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GOVERNO
LANÇOU PROJETO DE ASSENTAMENTO AGRÁRIO
COM PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Dezembro de 2003
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O governo lançou
na última sexta-feira (19), no Ibama, um
novo modelo de assentamento da reforma agrária
voltado para a produção sustentável
das florestas. O projeto pretende aliar produção
familiar à preservação ambiental
e à recuperação de áreas
degradadas. Foi o que ficou acertado por meio de
uma portaria assinada pelos ministros do Meio Ambiente,
Marina Silva, do Desenvolvimento Agrário,
Miguel Rossetto, e o presidente do Incra, Rolf Hackbart.
Os assentamentos da reforma agrária implantados
nas florestas serão baseados no manejo da
madeira e de outros recursos não madeireiros
como o cultivo de ervas medicinais, de frutas além
do manejo de animais. De acordo com o Incra, os
assentados também trabalharão na recuperação
de matas e no plantio de subsistência.
A ministra Marina Silva definiu a medida como resultado
concreto da percepção do governo de
que a reforma agrária não pode ser
um vetor de destruição. "Ela
deve combinar os aspectos sociais com a questão
ambiental, daí a modalidade que privilegia
a floresta em pé e o seu uso sustentável",
afirmou.
A primeira experiência será nos municípios
de Rodrigues Alves e Sena Madureira, no Acre. O
governo já desapropriou uma área de
85 mil hectares, onde 500 famílias passarão
a trabalhar a terra a partir de janeiro de 2004.
A seleção dos assentados dará
prioridade a posseiros e trabalhadores sem terra
inscritos para os assentamentos, que tenham identidade
e um mínimo de conhecimento do manejo florestal.
Para o ministro Miguel Rossetto, o governo inaugura
um novo modelo respeitando a estratégia de
desenvolvimento rural vinculado à política
de assentamento. Ele explicou que os projetos serão
adequados às realidades regionais e sempre
voltados para o cuidado na ocupação
respeitando o bioma e garantindo emprego e renda.
"O assentamento traduz o novo papel de reforma
agrária. A atividade produtiva fundamental
será a floresta a partir do manejo sustentável",
disse.
De acordo com o superintendente do Incra no Acre,
Raimundo Cardoso, já estão disponíveis
para serem transformadas em assentamento florestais
cerca de 320 mil hectares, o correspondente a 2%
das terras do estado. O ministro Miguel Rossetto
anunciou que após a consolidação
desses dois assentamentos, o Incra implantará
o mesmo modelo no Amazonas e em Rondônia.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário
pretende mudar as linhas de crédito para
os produtores desses assentamentos por causa do
ciclo de produção que pode durar até
30 anos. O assunto está em estudo.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de comunicação