - Luminotécnica:
Casarão, Capela, Anexo, Tulha e Jardins -
Ressalta-se a obrigatoriedade da revisão
de todo o sistema, em decorrência da necessidade
de racionalização do uso de energia
elétrica, uma vez que o sistema elétrico
atual não permite a setorização
da iluminação nos diferentes espaços
do prédio em questão. - Descupinização:
Casarão, Capela, Anexo e Tulha - Um dos graves
problemas que atingem tanto o Casarão, de
forma geral, como a Tulha, em pontos isolados, é
a infestação generalizada por besouros
e cupins de madeira seca, além da detecção,
mais recente, de “caminhamentos típicos de
infestação termítica generalizada,
por cupim subterrâneo”. - Paisagismo - Jardins
do Casarão - O projeto paisagístico,
de autoria do renomado paisagista Roberto Burle
Marx, foi elaborado em 1989, para a totalidade da
área do Parque, prevendo o plantio de cerca
de 185 mil mudas de duzentas espécies entre
árvores, arbustos, trepadeira, forrações
e aquáticas. Os jardins do Casarão,
recebem no projeto de Burle Marx um tratamento diferenciado
tanto por constituir área envoltória
de patrimônio tombado, como por sua localização
privilegiada dentro dos espaços do Parque
Ecológico, formando, juntamente com o Complexo
Arquitetônico, um dos mais belos locais de
visitação e contemplação.
- Revitalização da Tulha - A Tulha
tem sido, ao longo dos dez anos de existência
do Parque Ecológico, local de realização
de vários eventos, como teatro, exposições
artísticas, palestras, conferências,
seminários, e, principalmente, palco para
a realização da Mostra da Cultura
Indígena, evento anual que atrai um mais
de cinco mil pessoas, de toda a região metropolitana,
num período de um mês, proporcionando
a Campinas projeção nacional e tornando
a cidade, com o Parque Ecológico, referência
para atividades relacionadas à cultura indígena.
O processo de revitalização a ser
instaurado no Parque Monsenhor Emílio José
Salim, com um custo total estimado aproximado de
R$ 4.909.352,00, contemplará a recuperação
dos seguintes equipamentos:
Hidráulica |
14.400,00 |
Elétrica |
1.217.650,00 |
Pavimentação / Drenagem |
40.937,00 |
Cercamento |
47.625,00 |
Programação Visual |
59.375,00 |
Lagos e cascatas |
414.275,00 |
Paisagismo |
212.174,00 |
Casarão/ Museu 1920 m2 |
908.778,00 |
Tulha/Auditório |
386.288,00 |
Restaurante 574 m2 |
143.500,00 |
Lanchonetes ( 3 unidades 484 m2) |
121.500,00 |
Sanitários Públicos ( 5 unidades
253,40 m2) |
137.725,00 |
Viveiro de Mudas ( 565 m2) |
141.250,00 |
Portaria Principal (243 m2 ) |
60.1000,00 |
Portaria Secundária (195 m2) |
48.1000,00 |
Administração e Ambulatório
(150m2) |
37.500,00 |
Anfiteatro |
31.250,00 |
Equipamentos esportivos e de lazer |
145.000,00 |
Equipamentos novos |
556.875,00 |
Transporte |
183.1000,00 |
TOTAL |
R$ 4.909.352,00 |
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Cris Olivette
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